quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

"MEA CULPA" - A Despedida da Fogueira das Vaidades.

Após um milhão de pensamentos, após um milhão de decisões, eis que decido postar o último texto da "Fogueira das Vaidades" para continuar o caminho.
Muitas vezes é necessário parar tudo para começar novas histórias ou recomeçar de maneira diferente velhas histórias, afinal a vida é isso, não absoluta.
Foram praticamente 6 anos que este blog que a medida que foi escrito, me fez vivenciar histórias e histórias.
Foram muitos encontros e desencontros.
Foram muitos aprendizados e lições de vida.
Foram mais de 40.0000 visualizações (segundo mostra a estatística do próprio blog), de várias partes do Brasil e pasmem... do mundo!
Através deste blog conheci alguns de vocês queridos leitores e leitoras que se tornaram assíduos, muitas vezes pedindo mais textos, dando suas importantes opiniões. Muitos emails, muitas trocas de informações e muitos carinhos os quais tento retribuir da melhor forma possível.
Sinto um frio no estômago agora, e apesar do fim, sou pura gratidão.
O blog será mantido no ar apesar de não receber mais textos e ficará aí para quem quiser reler os mais de 140 textos publicados os quais escrevi sobre as mais diversas circunstâncias.
E eu?
Quero que você viva apesar de...
Quero que você saiba apesar de...
Quero que você saboreie apesar de...
Quero que você respire apesar de...
Quero que você sinta apesar de...
Quero que você prove apesar de...
Quero que você decida apesar de...
Quero que você seja livre apesar de...
Quero que você goze apesar de...
Quero que você seja feliz apesar de...
Apesar de.
Toda ação provém uma reação, é uma lei natural nesse mundo, porém muitas vezes não percebemos e esquecemos de levantar a placa  "mea culpa", achando mais fácil culpar outras circunstâncias ou ainda outras pessoas perante as reações que nos acontecem no dia a dia. Criamos versões de histórias, brincamos de "telefone sem fio", brincamos de "seu mestre mandou", brincamos de "morto-vivo"  e, agindo dessa forma, nos sentimos quase livres (sim tem gente que acredita que liberdade é isso), e por incrível que pareça  nos tornar quase livres é bem pior do que a prisão.
Conversando com uma amiga, comentávamos o quão é difícil se encarar no espelho, porque todas as suas verdades estão estampadas ali, em seus olhos e você para você não tem como mentir. Talvez este seja um bom primeiro passo para as coisas começarem a andar e você sentir o ar da liberdade.
Pelo menos uma vez por semana, paro em frente ao espelho e me encaro durante um bom tempo, ou ainda, tenho conversas verdadeiras comigo e assim que vou evoluindo - gosto dessa palavra - parando de culpar o mundo por tudo que acontece comigo e a cada exercício deste, passo a ser mais sincero e justo comigo e consequentemente, com as pessoas que vivem em meu círculo.
Acredito que a verdadeira liberdade seja isso, assumir erros, alimentar desejos e suprir culpas alheias em próprias culpas. Se libertar das verdadeiras amarras que nos prendem para podermos aproveitar o melhor da vida de verdade.
É engraçado como na maioria das vezes sempre tentamos achar as respostas longe de nosso próprio ser, quando as respostas estão ali, paradinhas dentro da gente esperando para serem consultadas, porém, muitas vezes por um fator cultural, procuramos a culpa sempre muito longe e assim nos perdemos em nossas próprias histórias deixando que falte coragem até para ser feliz, pois a culpa sempre está ali e nunca aqui, e se sempre está ali...como resolver? Volto a repetir: mentir para outras pessoas é muito fácil e mentir para você?
 A partir deste pressuposto, começando uma análise  dentro de mim (sempre começo assim), tenho comigo que é sempre necessário limpar o armário dentro de você começando pela dispensa das "roupas velhas" e dando lugar a novos pensamentos, a novas atitudes. Algumas pessoas acreditam que jogar as roupas velhas é apenas separar pessoas, durante um tempo acreditei nisso, hoje em dia sei que vai muito além. Pare com as desculpas, pare de culpar os outros, se liberte das amarras, respire e vá em pensamento para o alto da montanha e não se esqueça que só se perde a liberdade, só se perde a real chance de ser feliz por culpa da própria fraqueza.
Já dizia Confúcio: "O homem superior atribui a culpa a si próprio; o homem comum aos outros". Olhe no espelho, se encare de frente, mude porque sempre há tempo, assuma suas culpas, não assuma o que não é seu,  estude seus movimentos, seus dinamismos, sua energia, sinta o vento antes de empunhar a espada e não esqueça: se até o que está morto muda, porque você não mudaria?
E eu?
Continuo caminhando apesar de...
Continuo sonhando apesar de...
Continuo assumindo minhas culpas apesar de...
Continuo me machucando apesar de...
Continuo tendo um milhão de motivos para ser feliz e fazer qualquer pessoa feliz, apesar de...
Apesar de foi um prazer estar aqui por estes 6 anos repleto de histórias.
Nos encontramos em alguma parte do caminho ou em outras histórias nas próximas vidas que virão.
Trágico?
E me diga o que não é tragicômico neste nosso mundo?!
Beijos, abraços apertos de mão, até...
Com carinho,
Jr. Pereira.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Até onde vai SUA CORAGEM?

Era fim do dia, disse então para pegar as malas e entrar no próximo trem que partiria em alguns instantes,  porque não poderia partir. Ali deveria ficar, segundo o que fizeram acreditar desde que havia chegado naquele lugar.
Ouviu então: “Vem comigo! Vamos conhecer e conquistar outros mundos”


