terça-feira, 28 de novembro de 2017

Até onde vai SUA CORAGEM?

Era fim do dia, disse então para pegar as malas e entrar no próximo trem que partiria em alguns instantes,  porque não poderia partir. Ali deveria ficar, segundo o que fizeram acreditar desde que havia chegado naquele lugar.
Ouviu então: “Vem comigo! Vamos conhecer e conquistar outros mundos”


“Não posso”- respondeu – “Acredito que é isso que tem que ser feito, o mundo que você propõe é um mundo de sonhos inatingíveis,  acredito no meu modo de vida e nas regras as quais criei a partir do que eu vi e conheço, me fizeram acreditar que... não vou. Pensei que seria diferente, mas não foi.  Vá e não volte com suas ideias megalomaníacas sonhadoras, e quando eu digo vá, vá mesmo, nem se atreva a olhar para trás. Desculpe minha sinceridade mas, é o que eu acredito no momento”
O trem apitou uma vez
- Ainda há tempo
- Não há mais tempo
- Pode ser diferente, por que não tenta?
- Porque não quero
- Como tudo acaba assim? O sonho de ser realmente feliz , o sonho de ir mais longe, o sonho...
- Não é isso que quero e quando digo não volto atrás, minha palavra final é sempre assim. Agora entre no trem, não quero que você habite aqui.
- Mas...
- Tchau
O trem apitou a segunda vez
As lágrimas escorreram pelos olhos que se tornaram embaralhados, o sino da antiga estação começou a tocar, pessoas acenavam para que subisse logo no vagão, muitas pessoas queriam que não olhasse para trás, afinal escolhas, são escolhas e não podem ser mudadas. Certo?
Errado! Isto faz parte de crescer, isso faz parte da evolução. As escolhas, tudo o que te disseram, tudo pode estar errado, porém ficaria ali? Esperando na estação? E a indignação e tudo o que acreditara até então? Permitira lhe agredir novamente.  Sim, nos agredimos e nem percebemos. Reencontrar todos os fatores que um dia lutou contra, deixar as lembranças ruins dominarem é sinal que nunca seriam apagadas pelo simples fato de acreditar no que acreditava e não abrir mão.
Se privara então de conhecer novos mundos, novas pessoas, novos sabores. Talvez patinaria na lama pelo resto da vida devido suas escolhas, suas crenças, por achar que suas decisões eram únicas e inabaláveis.
O trem apitou pela terceira vez
Ficou olhando a outra pessoa que subia no vagão e na porta deste vagão ficou olhando quem ficara na estação. E a pessoa que ficara na estação, olhava e pensava: Até que enfim a liberdade!
Mal sabia que a liberdade estava no trem que partia repleto de sonhos de pessoas que se permitiam e quebravam regras impostas. Mal sabia que a liberdade ia além de crenças, mal sabia que... Sentiu uma mão nos ombros: “Boa escolha. Ficando aqui você terá tudo que precisa e sendo assim você será realmente feliz, deixe partir o que não lhe faz bem, porque o que te faz bem está somente aqui.”
Começou então a lembrar dos sonhos, começou a lembrar das conversas, tentou silenciar a voz do coração de todas as formas mas foi em vão. A voz do coração pulsava de um modo diferente.
O trem já se distanciava, a outra pessoa sumira para dentro do vagão, olhava para o trem que partia e imaginara que não haveria mais lugar, não haveria mais tempo. E se aquele fosse o último trem que fora passar ali? E se aquela fosse a última oportunidade de partir e seguir novos rumos? E se...  Saiu correndo em disparada a fim de alcançar o trem que já começava a ganhar velocidade. Correu, correu muito e conseguiu se dependurar no último vagão. Quase caiu. Uma parte das pessoas que estavam na estação gritava: “Volta, não faça a escolha errada”. Outra parte gritava: “Vai se dar mal.”  E ainda poucas pessoas gritavam: “Vai, vai ser feliz de verdade, quebre as regras, torcemos por você”
Subiu no vagão, esbaforindo passou pelo primeiro que subiu, continuou andando olhando para todos os lados, começou a correr entre os vagões até que a sua direita olhou, viu a pessoa que estava sentada ao lado da janela olhando para o lado de fora, balbuciou “posso me sentar ao seu lado?” A outra pessoa olhou prontamente, ao lado dela havia um lugar.
O silêncio de segundos que parecia uma eternidade era quebrado pelo barulho das rodas no trilho. Foi quando ouviu a frase: “Senta, este lugar é seu e eu estava te esperando”
As lágrimas mais uma vez encheram os olhos mas agora era de felicidade.  Nada tinha sido por acaso.
Se você me pedisse um conselho hoje, este seria:
Não perca seu trem, corra atrás do seu vagão, não perca a chance de ser  realmente feliz porque o trem pode nunca mais passar. Para correr atrás do vagão é preciso coragem. Coragem de arriscar, coragem para quebrar as regras que fizeram você acreditar, coragem para quebrar as regras que você criou, coragem para assumir o lado aventureiro de quem é capaz de partir para não mais voltar. Voltar às velhas formas de viver, voltar às velhas formas de pensar, voltar a ser o que se era e não o que se é, voltar para o que não te faz feliz. Tudo o que passa, passa se você tiver coragem para isso.
Caso contrário, ficará na mesma velha estação de sempre.
Ouça a voz do vento.
Ouça a voz do seu coração.
Então corra, corra porque tem um lugar dentro de um desses vagões que é seu e caso você não chegue...  será de alguém.
Ainda há tempo.
Nunca desista do que te faz feliz.
Boa viagem.


