sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Encontro (Antes do Sol Nascer)

Ela, deitada em seu sofá.
Ao fundo a música suave que parecia vir de longe.
Clima ameno.
Luz apagada.
Vestia apenas uma camiseta.
Grande, branca, larga.
A única incidência de luz que entrava naquele ambiente vinha de fora e entrava pela janela.
Fechou os olhos calmamente e sentiu o cheiro dele que pairava no ar.
Sentiu o toque de suas mãos em seu rosto, em seu braço.
Sentiu a boca que passeava pelo seu ombro, pescoço, rosto.
Abriu os olhos repentinamente e a sombra dele estava lá.
Estampada na parede.
Caminhou até a pia, pegou uma garrafa de vinho já aberta, serviu duas taças.
Voltou para seu sofá.
Em uma mão segurou uma taça e com a outra estendeu para a sombra que estava na parede.
A sombra por sua vez, saiu da parede e das mãos dela pegou a taça de vinho.
Ela fechou os olhos.
Sentiu o vento.
Parou no tempo.
Se entregou.
Por mais que lutasse não conseguia mais fugir.
E dançaram pela madrugada
O corpo com alma e a alma sem corpo presente, mas estando onde queria estar, só esperando a chance a contento de com ela poder ficar.
O corpo com alma e a alma com corpo ausente.
E dançaram pela madrugada.
E se amaram antes do sol nascer.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A Encruzilhada

E ali estava eu em mais uma encruzilhada me permitindo parar e pensar em que direção seguir. Olhei para o sol que já se preparava para dar lugar a dona lua e percebi que não podia ficar ali muito tempo ou jamais sairia do lugar.
Sabia que tinha que refletir bastante sobre a escolha tomada e tinha certeza que dado o primeiro passo, deveria esquecer definitivamente aquela encruzilhada. Caso contrário correria o risco de ficar sendo torturado pelos meus medos e pensamentos que se transformariam em inúteis perguntas tais como: "Escolhi o caminho certo?"
Eu? Eu estava em processo e naquele momento já havia aprendido a escutar meu coração e dar a devida importância a minha intuição (antes de executar qualquer movimento),  tinha a nítida certeza de que se escutasse o meu coração e acreditasse em minha intuição, eu estaria no caminho certo!
Talvez todo esse empasse na beira do caminho tenha sido dado no eterno conflito de nós seres humanos que é travada pela batalha: Eu x Meu Coração x Opiniões alheias - Dando a certeza que temos que nos contentar com as regras impostas, inclusive para amar. Com frases: "Este amor é impossível!", "Contente-se assim e está bom, pois as coisas são assim mesmo", e outras frases do gênero comum a todos.
Uma coisa eu digo: para mim  nunca existiu amor impossível, nunca me deixei intimidar pelo silêncio, pela indiferença ou pela rejeição. Durante minha última caminhada aprendi que atrás da máscara de gelo que as pessoas usam, existe um coração de fogo. Talvez seja por isso que me arrisco mais que os outros e busco incessantemente o amor não me deixando assustar quando verdadeiramente busco o que preciso. Tenho certeza que sem amor eu não sou nada.
Sei que mesmo assim,  muitas pessoas ainda acabam destilando seus pré conceitos dizendo:"Está louco, vive em um mundo fantasioso confiando em coisas que não tem lógica!"
Juro, que antes eu me preocupava com estes impertinentes comentários, hoje não mais me atingem pois tenho a certeza que a intuição é o alfabeto do universo, e continuo escutando o vento, falando com as estrelas, buscando ser realmente feliz. É obvio que muitas das coisas faladas, pensadas, serão injustas. Estas continuarão constantemente acontecendo. Muitas vezes, durante esta caminhada,  me vi em situações as quais tenho certeza que não merecia, geralmente em momentos os quais não tinha condições de me defender. E foi justamente nestas horas em que fiquei em silêncio. Não gastei energia em palavras (afinal de contas elas não podem fazer nada), percebi que era  melhor usar as forças para resistir, tendo paciência e tendo a certeza ALGUÉM estava olhando e me dando justamente o que necessitava: TEMPO. Tendo a certeza que tudo (cedo ou tarde), voltaria a trabalhar a meu favor.
Sendo assim, com absoluta certeza, assumo perante vocês queridos, a minha Lenda Pessoal - a razão da minha vida. Sei que alguns poderão pensar ou vão dizer (como já ouvi) - "Olhem, a fé dele é inabalável!"
Fico orgulhoso por alguns momentos, e logo me sinto envergonhado porque não tenho a fé que demonstro. É quando ouço uma voz que sussurra em meu pensamento: " Você é apenas um instrumento de luz. Não há motivos para ficar orgulhoso e nem se sentir culpado; há motivo apenas para cumprir seu destino" Instantaneamente  fico tranquilo, seguro, consciente e tenho a certeza que todos (de algum modo), somos instrumentos.
Com tudo isso, e os problemas? Continuam?
Sim! Todos nós temos problemas, que precisam ser encarados, sendo assim - Por que não fazer isso hoje? Parar. Pensar. Eventualmente sofrer um pouco. Mas, no final, entender quem somos, o que sentimos, o que estamos fazendo aqui  neste momento ao invés de querer ficar determinando a "Agenda da Vida"?!
Afinal, nada, absolutamente NADA neste mundo é dado de presente, as lições mais importantes são sempre aprendidas com muito esforço e dificuldade. Sendo assim que tal não se desesperar, se desgastar, perder tempo culpando os outros, perder tempo criando fantasmas ou histórias fantasiosas... Afinal em cada gesto destes que aplicamos estão as responsabilidades de nossas escolhas. Nossas vidas (minha, sua), são lutas constantes, e os desafios?
Os desafios não são bons ou ruins, são apenas desafios...
O sol baixou...
Vou voltar a caminhar até a próxima montanha... Nos vemos em breve.
Paz, amor, harmonia e coragem.



segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Gratuito



Faça já a sua e seja aceito em uma sociedade normal! O que não pode deixar de acontecer é: PROMETER!


terça-feira, 5 de novembro de 2013

Uma carta para que eu não (me) esqueça.

É, faz tempo que não passo aqui.
Isso serve para concretizar que não faço nada por simplesmente fazer, assim como não falo por falar, penso por pensar, ajo por simplesmente agir...
Parado aqui, na terceira curva após a margem do rio, recorrentemente estava me questionando: Que mania essa a nossa de ditar regras e acreditar que tenha que ser assim ou assado, por simplesmente acreditar em uma sucessão de fatos que insistem em ditar?
Que mania essa a nossa de acharmos que para ser feliz só existe um meio? 
Que mania essa a nossa de acreditar que nossos fundamentos são únicos e nem se quer olhar aos demais (milhares), que existem em nossa volta? 
Que mania essa nossa de nunca "dar o braço a torcer"?
Bater na mesma tecla...
Acreditar nos velhos preceitos...
Que mania é essa?
É a mesma mania que faz com que tranquemos a porta para nós mesmos. A mesma mania de olhar vagamente para o nada esperando o tudo como se quiséssemos falar muitas coisas, mas insistindo em permanecer mudos diante aos fatos que se sucedem.
Eu sei, já fui assim.
É quando perdemos muito por muito pouco.
A morosidade me corroe, a falta de coragem não me agrada, qualquer tipo de ego me irrita, qualquer coisa mal dita deixa mágoa.
Prefiro a coragem de enfrentar do que a estupidez do acreditar por acreditar.
Prefiro a coragem de cair do que a estupidez de não levantar.
Prefiro a coerência incoerente do que a incoerente coerência.
Prefiro arriscar do que a comodidade de sempre querer que seja como eu quero!
Olhando para os olhos que me olham neste momento, em meu espelho, encarando francamente meu olhar desnudo que olha para dentro do meu eu, ouço ao longe uma alegre música que lembro ter ouvido em minha infância e lembro das palavras de Sarah Westphal que li inúmeras e repetidas vezes em um dos livros que comprei em minhas viagens que desde então viajam comigo e dizem...

"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. 

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. 

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu." (Sarah Westphal )
Fecho livro, sinto o vento que toca o meu corpo, ouço ao longe o rio que corre, respiro profundamente deixando o ar puro inflar meus pulmões, me levanto... preciso caminhar.