“Não posso”- respondeu – “Acredito que é isso que tem que ser feito, o mundo que você propõe é um mundo de sonhos inatingíveis,  acredito no meu modo de vida e nas regras as quais criei a partir do que eu vi e conheço, me fizeram acreditar que... não vou. Pensei que seria diferente, mas não foi.  Vá e não volte com suas ideias megalomaníacas sonhadoras, e quando eu digo vá, vá mesmo, nem se atreva a olhar para trás. Desculpe minha sinceridade mas, é o que eu acredito no momento”
O trem apitou uma vez
- Ainda há tempo
- Não há mais tempo
- Pode ser diferente, por que não tenta?
- Porque não quero
- Como tudo acaba assim? O sonho de ser realmente feliz , o sonho de ir mais longe, o sonho...
- Não é isso que quero e quando digo não volto atrás, minha palavra final é sempre assim. Agora entre no trem, não quero que você habite aqui.
- Mas...
- Tchau
O trem apitou a segunda vez
As lágrimas escorreram pelos olhos que se tornaram embaralhados, o sino da antiga estação começou a tocar, pessoas acenavam para que subisse logo no vagão, muitas pessoas queriam que não olhasse para trás, afinal escolhas, são escolhas e não podem ser mudadas. Certo?
Errado! Isto faz parte de crescer, isso faz parte da evolução. As escolhas, tudo o que te disseram, tudo pode estar errado, porém ficaria ali? Esperando na estação? E a indignação e tudo o que acreditara até então? Permitira lhe agredir novamente.  Sim, nos agredimos e nem percebemos. Reencontrar todos os fatores que um dia lutou contra, deixar as lembranças ruins dominarem é sinal que nunca seriam apagadas pelo simples fato de acreditar no que acreditava e não abrir mão.
Se privara então de conhecer novos mundos, novas pessoas, novos sabores. Talvez patinaria na lama pelo resto da vida devido suas escolhas, suas crenças, por achar que suas decisões eram únicas e inabaláveis.
O trem apitou pela terceira vez
Ficou olhando a outra pessoa que subia no vagão e na porta deste vagão ficou olhando quem ficara na estação. E a pessoa que ficara na estação, olhava e pensava: Até que enfim a liberdade!
Mal sabia que a liberdade estava no trem que partia repleto de sonhos de pessoas que se permitiam e quebravam regras impostas. Mal sabia que a liberdade ia além de crenças, mal sabia que... Sentiu uma mão nos ombros: “Boa escolha. Ficando aqui você terá tudo que precisa e sendo assim você será realmente feliz, deixe partir o que não lhe faz bem, porque o que te faz bem está somente aqui.”
Começou então a lembrar dos sonhos, começou a lembrar das conversas, tentou silenciar a voz do coração de todas as formas mas foi em vão. A voz do coração pulsava de um modo diferente.
O trem já se distanciava, a outra pessoa sumira para dentro do vagão, olhava para o trem que partia e imaginara que não haveria mais lugar, não haveria mais tempo. E se aquele fosse o último trem que fora passar ali? E se aquela fosse a última oportunidade de partir e seguir novos rumos? E se...  Saiu correndo em disparada a fim de alcançar o trem que já começava a ganhar velocidade. Correu, correu muito e conseguiu se dependurar no último vagão. Quase caiu. Uma parte das pessoas que estavam na estação gritava: “Volta, não faça a escolha errada”. Outra parte gritava: “Vai se dar mal.”  E ainda poucas pessoas gritavam: “Vai, vai ser feliz de verdade, quebre as regras, torcemos por você”
Subiu no vagão, esbaforindo passou pelo primeiro que subiu, continuou andando olhando para todos os lados, começou a correr entre os vagões até que a sua direita olhou, viu a pessoa que estava sentada ao lado da janela olhando para o lado de fora, balbuciou “posso me sentar ao seu lado?” A outra pessoa olhou prontamente, ao lado dela havia um lugar.
O silêncio de segundos que parecia uma eternidade era quebrado pelo barulho das rodas no trilho. Foi quando ouviu a frase: “Senta, este lugar é seu e eu estava te esperando”
As lágrimas mais uma vez encheram os olhos mas agora era de felicidade.  Nada tinha sido por acaso.
Se você me pedisse um conselho hoje, este seria:
Não perca seu trem, corra atrás do seu vagão, não perca a chance de ser  realmente feliz porque o trem pode nunca mais passar. Para correr atrás do vagão é preciso coragem. Coragem de arriscar, coragem para quebrar as regras que fizeram você acreditar, coragem para quebrar as regras que você criou, coragem para assumir o lado aventureiro de quem é capaz de partir para não mais voltar. Voltar às velhas formas de viver, voltar às velhas formas de pensar, voltar a ser o que se era e não o que se é, voltar para o que não te faz feliz. Tudo o que passa, passa se você tiver coragem para isso.
Caso contrário, ficará na mesma velha estação de sempre.
Ouça a voz do vento.
Ouça a voz do seu coração.
Então corra, corra porque tem um lugar dentro de um desses vagões que é seu e caso você não chegue...  será de alguém.
Ainda há tempo.
Nunca desista do que te faz feliz.
Boa viagem.


segunda-feira, 20 de novembro de 2017

PODE SER EU, PODE SER VOCÊ. (uma fábula contemporânea)

[NOTAS DO AUTOR: 
a) A personagem protagonista desta história não tem nome e muito menos gênero sexual justamente para que você possa se colocar no lugar dela.
b)Caso queira poderá escolher também como personagem a estrela, o golfinho, a gaivota. O que importa é que após sua primeira leitura, você escolha sua personagem, defina as outras e participe desta história.
c) Nesta página existe uma seleção natural de músicas em uma playlist criada por mim. Porém, vc só conseguirá ouvir em desktop ou laptop. Nunca tentei em tablet porém eu sei que em celular não dá. Caso queira tentar, sua história terá uma "outra cor".
Boa leitura, boa viagem e obrigado por acompanharem a Fogueira das Vaidades.]