segunda-feira, 20 de novembro de 2017

PODE SER EU, PODE SER VOCÊ. (uma fábula contemporânea)

[NOTAS DO AUTOR: 
a) A personagem protagonista desta história não tem nome e muito menos gênero sexual justamente para que você possa se colocar no lugar dela.
b)Caso queira poderá escolher também como personagem a estrela, o golfinho, a gaivota. O que importa é que após sua primeira leitura, você escolha sua personagem, defina as outras e participe desta história.
c) Nesta página existe uma seleção natural de músicas em uma playlist criada por mim. Porém, vc só conseguirá ouvir em desktop ou laptop. Nunca tentei em tablet porém eu sei que em celular não dá. Caso queira tentar, sua história terá uma "outra cor".
Boa leitura, boa viagem e obrigado por acompanharem a Fogueira das Vaidades.]


Caminhava durante muito tempo pela floresta na encosta da montanha. Logo abaixo o grandioso e velho mar. Já havia passado muitas e muitas vezes por ali, só não entendia como. Foi quando teve a brilhante ideia de sair de onde estava e caminhar em linha reta para ver onde chegaria. Caminhou contando seus passos. 10.898 passos para ser mais exato, 10.898 passos que fizera chegar novamente em uma outra encosta onde viu... o mar. Mediante a milhares de pensamentos que passavam por sua mente assim como o vento de um furacão, resolveu então dividir seus passos para chegar até o centro.
Caminhou 5.449 passos, virou para sua direita traçando uma reta perpendicular e caminhou. Chegou novamente a uma outra encosta. Não feliz com o resultado, deu meia volta e caminhou no sentido contrário que levou até a beira de uma outra encosta a qual quando chegou, já era noite.
Sempre conversava com as estrelas, um pouco mais com uma em específico, até que após estas caminhadas para descobrir onde estava perguntou:
- Como assim? Ando, ando e ando para sempre chegar  em frente ao mar?
- Sim (respondeu a estrela), você está em uma ilha.
- E porque não avisaram antes?
- Porque nunca perguntou.
- Bom, a verdade é que cansei de andar em círculos, cansei deste lugar, sinto que minha liberdade é escassa e quero sair daqui, preciso conhecer novos mundos. Como faço?
- Pule no mar, ele te levará para outro lugar.
- Tá, mas... aqui tenho água fresca que nasce ali na pequena nascente, tenho comida das árvores frutíferas, tenho a cabana que construí para mim, os animais e as plantas que vivem aqui que me fazem companhia  e até ajudam no que necessito. O que o mar tem a me oferecer?
- Novos mundos (retrucou logo em cima a estrela)
- E qual a segurança que você me dá?
- Não existe segurança, existe o se precaver e se jogar. Segurança? Levando em consideração a frágil vida que existe nesta terra e a maneira que  o universo gira, sinto lhe afirmar que segurança é quase que um sinônimo de ilusão.
- E se eu me jogar e bater com meu corpo em uma pedra, e se eu me jogar e demorar algum tempo para encontrar água e comida, e se...
- Você pode ficar e uma árvore cair em sua cabeça durante um temporal, você pode ficar e de uma hora para outra acabar todas as suas regalias, a fonte secar, as frutas acabarem, tudo se tornar um ambiente seco entre as inúmeras possibilidades que podem acontecer. Nesse caso, você pode ficar e se contentar, você pode ficar e...
- Tenho medo
- O medo é necessário para que você possa se precaver, o medo é necessário para que você estude seus próximos passos, porém a partir da sua definição do que realmente quer, precisa se entregar pois sem entrega o medo te dominará e nesse caso o papel de quem domina quem é extremamente necessário para a próxima ação.
- Tudo que é meu está  aqui, minhas crenças estão aqui, minhas ideias estão aqui, me levaram a acreditar que tudo isso é o certo e...
- Pare de reclamar (falou rispidamente a estrela), se for para ficar reclamando e achando que sua vida é só isso, fique aí e se contente com o que te derem. Para mim deu, preciso seguir viagem pelo espaço.
- Hei, só quero ser coerente em meu pensamento! (gritou)
(A estrela já distante, também gritou)
- Quem pretende ser sempre coerente no seu pensamento e nas suas decisões morais ou é uma rocha ambulante ou, se não conseguiu sufocar toda a sua vitalidade, um animal maníaco e fanático que perambula sozinho acreditando naquilo que é imposto se transformando em seu próprio boneco manipulável.
Aquela estrela se foi e no céu ficaram as outras estrelas e a lua que iluminava o mar. Sentou na encosta, olhou para baixo, as lágrimas escorriam dos seus olhos e em um surto de desespero, firmou em sua cabeça que seria impossível sair dali e resolveu ficar.
Um golfinho nadava beirando a encosta daquela alta ilha e consequentemente ouviu toda a conversa.
- Hei, vem! (disse o golfinho)
- Não posso (respondeu chorando)
- O que te impede? Eu te mostro novos mundos!
- Que parte você não entendeu que não posso?
- Pule! Onde estou são águas profundas, não tem pedras e caso você vá muito fundo eu te salvo.
Antes de responder à estrela, parou, olhou para o céu, olhou para o mar, deu um largo sorriso, respirou fundo e gritou:
- Tá, chega, vou pular, é hora de me entregar  e conhecer novos mundos. É hora de me libertar! Agradeço tudo que este lugar me deu, agradeço por aqui todo este tempo ter estado e aprendido, agradeço por todos os ensinamentos, mas chegou minha hora de provar novas frutas, conhecer novas cores, novos lugares, chegou a hora de realmente me entregar!!! (gritou e parou repentinamente)
Calma (pensou), preciso pegar um pouco de água potável para levar.
(gritou para o golfinho) - Golfinho, me espere um pouco, vou pegar água potável para levar na viagem!
- Claro! (gritou o golfinho)
Ele saiu correndo até a árvore de cabaças, tirou uma cabaça, abriu, encheu de água e voltou. Olhou para baixo, viu o golfinho brincando feliz da vida, pulando, fazendo graça e de tudo aquilo fez despertar risadas e sorrisos.
- Golfinho, voltei!
- Vamos?
- Então, lembrei que preciso pegar comida também!
- Tá bom, mas agilize porque se a  maré baixar, só conseguirá pular de novo amanhã a noite.
- Então vamos fazer o seguinte, deixamos passar este dia, durante o dia pego minha comida, mais água e volto amanhã a noite.
- Se preferir... sem problemas! Amanhã a noite estarei aqui.
Saiu correndo pulando de felicidade, toda ilha deveria saber! Contou a novidade para as plantas e para os animais que viviam ali, iria partir para uma nova aventura. Os amigos macacos ajudaram  a pegar bananas e outras frutas para a viagem, os coelhos separaram raízes, ganhou até néctar colhido por um casal de beija flores. Alguns aconselharam a realmente ir, outros perguntavam se  tinha certeza. Porém, em sua cabeça, naquele momento, pulsava a convicção de toda certeza do mundo. Era o ser mais feliz daquela ilha!
Passou o dia, chegara a noite e caminhou para encontrar o golfinho que estava na encosta. Os dois sorriram. Encheu os pulmões de ar, em frente ao mar e gritou:
- Tudo pronto!
- Venha (gritou o golfinho)
A noite estava estrelada e a amiga estrela estava lá, toda sorridente. Seus amigos da ilha também estavam ali na encosta da frondosa ilha para ver a nova jornada que iria se iniciar. Uns diziam "Isso não vai dar certo", outros gritavam: "Pula, pula", outros ainda diziam: "Que inveja".
Olhou para o céu,  a estrela sorriu, fechou os olhos, respirou fundo e pulou.
Seu corpo no ar lhe causava uma sensação diferente, de felicidade e êxtase que há muito tempo não sentia, voava livre como um pássaro até que seu corpo tocou a água, agora era um peixe que mergulhava em profundezas não antes conhecidas. O golfinho mergulhou, cedeu suas costas para que se segurasse e voltasse a tona, o golfinho sorria, pulava e fazia estripulias saltando. O sabor de sair dali era surpreendente. Muitos sorrisos atrelado ao frio da espinha. "Borboletas no estômago" voavam cada vez mais rápido. Olhou para trás e viu uma ilha alta perdida no meio daquele oceano que lhe reservara muitas surpresas. Enquanto nadavam naquele velho mar de infinitas possibilidades, o dia amanhecia.
Olhou para trás e viu a ilha distante.
Uma das gaivotas que moravam na ilha voou até eles e começou a dizer:
- Você esqueceu de pegar cordas caso precise fazer uma jangada
- Não preciso tenho o golfinho
- Mas e se o golfinho resolver te deixar no meio do mar?
- Nunca faria isso dona Gaivota (respondeu o golfinho)
- A comida que você tem não vai dar para um dia (disse a gaivota)
- Nós pescaremos e logo mais estaremos em um continente lindo com vários braços de mar (retrucou o golfinho)
Enquanto isso, sem dizer nada, segurando a barbatana do golfinho, seus olhos fitavam aquele ser que nadava, intercalando com a gaivota.
Gaivota e golfinho, golfinho e gaivota, algo quente subiu em sua cabeça até que gritou:
- Pare! Me leve de volta a ilha, sem cordas realmente não tenho segurança e muito menos como fazer uma jangada,  caso precise. Você é até legal golfinho, porém acho que não sabe pescar. Então realmente prefiro ter mais comida como segurança e não acho que você realmente esteja disposto a me levar a lugar nenhum.
Volte por favor. (gritou)
O golfinho, sem entender, acatando a vontade pedida, fez meia volta e voltou. Nadou novamente até a ilha da segurança.
Era fim de tarde, o por do sol estava lindo, a gaivota voava na frente, o golfinho nadava atrás levando consigo agora um peso incompreensível. De relance olhava para trás para ver o por do sol e seus olhos trocavam olhares com o outro par de olhos em despedida. Em seu dorso, sentia gotas quentes de lágrimas que caíam, a sábia gaivota olhou para trás, viu a cena e disse:
- Não chora, isto é o certo.
O golfinho por sua vez, não acreditava no que acontecia.
Chegaram na ilha alta da segurança. Era noite e não tinha lua e muito menos estrelas, o céu estava em plena escuridão.
Desceu das costas do golfinho, se despediu, pediu desculpas, nadou, não olhou para trás, chegou na encosta da ilha e começou a escalar para chegar até lá em cima o mais rapidamente.
O que aconteceu a partir daí?
Não temos relatos da história.
A única coisa que sabemos é que a estrela ainda aparece algumas noites porém ninguém daquela ilha fala mais com ela. E o golfinho, algumas poucas vezes passa ao lado da encosta acreditando que algum dia pule e se liberte.