Caminhava durante muito tempo pela floresta na encosta da montanha. Logo abaixo o grandioso e velho mar. Já havia passado muitas e muitas vezes por ali, só não entendia como. Foi quando teve a brilhante ideia de sair de onde estava e caminhar em linha reta para ver onde chegaria. Caminhou contando seus passos. 10.898 passos para ser mais exato, 10.898 passos que fizera chegar novamente em uma outra encosta onde viu... o mar. Mediante a milhares de pensamentos que passavam por sua mente assim como o vento de um furacão, resolveu então dividir seus passos para chegar até o centro.
Caminhou 5.449 passos, virou para sua direita traçando uma reta perpendicular e caminhou. Chegou novamente a uma outra encosta. Não feliz com o resultado, deu meia volta e caminhou no sentido contrário que levou até a beira de uma outra encosta a qual quando chegou, já era noite.
Sempre conversava com as estrelas, um pouco mais com uma em específico, até que após estas caminhadas para descobrir onde estava perguntou:
- Como assim? Ando, ando e ando para sempre chegar  em frente ao mar?
- Sim (respondeu a estrela), você está em uma ilha.
- E porque não avisaram antes?
- Porque nunca perguntou.
- Bom, a verdade é que cansei de andar em círculos, cansei deste lugar, sinto que minha liberdade é escassa e quero sair daqui, preciso conhecer novos mundos. Como faço?
- Pule no mar, ele te levará para outro lugar.
- Tá, mas... aqui tenho água fresca que nasce ali na pequena nascente, tenho comida das árvores frutíferas, tenho a cabana que construí para mim, os animais e as plantas que vivem aqui que me fazem companhia  e até ajudam no que necessito. O que o mar tem a me oferecer?
- Novos mundos (retrucou logo em cima a estrela)
- E qual a segurança que você me dá?
- Não existe segurança, existe o se precaver e se jogar. Segurança? Levando em consideração a frágil vida que existe nesta terra e a maneira que  o universo gira, sinto lhe afirmar que segurança é quase que um sinônimo de ilusão.
- E se eu me jogar e bater com meu corpo em uma pedra, e se eu me jogar e demorar algum tempo para encontrar água e comida, e se...
- Você pode ficar e uma árvore cair em sua cabeça durante um temporal, você pode ficar e de uma hora para outra acabar todas as suas regalias, a fonte secar, as frutas acabarem, tudo se tornar um ambiente seco entre as inúmeras possibilidades que podem acontecer. Nesse caso, você pode ficar e se contentar, você pode ficar e...
- Tenho medo
- O medo é necessário para que você possa se precaver, o medo é necessário para que você estude seus próximos passos, porém a partir da sua definição do que realmente quer, precisa se entregar pois sem entrega o medo te dominará e nesse caso o papel de quem domina quem é extremamente necessário para a próxima ação.
- Tudo que é meu está  aqui, minhas crenças estão aqui, minhas ideias estão aqui, me levaram a acreditar que tudo isso é o certo e...
- Pare de reclamar (falou rispidamente a estrela), se for para ficar reclamando e achando que sua vida é só isso, fique aí e se contente com o que te derem. Para mim deu, preciso seguir viagem pelo espaço.
- Hei, só quero ser coerente em meu pensamento! (gritou)
(A estrela já distante, também gritou)
- Quem pretende ser sempre coerente no seu pensamento e nas suas decisões morais ou é uma rocha ambulante ou, se não conseguiu sufocar toda a sua vitalidade, um animal maníaco e fanático que perambula sozinho acreditando naquilo que é imposto se transformando em seu próprio boneco manipulável.
Aquela estrela se foi e no céu ficaram as outras estrelas e a lua que iluminava o mar. Sentou na encosta, olhou para baixo, as lágrimas escorriam dos seus olhos e em um surto de desespero, firmou em sua cabeça que seria impossível sair dali e resolveu ficar.
Um golfinho nadava beirando a encosta daquela alta ilha e consequentemente ouviu toda a conversa.
- Hei, vem! (disse o golfinho)
- Não posso (respondeu chorando)
- O que te impede? Eu te mostro novos mundos!
- Que parte você não entendeu que não posso?
- Pule! Onde estou são águas profundas, não tem pedras e caso você vá muito fundo eu te salvo.
Antes de responder à estrela, parou, olhou para o céu, olhou para o mar, deu um largo sorriso, respirou fundo e gritou:
- Tá, chega, vou pular, é hora de me entregar  e conhecer novos mundos. É hora de me libertar! Agradeço tudo que este lugar me deu, agradeço por aqui todo este tempo ter estado e aprendido, agradeço por todos os ensinamentos, mas chegou minha hora de provar novas frutas, conhecer novas cores, novos lugares, chegou a hora de realmente me entregar!!! (gritou e parou repentinamente)
Calma (pensou), preciso pegar um pouco de água potável para levar.
(gritou para o golfinho) - Golfinho, me espere um pouco, vou pegar água potável para levar na viagem!
- Claro! (gritou o golfinho)
Ele saiu correndo até a árvore de cabaças, tirou uma cabaça, abriu, encheu de água e voltou. Olhou para baixo, viu o golfinho brincando feliz da vida, pulando, fazendo graça e de tudo aquilo fez despertar risadas e sorrisos.
- Golfinho, voltei!
- Vamos?
- Então, lembrei que preciso pegar comida também!
- Tá bom, mas agilize porque se a  maré baixar, só conseguirá pular de novo amanhã a noite.
- Então vamos fazer o seguinte, deixamos passar este dia, durante o dia pego minha comida, mais água e volto amanhã a noite.
- Se preferir... sem problemas! Amanhã a noite estarei aqui.
Saiu correndo pulando de felicidade, toda ilha deveria saber! Contou a novidade para as plantas e para os animais que viviam ali, iria partir para uma nova aventura. Os amigos macacos ajudaram  a pegar bananas e outras frutas para a viagem, os coelhos separaram raízes, ganhou até néctar colhido por um casal de beija flores. Alguns aconselharam a realmente ir, outros perguntavam se  tinha certeza. Porém, em sua cabeça, naquele momento, pulsava a convicção de toda certeza do mundo. Era o ser mais feliz daquela ilha!
Passou o dia, chegara a noite e caminhou para encontrar o golfinho que estava na encosta. Os dois sorriram. Encheu os pulmões de ar, em frente ao mar e gritou:
- Tudo pronto!
- Venha (gritou o golfinho)
A noite estava estrelada e a amiga estrela estava lá, toda sorridente. Seus amigos da ilha também estavam ali na encosta da frondosa ilha para ver a nova jornada que iria se iniciar. Uns diziam "Isso não vai dar certo", outros gritavam: "Pula, pula", outros ainda diziam: "Que inveja".
Olhou para o céu,  a estrela sorriu, fechou os olhos, respirou fundo e pulou.
Seu corpo no ar lhe causava uma sensação diferente, de felicidade e êxtase que há muito tempo não sentia, voava livre como um pássaro até que seu corpo tocou a água, agora era um peixe que mergulhava em profundezas não antes conhecidas. O golfinho mergulhou, cedeu suas costas para que se segurasse e voltasse a tona, o golfinho sorria, pulava e fazia estripulias saltando. O sabor de sair dali era surpreendente. Muitos sorrisos atrelado ao frio da espinha. "Borboletas no estômago" voavam cada vez mais rápido. Olhou para trás e viu uma ilha alta perdida no meio daquele oceano que lhe reservara muitas surpresas. Enquanto nadavam naquele velho mar de infinitas possibilidades, o dia amanhecia.
Olhou para trás e viu a ilha distante.
Uma das gaivotas que moravam na ilha voou até eles e começou a dizer:
- Você esqueceu de pegar cordas caso precise fazer uma jangada
- Não preciso tenho o golfinho
- Mas e se o golfinho resolver te deixar no meio do mar?
- Nunca faria isso dona Gaivota (respondeu o golfinho)
- A comida que você tem não vai dar para um dia (disse a gaivota)
- Nós pescaremos e logo mais estaremos em um continente lindo com vários braços de mar (retrucou o golfinho)
Enquanto isso, sem dizer nada, segurando a barbatana do golfinho, seus olhos fitavam aquele ser que nadava, intercalando com a gaivota.
Gaivota e golfinho, golfinho e gaivota, algo quente subiu em sua cabeça até que gritou:
- Pare! Me leve de volta a ilha, sem cordas realmente não tenho segurança e muito menos como fazer uma jangada,  caso precise. Você é até legal golfinho, porém acho que não sabe pescar. Então realmente prefiro ter mais comida como segurança e não acho que você realmente esteja disposto a me levar a lugar nenhum.
Volte por favor. (gritou)
O golfinho, sem entender, acatando a vontade pedida, fez meia volta e voltou. Nadou novamente até a ilha da segurança.
Era fim de tarde, o por do sol estava lindo, a gaivota voava na frente, o golfinho nadava atrás levando consigo agora um peso incompreensível. De relance olhava para trás para ver o por do sol e seus olhos trocavam olhares com o outro par de olhos em despedida. Em seu dorso, sentia gotas quentes de lágrimas que caíam, a sábia gaivota olhou para trás, viu a cena e disse:
- Não chora, isto é o certo.
O golfinho por sua vez, não acreditava no que acontecia.
Chegaram na ilha alta da segurança. Era noite e não tinha lua e muito menos estrelas, o céu estava em plena escuridão.
Desceu das costas do golfinho, se despediu, pediu desculpas, nadou, não olhou para trás, chegou na encosta da ilha e começou a escalar para chegar até lá em cima o mais rapidamente.
O que aconteceu a partir daí?
Não temos relatos da história.
A única coisa que sabemos é que a estrela ainda aparece algumas noites porém ninguém daquela ilha fala mais com ela. E o golfinho, algumas poucas vezes passa ao lado da encosta acreditando que algum dia pule e se liberte.