  

terça-feira, 7 de novembro de 2017

A Física da Busca

Estava arrumando a mala para mais uma viagem (sim esse "garoto" que escreve aqui é um ser que viaja como o vento), ouvindo minha playlist como sempre, com a janela aberta (da casa, da alma e do coração),pensando no que nós seres humanos buscamos.
Uns buscam dinheiro, outros fama, sucesso, alguns ainda buscam de uma certa maneira se libertarem do passado, outros ainda buscam a famosa liberdade (seja ela de expressão, intelectual, espiritual ou física) e nesse emaranhado de pensamentos fiquei pensando: O que eu busco?
Levando em consideração que para mim dinheiro, fama, sucesso, são consequência, descarto essa possibilidade. A liberdade é algo que conquistei há muito tempo também, após enxergar a vida de outra maneira e sendo assim, ela estaria descartada pois já anda comigo e antes que você possa pensar e me entender mal, liberdade para mim não é a famosa esbórnia, liberdade para mim é você pensar por você mesmo e ter convicção que é verdadeiro .
Mais uma vez caio no amor.
O amor verdadeiro para mim é o que governa a vida, é o que me faz respirar e acredito que seja assim com boa parte das pessoas que muitas vezes não se "atentam" para isso. Começo então meu desenvolvimento de atração que vai muito além da atração física. Acredito que tudo começa pela lei da atração do que se busca e isso é mais real que você possa pensar. Ficar de braços cruzados esperando que caia do céu é algo que não acredito, a não ser quando é chuva. No dia a dia recebo amor das pessoas que são minhas amigas, de pessoas do meu trabalho, da minha família, dos meus alunos...enfim, de muitas fontes, porém não é desse amor que falo e eu sei que você sabe disso. rs
Muitas vezes usamos essa lei de forma inconsciente, traçamos planos e demarcamos tempo espaço os quais sinto em te informar que não são demarcados, pensamos com o "consciente ilusório" que estamos certos do que queremos mas ao mesmo tempo com o subconsciente levantamos outdoor do que realmente necessitamos. E sem dar atenção a isso ficamos tão perdidos quanto "minhocas em alto mar".
Então, começa a tocar em minha playlist uma música chamada "Song for Someone" do U2 e o refrão desencadeia uma reação de pensamentos que me fazem aumentar o volume e cantar em alto e bom som a letra que diz:  "If there is a light you can always see and there is a world, we can always be
If there is a dark that we shouldn't doubt and there is a light don't let it go out. And this is a song
a song for someone" (Se há uma luz você sempre pode ver e há um mundo que sempre podemos estar
Se há uma escuridão que não deveríamos duvidar e há uma luz não deixe escapar. E esta é uma canção uma canção para alguém" E nessa catarse individual, o sol abre em minha janela e as nuvens começam a dissipar deixando que os raios cheguem até meu quarto. Lembro então da "Física da Busca" do Livro Comer, Rezar e Amar da escritora Elizabeth Gilbert , desço então até a sala para procurar este livro e relembrar esta interessante lei. Pego o livro e copio aqui este trecho que desde os mais "machões", aos mais sensíveis deveriam saber. Ou melhor... deveriam ler o livro e se tiver preguiça, assistam o filme, ou faça os dois porque vale a pena.
Enfim, vamos a física da busca que aparece no trecho final do livro e do filme e não entre em pânico, de longe não é um spoiler...rs

"No final, comecei a acreditar em algo que chamo de “Física da Busca”. Uma força da natureza regida por leis tão reais quanto a lei da gravidade. A regra dessa “Física da Busca” é assim: se você tiver coragem de deixar para trás tudo o que lhe é familiar e que lhe conforta – que pode ser a sua própria casa ou velhos rancores – e embarcar em uma jornada em busca da verdade, seja ela externa ou interna; se estiver disposto a considerar que tudo que lhe aconteça nessa jornada como iluminação e aceitar todos que vier a conhecer nessa estrada como um professor; e se estiver preparado para enfrentar – e principalmente perdoar – algumas das duras realidades sobre si mesmo… Então… A verdade não lhe será negada!" 

As 10:19 da manhã, abro um sorriso e respiro esse ar gelado que entra por aqui agora nesta primavera dinamarquesa de Curitiba e reforço a deia de estar no caminho certo.
Hora de continuar cumprindo a agenda do dia.
Hora de continuar cumprindo a física da busca, quem sabe o que eu busco (consciente ou inconscientemente), não está muito mais perto que imagino... serve para mim, serve para você, serve para todos nós.
Hora de seguir o trecho sabendo que é " melhor viver o seu próprio destino de forma imperfeita do que viver a imitação da vida de outra pessoa com perfeição.  Então vivo a minha própria vida por mais imperfeita e atabalhoada que ela possa parecer, ela combina comigo, de alto a abaixo."



quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Doce Novembro

Não, o título não é meu.
É de um filme que sou apaixonado e foi lançado em 2001 com direção de Pat O'Connor, ou melhor... foi lançado em 1968 (e desde muito tempo se fala sobre isso), com este remake de 2001 e conta a história de um publicitário que conhece uma mulher que é muito diferente de todas as outras mulheres em sua vida e neste mês nasce uma inesperada e avassaladora paixão difícil de manter o controle da racionalidade.
Eu particularmente acredito em tudo isso, no amor, na mudança, em paixões avassaladoras. O morno nunca fez parte da minha vida mesmo e toda vez que entra novembro esse filme me faz relembrar isso e pelo menos assisto mais uma vez acumulando vezes e vezes para contar.
Na verdade da verdade, acho que tenho um filme para cada mês da minha vida, levando em consideração uma frase que uma querida amiga de São Paulo um dia falou: "Hermano, sua vida indiscutivelmente é um filme de HQ". Até duvidei umas vezes...hoje não mais.
Uma das frases que pulsa aqui dentro e que levo comigo desde então é quando em uma altura do filme a personagem Nelson Moss diz para Sarah Deever, em meio a uma discussão:  "Sabia que pode quebrar suas próprias regras?" Isso vem ressaltar algo que eu sempre acreditei (mais uma vez), a evolução. Porque para evoluir é necessário começar quebrando nossas próprias regras e não as regras da outra pessoa. E desde então me pego pensando que por ego, por nossas regras, criamos nossos fantasmas, nossas correntes da prisão, nos condenando a viver em um mundo repleto de perguntas sem respostas e assim perdendo (de fato), o que poderia ser profícuo em troca de umas crenças sem sentido que nos obrigamos a acreditar, que  nos leva do nada a lugar nenhum e  assim, perdemos a chance de ser feliz e ficamos correndo atrás do próprio rabo como cachorros que não vêem nada para fazer ou brincar. E até com isso nos acostumamos.
Quantas vezes já ouvi a frase de pessoas: "Para mim quando é assim, é assim e pronto". E nestes
casos baseados em questionamentos desse filme, me pergunto: Até quando vamos perder por soberba?
O verdadeiro sentido da evolução talvez esteja aí. Abaixar a guarda, o que você tornou algo costumeiro na vida pode mudar e DEVE muda pelo simples fato de que já foi e tudo que evolui muda. A evolução da vida consiste nisso, nessas pequenas mudanças que nos parecem gigantescas, porque não e fácil mudar o que se torna costumeiro, mas é possível. E é sobre isso que esse filme trata, sobre mudanças, sobre permissões e evolução, sobre não importar com O QUE SE TEM mas sim com QUEM SE TEM.
Sim! Os filmes servem também para isso e é por isso que optei em trabalhar com a arte em minha vida. Para abrir olhos, para abrir MEUS olhos.
Não vou negar que gostaria de dar um "spoiler", mas seria desleal caso você não tenha ainda assistido.
Então te dou a dica: ASSISTA!
E se já assistiu, assista de novo!
E para fechar este texto em homenagem ao doce novembro que entra, encerro meu texto com uma série de frases deste filme, para me fazer pensar, para te fazer pensar...três frases que pegam ali, na alma e são verdadeiras: "A vida não é perfeita"   -  "Tente não ter razão de vez em quando, seria bom para o meu ego" - " O que quer que você faça na vida, será insignificante. Mas é muito importante que faça porque ninguém mais fará.Como quando alguém entra na sua vida e metade de você diz: "você não está preparada" Mas a outra metade diz: "Torne-o seu para sempre!". 
Bom... assista "Doce Novembro" e depois você me conta. Que este mês, o penúltimo do calendário Juliano, nos traga uma certa consciência antes que o ano acabe ou antes que seja tarde.
Sejam Bem Vindos à novembro e que seja doce.


segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Pausa

Depois de muito tempo descobri que o segredo da minha música não está nas notas, está na pausa. Assim como na fala, assim como quando se lê a escrita descrita nas entre linhas de um livro, uma mensagem, um texto de interpretação, assim como na bula do remédio, assim como em minhas aulas, cursos ou em minhas direções no cinema, assim como na vida.
A pausa gera um ato reflexivo que muitas vezes esquecemos de fazer através do pensamento pontuado que gera a mudança comportamental mediante aos fatos do dia a dia.
A pausa chega a  gerar um desconforto (pela falta de costume), quase que essencial para a vida que a cada dia se torna mais corrida e acaba descomedida.
Muitas vezes pela falta de pausa, oportunidades  escapam pelos dedos, chances se perdem por medo,  idéias  nunca saem do papel,  atitudes insistem em continuar em afirmações como: "eu sou assim e pronto" vomitando palavras baseadas em ações que nascem apenas de um breve pensar
deixando que sobre covardia abafando assim  a falta de coragem até para ser feliz.
Eu construo, tu constróis, ele constrói, nós construímos,  vós construís, eles constroem palavras sobre muitas ideias procrastinando a pausa. Então... eu pauso, tu rebates, ele contesta, nós discutimos, vós concluís, e todos comentam descomedidamente sem dar tempo a ação, como se precisássemos fazer moral com meio mundo somente para ter o gosto de ser aceito em tal meio.
E mais uma vez nos perdemos.
A pausa ajuda a separar o joio do trigo, a pausa faz com que possamos analisar fatos para corrigi-los, a pausa ajuda no nascimento de reflexões para que possamos fazer, refazer, reparar atos inconscientes ou inconsequentes... a pausa ajuda a melhorar.
Sem a pausa não existiram ondas no mar pois tudo seria contínuo, sem pausa o vento seria constante, sem pausa as chuvas cairiam sem cessar e entre um pingo e outro ela não se existira tornando assim consequentemente, enxurradas contínuas.
A pausa é mais importante que imaginamos, acredito que seja ela que realmente desenha a vida, dita o ritmo de tudo, é a pausa que nos faz não enlouquecer e nos mostra que pode ser a solução para não preferir em optar por derrotas prévias desperdiçando a oportunidade de merecer a vitória. É ela que nos faz perceber que tudo pode mudar conforme onde ela estiver, inclusive nós.
PAUSA





segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Desejo

Para você, para mim, para nós...
  • Manhãs de céu azul
  • Beijos abraçados
  • Beijos demorados
  • Beijos ardentes
  • Sexo ardente
  • Sexo "al dente"
  • Vinhos degustados
  • Boca com gosto de vinho
  • Coragem
  • Coração
  • Alto da montanha
  • Noites em frente ao mar
  • Passeios despretensiosos
  • Conversas em volta da fogueira
  • Música boa
  • Cheiro de Mato
  • Cheiro de chuva na terra
  • Cheiro de Flores
  • Flores do Campo
  • Filmes 
  • Lugares secretos
  • Jantares a dois
  • Jantares a mais
  • Chocolate
  • Amigos
  • Luz de velas
  • Paisagens na janela
  • Viagens despretensiosas
  • Longas conversas a dois
  • Longas conversas com amigos
  • Risadas (muitas)
  • Caminhadas
  • Carinho (muitos)
  • Trocas verdadeiras
  • Surpresas
  • Bilhetes escritos a mão
  • Bilhetes pelo computador
  • Bilhetes pelo celular
  • Mensagens secretas
  • Café da manhã
  • Café da tarde
  • Café da noite
  • Café da madrugada
  • Magia
  • Brilho nos olhos
  • Cozinha
  • Boas comidas
  • Varanda
  • Sofá
  • Chão
  • Rede de deitar
  • Chá
  • Encantamentos
  • Aventuras
    Forno a Lenha
  • Banho de rio
  • Banho de cachoeira
  • Banho de mar
  • Banho a dois
  • Banho
  • Massagens
  • Arte
  • Vento
  • Brisa
  • Leveza
  • Perfumes
  • Doçura
  • Lealdade
  • Respeito
Dos desejos não quero muito, apenas o que tenho em minha lista que, assim como em uma lista de super mercado, pode estar faltando algum item que lembrarei  no decorrer da "compra".
Dos meus desejos, quero dar, receber e compartilhar da mais honesta forma propondo a experiência de vivenciar a flor da pele a mais perfeita mistura entre os seus e os meus (desejos), se transformando em uma simbiose sem que se percam as essências únicas de cada um. E assim nos perderemos juntos no meio da noite, no meio do dia, no meio da vida e acordaremos abraçados em algum lugar ouvindo o som do vento entre as árvores, com as flores espalhando seu cheiro, ouvindo o som dos pássaros, ouvindo o som do mar, compartilhando uma experiência única de viver sem (se) enganar.
Afinal, há encontros na vida em que a verdade, o desejo e a simplicidade são o melhor artifício do mundo, assim como respirar. Como escreveu Rubem Alves: "Simplicidade é isso: Quando o coração busca uma coisa só.Concerto para Corpo e Alma".
E viva a arte da vida, viva a arte do simples viver.











sábado, 30 de setembro de 2017

Sobre a Noite Passada (conversas, vinhos e afins...)