  

terça-feira, 7 de novembro de 2017

A Física da Busca

Estava arrumando a mala para mais uma viagem (sim esse "garoto" que escreve aqui é um ser que viaja como o vento), ouvindo minha playlist como sempre, com a janela aberta (da casa, da alma e do coração),pensando no que nós seres humanos buscamos.
Uns buscam dinheiro, outros fama, sucesso, alguns ainda buscam de uma certa maneira se libertarem do passado, outros ainda buscam a famosa liberdade (seja ela de expressão, intelectual, espiritual ou física) e nesse emaranhado de pensamentos fiquei pensando: O que eu busco?
Levando em consideração que para mim dinheiro, fama, sucesso, são consequência, descarto essa possibilidade. A liberdade é algo que conquistei há muito tempo também, após enxergar a vida de outra maneira e sendo assim, ela estaria descartada pois já anda comigo e antes que você possa pensar e me entender mal, liberdade para mim não é a famosa esbórnia, liberdade para mim é você pensar por você mesmo e ter convicção que é verdadeiro .
Mais uma vez caio no amor.
O amor verdadeiro para mim é o que governa a vida, é o que me faz respirar e acredito que seja assim com boa parte das pessoas que muitas vezes não se "atentam" para isso. Começo então meu desenvolvimento de atração que vai muito além da atração física. Acredito que tudo começa pela lei da atração do que se busca e isso é mais real que você possa pensar. Ficar de braços cruzados esperando que caia do céu é algo que não acredito, a não ser quando é chuva. No dia a dia recebo amor das pessoas que são minhas amigas, de pessoas do meu trabalho, da minha família, dos meus alunos...enfim, de muitas fontes, porém não é desse amor que falo e eu sei que você sabe disso. rs
Muitas vezes usamos essa lei de forma inconsciente, traçamos planos e demarcamos tempo espaço os quais sinto em te informar que não são demarcados, pensamos com o "consciente ilusório" que estamos certos do que queremos mas ao mesmo tempo com o subconsciente levantamos outdoor do que realmente necessitamos. E sem dar atenção a isso ficamos tão perdidos quanto "minhocas em alto mar".
Então, começa a tocar em minha playlist uma música chamada "Song for Someone" do U2 e o refrão desencadeia uma reação de pensamentos que me fazem aumentar o volume e cantar em alto e bom som a letra que diz:  "If there is a light you can always see and there is a world, we can always be
If there is a dark that we shouldn't doubt and there is a light don't let it go out. And this is a song
a song for someone" (Se há uma luz você sempre pode ver e há um mundo que sempre podemos estar
Se há uma escuridão que não deveríamos duvidar e há uma luz não deixe escapar. E esta é uma canção uma canção para alguém" E nessa catarse individual, o sol abre em minha janela e as nuvens começam a dissipar deixando que os raios cheguem até meu quarto. Lembro então da "Física da Busca" do Livro Comer, Rezar e Amar da escritora Elizabeth Gilbert , desço então até a sala para procurar este livro e relembrar esta interessante lei. Pego o livro e copio aqui este trecho que desde os mais "machões", aos mais sensíveis deveriam saber. Ou melhor... deveriam ler o livro e se tiver preguiça, assistam o filme, ou faça os dois porque vale a pena.
Enfim, vamos a física da busca que aparece no trecho final do livro e do filme e não entre em pânico, de longe não é um spoiler...rs

"No final, comecei a acreditar em algo que chamo de “Física da Busca”. Uma força da natureza regida por leis tão reais quanto a lei da gravidade. A regra dessa “Física da Busca” é assim: se você tiver coragem de deixar para trás tudo o que lhe é familiar e que lhe conforta – que pode ser a sua própria casa ou velhos rancores – e embarcar em uma jornada em busca da verdade, seja ela externa ou interna; se estiver disposto a considerar que tudo que lhe aconteça nessa jornada como iluminação e aceitar todos que vier a conhecer nessa estrada como um professor; e se estiver preparado para enfrentar – e principalmente perdoar – algumas das duras realidades sobre si mesmo… Então… A verdade não lhe será negada!" 

As 10:19 da manhã, abro um sorriso e respiro esse ar gelado que entra por aqui agora nesta primavera dinamarquesa de Curitiba e reforço a deia de estar no caminho certo.
Hora de continuar cumprindo a agenda do dia.
Hora de continuar cumprindo a física da busca, quem sabe o que eu busco (consciente ou inconscientemente), não está muito mais perto que imagino... serve para mim, serve para você, serve para todos nós.
Hora de seguir o trecho sabendo que é " melhor viver o seu próprio destino de forma imperfeita do que viver a imitação da vida de outra pessoa com perfeição.  Então vivo a minha própria vida por mais imperfeita e atabalhoada que ela possa parecer, ela combina comigo, de alto a abaixo."



quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Doce Novembro

Não, o título não é meu.
É de um filme que sou apaixonado e foi lançado em 2001 com direção de Pat O'Connor, ou melhor... foi lançado em 1968 (e desde muito tempo se fala sobre isso), com este remake de 2001 e conta a história de um publicitário que conhece uma mulher que é muito diferente de todas as outras mulheres em sua vida e neste mês nasce uma inesperada e avassaladora paixão difícil de manter o controle da racionalidade.
Eu particularmente acredito em tudo isso, no amor, na mudança, em paixões avassaladoras. O morno nunca fez parte da minha vida mesmo e toda vez que entra novembro esse filme me faz relembrar isso e pelo menos assisto mais uma vez acumulando vezes e vezes para contar.
Na verdade da verdade, acho que tenho um filme para cada mês da minha vida, levando em consideração uma frase que uma querida amiga de São Paulo um dia falou: "Hermano, sua vida indiscutivelmente é um filme de HQ". Até duvidei umas vezes...hoje não mais.
Uma das frases que pulsa aqui dentro e que levo comigo desde então é quando em uma altura do filme a personagem Nelson Moss diz para Sarah Deever, em meio a uma discussão:  "Sabia que pode quebrar suas próprias regras?" Isso vem ressaltar algo que eu sempre acreditei (mais uma vez), a evolução. Porque para evoluir é necessário começar quebrando nossas próprias regras e não as regras da outra pessoa. E desde então me pego pensando que por ego, por nossas regras, criamos nossos fantasmas, nossas correntes da prisão, nos condenando a viver em um mundo repleto de perguntas sem respostas e assim perdendo (de fato), o que poderia ser profícuo em troca de umas crenças sem sentido que nos obrigamos a acreditar, que  nos leva do nada a lugar nenhum e  assim, perdemos a chance de ser feliz e ficamos correndo atrás do próprio rabo como cachorros que não vêem nada para fazer ou brincar. E até com isso nos acostumamos.
Quantas vezes já ouvi a frase de pessoas: "Para mim quando é assim, é assim e pronto". E nestes
casos baseados em questionamentos desse filme, me pergunto: Até quando vamos perder por soberba?
O verdadeiro sentido da evolução talvez esteja aí. Abaixar a guarda, o que você tornou algo costumeiro na vida pode mudar e DEVE muda pelo simples fato de que já foi e tudo que evolui muda. A evolução da vida consiste nisso, nessas pequenas mudanças que nos parecem gigantescas, porque não e fácil mudar o que se torna costumeiro, mas é possível. E é sobre isso que esse filme trata, sobre mudanças, sobre permissões e evolução, sobre não importar com O QUE SE TEM mas sim com QUEM SE TEM.
Sim! Os filmes servem também para isso e é por isso que optei em trabalhar com a arte em minha vida. Para abrir olhos, para abrir MEUS olhos.
Não vou negar que gostaria de dar um "spoiler", mas seria desleal caso você não tenha ainda assistido.
Então te dou a dica: ASSISTA!
E se já assistiu, assista de novo!
E para fechar este texto em homenagem ao doce novembro que entra, encerro meu texto com uma série de frases deste filme, para me fazer pensar, para te fazer pensar...três frases que pegam ali, na alma e são verdadeiras: "A vida não é perfeita"   -  "Tente não ter razão de vez em quando, seria bom para o meu ego" - " O que quer que você faça na vida, será insignificante. Mas é muito importante que faça porque ninguém mais fará.Como quando alguém entra na sua vida e metade de você diz: "você não está preparada" Mas a outra metade diz: "Torne-o seu para sempre!". 
Bom... assista "Doce Novembro" e depois você me conta. Que este mês, o penúltimo do calendário Juliano, nos traga uma certa consciência antes que o ano acabe ou antes que seja tarde.
Sejam Bem Vindos à novembro e que seja doce.


segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Pausa

Depois de muito tempo descobri que o segredo da minha música não está nas notas, está na pausa. Assim como na fala, assim como quando se lê a escrita descrita nas entre linhas de um livro, uma mensagem, um texto de interpretação, assim como na bula do remédio, assim como em minhas aulas, cursos ou em minhas direções no cinema, assim como na vida.
A pausa gera um ato reflexivo que muitas vezes esquecemos de fazer através do pensamento pontuado que gera a mudança comportamental mediante aos fatos do dia a dia.
A pausa chega a  gerar um desconforto (pela falta de costume), quase que essencial para a vida que a cada dia se torna mais corrida e acaba descomedida.
Muitas vezes pela falta de pausa, oportunidades  escapam pelos dedos, chances se perdem por medo,  idéias  nunca saem do papel,  atitudes insistem em continuar em afirmações como: "eu sou assim e pronto" vomitando palavras baseadas em ações que nascem apenas de um breve pensar
deixando que sobre covardia abafando assim  a falta de coragem até para ser feliz.
Eu construo, tu constróis, ele constrói, nós construímos,  vós construís, eles constroem palavras sobre muitas ideias procrastinando a pausa. Então... eu pauso, tu rebates, ele contesta, nós discutimos, vós concluís, e todos comentam descomedidamente sem dar tempo a ação, como se precisássemos fazer moral com meio mundo somente para ter o gosto de ser aceito em tal meio.
E mais uma vez nos perdemos.
A pausa ajuda a separar o joio do trigo, a pausa faz com que possamos analisar fatos para corrigi-los, a pausa ajuda no nascimento de reflexões para que possamos fazer, refazer, reparar atos inconscientes ou inconsequentes... a pausa ajuda a melhorar.
Sem a pausa não existiram ondas no mar pois tudo seria contínuo, sem pausa o vento seria constante, sem pausa as chuvas cairiam sem cessar e entre um pingo e outro ela não se existira tornando assim consequentemente, enxurradas contínuas.
A pausa é mais importante que imaginamos, acredito que seja ela que realmente desenha a vida, dita o ritmo de tudo, é a pausa que nos faz não enlouquecer e nos mostra que pode ser a solução para não preferir em optar por derrotas prévias desperdiçando a oportunidade de merecer a vitória. É ela que nos faz perceber que tudo pode mudar conforme onde ela estiver, inclusive nós.
PAUSA





segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Desejo

Para você, para mim, para nós...
  • Manhãs de céu azul
  • Beijos abraçados
  • Beijos demorados
  • Beijos ardentes
  • Sexo ardente
  • Sexo "al dente"
  • Vinhos degustados
  • Boca com gosto de vinho
  • Coragem
  • Coração
  • Alto da montanha
  • Noites em frente ao mar
  • Passeios despretensiosos
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Dos desejos não quero muito, apenas o que tenho em minha lista que, assim como em uma lista de super mercado, pode estar faltando algum item que lembrarei  no decorrer da "compra".
Dos meus desejos, quero dar, receber e compartilhar da mais honesta forma propondo a experiência de vivenciar a flor da pele a mais perfeita mistura entre os seus e os meus (desejos), se transformando em uma simbiose sem que se percam as essências únicas de cada um. E assim nos perderemos juntos no meio da noite, no meio do dia, no meio da vida e acordaremos abraçados em algum lugar ouvindo o som do vento entre as árvores, com as flores espalhando seu cheiro, ouvindo o som dos pássaros, ouvindo o som do mar, compartilhando uma experiência única de viver sem (se) enganar.
Afinal, há encontros na vida em que a verdade, o desejo e a simplicidade são o melhor artifício do mundo, assim como respirar. Como escreveu Rubem Alves: "Simplicidade é isso: Quando o coração busca uma coisa só.Concerto para Corpo e Alma".
E viva a arte da vida, viva a arte do simples viver.











sábado, 30 de setembro de 2017

Sobre a Noite Passada (conversas, vinhos e afins...)

 Ao lado da lareira que ardia em chamas, entre vinhos, queijos e afins...divagamos em ótimas conversas que se perderam noite a dentro até o dia clarear. Seguem as conclusões que permaneceram em minha mente e pulsam aqui dentro fortemente até agora...
Entre os vários tipos de liberdade, quero a liberdade acompanhada.
Aquela liberdade de ter alguém ao seu lado que você poderá dizer e compartilhar o que quiser e saberá que ali ficará e o que lhe for confiado, ali você guardará.
Quero a liberdade de sorrisos frouxos, de caminhar lado a lado sobre a grama, a liberdade de poder levar alguém em um lugar especial e lá ficar por horas, olhando para o nada.
Quero a liberdade do silêncio, das palavras ditas e mal ditas, que somente quem compartilha entenderá e saberá o que filtrar por se tornarem cúmplices de uma realidade nascida ali daquela nova história que passa a ser escrita.
Quero a liberdade de terceiros não dizerem para mim como devo agir e como devo ser, a liberdade da compreensão entre um laço estabelecido que somente os verdadeiros amantes tem. A troca verdadeira seja no fim de tarde em frente ao mar  assistindo o por-do-sol, seja perdido no meio da noite em algum lugar.
Quero a liberdade de beijos ardentes, carinhos e delícias perdidos no meio da noite, no meio do dia, sem precisar agendar, seja qual hora a hora que for.
Quero a liberdade (até), de poder cobrar e ser cobrado, mas somente pela pessoa a quem liberdade dei. Pois é aí que se comprova a verdadeira troca de liberdade, sabendo o limite do outro eu e do meu eu próprio. Não existem relacionamentos que não sejam assim, e até os famosos "relacionamentos abertos" comprovam isso, sempre vão existir regras e até para isso é necessário a liberdade.
Quero a liberdade de cafés despretensiosos, liberdade dos olhares que se entendem e compactuam mais de mil palavras apenas pela troca de um olhar, liberdade de energias que se completam quase se tronando somente uma.
Quero a liberdade de poder ser e estar, a liberdade que ultrapassa a redoma de vidro, que ultrapassa a liberdade vigiada sem precisar se enganar. É assim que se constroem laços, é assim que as rochas ganham formas, pois se estivessem dentro de uma redoma, o vento não conseguiria entalhar e não aconteceriam  mudanças em sua forma.
Quero a liberdade de oferecer tudo que há de melhor em mim e tudo que há de melhor ganhar.
Quero a liberdade de poder ser e poder estar, sem isso nada vale a liberdade inventada em regras mal compartilhadas de um livro da "sociedade perfeita", que insistem em me obrigar a reverenciar.
Quero a liberdade do respeito, pois sem ele não vamos em nenhum lugar, saber dar o respeito e respeitar é uma forma de fácil compreensão, porém ainda mal compreendido. Tendo isso quero caminhar junto com um outro alguém, ajudando, sendo ajudado, sabendo que por mais que reme algumas vezes o barco sozinho, com alguém junto é mais fácil longe chegar.
É fato que as pessoas tem se iludido com uma falsa liberdade, e é necessário mais uma vez esclarecer a diferença brutal, entre liberdade e libertinagem.
Liberdade e libertinagem são dois conceitos relacionados e que muitas pessoas confundem. Os dois são fulcrais no processo de tomada de decisão do ser humano, e revelam atitudes diferentes dos
indivíduos.
A liberdade consiste no direito de se movimentar livremente, de se comportar segundo a sua própria vontade, partindo do princípio que esse comportamento não influencia negativamente outra pessoa. De acordo com a filosofia, a liberdade é a independência, autonomia e espontaneidade do ser humano.
Por outro lado, a libertinagem é fruto de um uso errado da liberdade, porque demonstra irresponsabilidade, que pode prejudicar não só a própria pessoa, mas outras pessoas também. Quem age com libertinagem, revela não se importar com as consequências que o seu comportamento pode ter. Em muitos casos, a libertinagem é traduzida por uma ausência de regras ou regras estabelecidas somente por uma pessoa que a pratica. Desta forma, alguém que bebe e depois dirige, é um exemplo de alguém cuja atitude evidencia libertinagem, pois está colocando em risco a sua vida e a vida de outras pessoas.
A famosa frase  "A liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro.", atribuída por muitas pessoas ao filósofo inglês Herbert Spencer, indica que a verdadeira liberdade respeita o próximo, e o seus direitos.
Já a libertinagem assume uma mentalidade oposta: "Eu posso fazer tudo o que eu quiser, ninguém tem nada a ver com isso e ninguém pode me impedir." Um libertino é alguém rebelde, egocêntrico, embrutecido, escravo de todos os desejos que surgem na sua mente, e por esse motivo a libertinagem é a principal causa de barbaridades. A libertinagem escraviza e mutila o ser humano, enquanto o oposto - a liberdade - o capacita a ter uma convivência saudável com o seu próximo.
Quer ser confiado? Dê confiança.
Quer ser compreendido? Dê compreensão
A vida é muito curta para ser pequena e com os pequenos aprendizados do dia a dia, podemos ir mais longe e sermos muito mais felizes de verdade.
Sim, quero a liberdade de junto com alguém ser realmente feliz sem perder a felicidade entre meus dedos, quero poder dar e receber de uma forma verdadeira, sem ilusões para poder fazer a mágica do dia a dia acontecer.
Me disseram que este pensamento é um tanto quanto utópico...
Eu acredito em utopia.
A mágica só acontece quando você SE permite e permissão é algo que eu não tenho poupado em minha vida.
Permita-se e você verá que é possível!

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Hora de Partir?


Este está entre um dos posts mais pessoais que escrevo. Levando em consideração que são mais de 40.000 visualizações mensais neste blog e não conheço pessoalmente (mas agradeço), a maioria de vocês que me acompanham, seria quase como abrir o meu coração, mas também não tenho problemas com isso não.
 Antes de escrever este texto, pensei bastante, refleti basante e lembrei da passagem de um antigo livro que diz: "Conte suas histórias, dê seu exemplo. Diga a todas as pessoas que é possível ir e vir, não existe regras para isso. Diga que a vida não pode e nem deve ser formatada para que não nos tornemos máquinas de nossa existência. E assim todos sentirão coragem de enfrentar suas próprias histórias."
E é assim, seguindo este preceito que vou relatar para vocês uma história muito pessoal (como já disse), que fala sobre partidas, chegadas, decisões e coragem.
Há alguns dias atrás, recebi uma proposta para me mudar para Recife-PE, para assumir a direção de conteúdo de vídeo de uma grande agência. Não vou negar que me senti lisonjeado pelo reconhecimento do meu trabalho, afinal é muito bom quando pessoas reconhecem "seu" talento o qual vem sido batalhado há muito tempo . Um bom salário compatível com o cargo, algumas regalias. Me deram uma semana para pensar e analisar a proposta.Não vou negar que mexeu muito comigo e a princípio decidi ir. Estava tudo certo aqui em minha mente. Cheguei a pesquisar lugares para morar, fazer cotações nos bairros de Recife. Logo em seguida, pensei nas vezes anteriores as quais  fizeram propostas para que eu fosse embora de Curitiba-PR (cidade onde atualmente resido). Das duas vezes anteriores "coisas" estranhas aconteceram para que eu não fosse. Como se um imã me segurasse aqui. Como se estivesse preso a um livro de histórias e não devesse sair antes do final. Algo (o que ainda não sei qual), fez com que eu ficasse das outras duas vezes.
Várias opiniões  chegaram até mim (como sempre), se tratando de uma pessoa pública (ou não), faz parte do caminho receber, analisar e filtrar estas opiniões. Não vou negar que perdi algumas noites de sono pensando nisso. Meu prazo para dar a resposta encerrava dia 25 de setembro de 2017, segunda-feira.
Nada mais me seguraria aqui. Certo?!
Talvez não.
Pensei, repensei, pensei na distância maior que estaria dos meus filhos (que não moram comigo), pensei no quão difícil seria vir ver eles e viver mais distante deles. Pensei na minha produtora "Hemisfério Filmes", e tudo o que eu havia planejado para o crescimento dela que está "andando" de vento em popa. Pensei na minha coragem de encarar novos lugares, como sempre foi. Pensei em todas histórias que vivi aqui nesta terra.
Fora isso não pensei em mais nada.
É hora de partir.
Porém, como sempre digo, o dinheiro não é tudo e não há nada de mal ir e voltar com suas opiniões, desde que se escute a voz do teu coração. Certo?
Certo.
Neste momento, minha intuição pulsa forte.
Entre as opiniões, ouvi pessoas dizendo que deveria ir sem pensar, ouvi das outras pessoas que tinha que usar toda a coragem que eu passo para ir, outras ainda dizendo para eu ficar porque até para ficar seria preciso coragem. Ainda algumas (poucas, pouquíssimas),  dizendo para ficar pois tinham histórias para serem terminadas aqui.
Bom, entre tantas opiniões, a certeza que tenho é que nesse caso não tem nada haver com coragem, visto as inúmeras aventuras e inúmeros lugares que já vivi por este mundão. Algo insistentemente pulsa aqui dentro e se tem algo que não brigo mais, é contra minha intuição.
Lembrei do antigo ensinamento que diz " O guerreiro da luz conhece a importância da sua intuição. No meio da batalha, ele não tem tempo para pensar nos golpes do inimigo - então usa seu instinto, e obedece ao seu anjo. Nos tempos de paz, ele decifra os sinais que os Deuses lhe enviam."
Sendo assim, após a "milésima" reunião, esta última via skype, dei minha resposta final e decidi ficar.
Não é fácil ter uma decisão na cabeça e voltar atrás, mas é honroso. Por sinal, uma das coisas que aprendi é que voltar atrás é digno e as palavras não são eternas, visto o nosso dia a dia, ainda mais sabendo que atrás da máscara de gelo que de vez em quando nós usamos, exite um coração de fogo.
Decidi ficar pelas inúmeras coisas que acontecem "aqui dentro".
Decidi ficar pelos meus filhos.
Decidi ficar pelos rumos que minha produtora e as coisas vem tomando de uma forma maravilhosa.
Decidi ficar porque minha intuição pulsa forte dizendo que minhas histórias por aqui não acabaram e este não é o fim do livro (mesmo não sabendo qual é o fim).
Recebi muitos conselhos para que eu já fizesse as malas e fosse, recebi alguns conselhos para que eu ficasse e agradeço à todos os conselhos que chegaram até mim, sei o quão é essencial todas essas informações porém, a decisão final sempre é nossa, ou nesse caso minha.Porque só cabe a mim o caminho que me foi confiado. Nesse caso, acabei mais uma vez seguindo o conselho do bom e velho Carlos Castañeda que diz: " Qual desses caminhos tem um coração?".
As vezes, mesmo sem ir é preciso voltar porque algo foi perdido, ou uma mensagem que devia ter sido entregue foi esquecida no seu bolso. Ou ainda, quando achamos que é o final da história, ainda resta o epílogo para começar o próximo livro de nossa trilogia por este mundo. Um caminho bem cuidado (nesse caso no sentido de vida), permite que você volte atrás sem grandes problemas desde que você use sua energia para cuidar e conservar o chão que acolhe seus passos.
Não vou dizer que foi fácil mais uma vez negar e optar por algumas coisas que ainda me incomodam, mas sei que necessário é. E é nesse momento que adubo e mantenho os silêncio que venho cultivando, tentando entender tudo isso, mas dessa vez sem tentar adivinhar "o que me prende aqui", desta vez estou disponível para a vida e  não tentarei adivinhar os próximos capítulos da história, isto se chama maturidade.
Só posso dizer que com tudo isso estou feliz, respirando, de peito e braços abertos. Sentindo e permitindo receber o que a vida tem me reservado de melhor. E assim tem sido!
 Acredito que cada um de nós tem uma lenda pessoal, uma história que precisa ser escrita e precisa ser contada. Alguns chamariam de destino, eu chamo de roteiro da vida. Assim como em uma novela, as atrizes e atores, nunca sabem quais os próximos capítulos que irão gravar, o autor sabe (ou não). Sendo assim, acredito que a vida seja um pouco isso também. Como diria Lulu Santos: "Só que dessa história ninguém sabe o fim".
Não vou negar que eu não fico intrigado, porém diferente de antes,  assumo por inteiro minha lenda pessoal ou ainda... a razão da minha vida. Ouço muitas pessoas dizerem que minha fé e minha coragem são admiráveis. Não vou negar que fico orgulhoso por alguns minutos porém, logo me vejo envergonhado do que escuto, porque não tenho toda essa fé que demonstro pelo fato de ser humano.E são nesses momentos que ouço o vento, minha consciência, meu anjo sussurrarem: "Você é apenas um instrumento da luz. Não há motivos para vangloriar-se, nem para se sentir culpado; há motivo apenas para cumprir seu destino."
Sendo assim, ouço e fico mais seguro guardando aqui dentro a certeza de onde quero chegar.
E sendo assim, me desligo da ideia de dias e horas, e presto atenção cada vez mais atenção aos minutos e segundos, passo a prestar mais atenção nas "pausas" do que nas "notas".
E sendo assim, estou pronto para o melhor que a vida tem a me oferecer sem precisar sair deste lugar, porque as maiores mudanças (assim como as guerras), são as mudanças internas e se algo mais forte me diz para ficar... é que algo mais forte está para acontecer!
Se você me pedisse um conselho hoje, este seria -  Ouça sua intuição, aceite conselhos, aceite ajuda, somente assim se chega em algum lugar. Fora isso, nada faz sentido.
Até breve!


.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Ditando o sentido da vida.

Qual é a hora certa para partir?
Qual é a hora certa para ficar?
Qual é a hora certa para ir?
Qual é a hora certa para voltar?
Qual é a hora certa para desistir?
Qual é a hora certa para tentar?
Qual é a hora certa para dizer?
Qual é a hora certa para silenciar?
Qual é a hora certa para sentir?
Qual é a hora certa para amar?
Qual é a hora certa para esconder?
Qual é a hora certa para anunciar?
Qual é a hora certa para perder?
Qual é a hora certa para ganhar?
Qual é a hora certa para ser?
Qual é a hora certa para estar?
Qual é a hora certa para dormir?
Qual é a hora certa para acordar?
Qual é a hora certa para ver o sol nascer?
Qual é a hora certa para ver o sol apagar?
Qual é a hora certa para ter?
Qual é a hora certa para deixar?
Qual é a hora certa para sentir?
Qual é a hora certa para vivenciar?

Há muito tempo parei de querer ditar o tempo, ditar a vida. A partir disso, minhas escolhas se tornaram reflexo de minha personalidade sem que eu precisasse mais provar nada pra ninguém, porque minhas ações estavam ali, estampadas para quem quisera ver. Me tornei um viajante da vida, proporcionando sentir totalmente minhas emoções e neste momento, no alto de uma montanha, deixei de ser ateu de mim mesmo e passei a compreender a frase de Nietzsche em sua essência que diz: "E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música." Transformei meu caminho em um espelho de mim mesmo e hoje, não me deixo de maneira nenhuma influenciar pela maneira que os outros cuidam de seus caminhos pelo simples fato de ter minha alma para escutar, e os pássaros para me contarem o que minha alma está dizendo.
Sendo assim, desejo de verdade que suas histórias sejam belas e agrade tudo que está em sua volta. Sobretudo, que as histórias que sua alma contar durante a jornada, possam ser refletidas em cada segundo de percurso para  experimentar o verdadeiro sentir, o verdadeiro entregar, sem amarras, culpas ou algo que te impeça de ser realmente feliz.
Sim, todos nós temos problemas que precisam ser encarados. Por que não fazer isso hoje? Parar, pensar, filtrar as histórias que chegam até nós (ou nós mesmos criamos), respirar, nos ouvir, ouvir o som da nossa respiração, do nosso coração... e estabelecer que é hora de não aceitar mais qualquer coisa que nos faça esquecer de nossa essência, nossa verdadeira identidade e nossos sonhos, nos forçando apenas viver da maneira automática como querem que vivamos.
É hora de deixar de sermos rasos para nos tornar um profundo e fantástico oceano repleto de surpresas e emoções (o ministério da saúde adverte: mergulhar "de ponta" no raso, pode te tornar paraplégico).
Enfim, é hora de entender quem somos, o que sentimos, o que estamos fazendo aqui neste momento, ao invés de querer ficar determinando a Agenda da Vida. E depois de tudo isso, conte sua história, dê seu exemplo, diga a todas as pessoas que é possível e assim as outras pessoas sentirão coragem para enfrentar suas próprias montanhas, seus próprios caminhos  e não se esqueça: mantenha a calma, lute pelo que acredita (sem tentar provar nada pra ninguém), guarde a calma silenciosa de quem escolhe seu próprio destino sem precisar culpar coisas ou pessoas e principalmente, ame seu caminho porque sem isso, nada faz sentido.
Bom dia!