 Ao lado da lareira que ardia em chamas, entre vinhos, queijos e afins...divagamos em ótimas conversas que se perderam noite a dentro até o dia clarear. Seguem as conclusões que permaneceram em minha mente e pulsam aqui dentro fortemente até agora...
Entre os vários tipos de liberdade, quero a liberdade acompanhada.
Aquela liberdade de ter alguém ao seu lado que você poderá dizer e compartilhar o que quiser e saberá que ali ficará e o que lhe for confiado, ali você guardará.
Quero a liberdade de sorrisos frouxos, de caminhar lado a lado sobre a grama, a liberdade de poder levar alguém em um lugar especial e lá ficar por horas, olhando para o nada.
Quero a liberdade do silêncio, das palavras ditas e mal ditas, que somente quem compartilha entenderá e saberá o que filtrar por se tornarem cúmplices de uma realidade nascida ali daquela nova história que passa a ser escrita.
Quero a liberdade de terceiros não dizerem para mim como devo agir e como devo ser, a liberdade da compreensão entre um laço estabelecido que somente os verdadeiros amantes tem. A troca verdadeira seja no fim de tarde em frente ao mar  assistindo o por-do-sol, seja perdido no meio da noite em algum lugar.
Quero a liberdade de beijos ardentes, carinhos e delícias perdidos no meio da noite, no meio do dia, sem precisar agendar, seja qual hora a hora que for.
Quero a liberdade (até), de poder cobrar e ser cobrado, mas somente pela pessoa a quem liberdade dei. Pois é aí que se comprova a verdadeira troca de liberdade, sabendo o limite do outro eu e do meu eu próprio. Não existem relacionamentos que não sejam assim, e até os famosos "relacionamentos abertos" comprovam isso, sempre vão existir regras e até para isso é necessário a liberdade.
Quero a liberdade de cafés despretensiosos, liberdade dos olhares que se entendem e compactuam mais de mil palavras apenas pela troca de um olhar, liberdade de energias que se completam quase se tronando somente uma.
Quero a liberdade de poder ser e estar, a liberdade que ultrapassa a redoma de vidro, que ultrapassa a liberdade vigiada sem precisar se enganar. É assim que se constroem laços, é assim que as rochas ganham formas, pois se estivessem dentro de uma redoma, o vento não conseguiria entalhar e não aconteceriam  mudanças em sua forma.
Quero a liberdade de oferecer tudo que há de melhor em mim e tudo que há de melhor ganhar.
Quero a liberdade de poder ser e poder estar, sem isso nada vale a liberdade inventada em regras mal compartilhadas de um livro da "sociedade perfeita", que insistem em me obrigar a reverenciar.
Quero a liberdade do respeito, pois sem ele não vamos em nenhum lugar, saber dar o respeito e respeitar é uma forma de fácil compreensão, porém ainda mal compreendido. Tendo isso quero caminhar junto com um outro alguém, ajudando, sendo ajudado, sabendo que por mais que reme algumas vezes o barco sozinho, com alguém junto é mais fácil longe chegar.
É fato que as pessoas tem se iludido com uma falsa liberdade, e é necessário mais uma vez esclarecer a diferença brutal, entre liberdade e libertinagem.
Liberdade e libertinagem são dois conceitos relacionados e que muitas pessoas confundem. Os dois são fulcrais no processo de tomada de decisão do ser humano, e revelam atitudes diferentes dos
indivíduos.
A liberdade consiste no direito de se movimentar livremente, de se comportar segundo a sua própria vontade, partindo do princípio que esse comportamento não influencia negativamente outra pessoa. De acordo com a filosofia, a liberdade é a independência, autonomia e espontaneidade do ser humano.
Por outro lado, a libertinagem é fruto de um uso errado da liberdade, porque demonstra irresponsabilidade, que pode prejudicar não só a própria pessoa, mas outras pessoas também. Quem age com libertinagem, revela não se importar com as consequências que o seu comportamento pode ter. Em muitos casos, a libertinagem é traduzida por uma ausência de regras ou regras estabelecidas somente por uma pessoa que a pratica. Desta forma, alguém que bebe e depois dirige, é um exemplo de alguém cuja atitude evidencia libertinagem, pois está colocando em risco a sua vida e a vida de outras pessoas.
A famosa frase  "A liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro.", atribuída por muitas pessoas ao filósofo inglês Herbert Spencer, indica que a verdadeira liberdade respeita o próximo, e o seus direitos.
Já a libertinagem assume uma mentalidade oposta: "Eu posso fazer tudo o que eu quiser, ninguém tem nada a ver com isso e ninguém pode me impedir." Um libertino é alguém rebelde, egocêntrico, embrutecido, escravo de todos os desejos que surgem na sua mente, e por esse motivo a libertinagem é a principal causa de barbaridades. A libertinagem escraviza e mutila o ser humano, enquanto o oposto - a liberdade - o capacita a ter uma convivência saudável com o seu próximo.
Quer ser confiado? Dê confiança.
Quer ser compreendido? Dê compreensão
A vida é muito curta para ser pequena e com os pequenos aprendizados do dia a dia, podemos ir mais longe e sermos muito mais felizes de verdade.
Sim, quero a liberdade de junto com alguém ser realmente feliz sem perder a felicidade entre meus dedos, quero poder dar e receber de uma forma verdadeira, sem ilusões para poder fazer a mágica do dia a dia acontecer.
Me disseram que este pensamento é um tanto quanto utópico...
Eu acredito em utopia.
A mágica só acontece quando você SE permite e permissão é algo que eu não tenho poupado em minha vida.
Permita-se e você verá que é possível!

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Hora de Partir?


Este está entre um dos posts mais pessoais que escrevo. Levando em consideração que são mais de 40.000 visualizações mensais neste blog e não conheço pessoalmente (mas agradeço), a maioria de vocês que me acompanham, seria quase como abrir o meu coração, mas também não tenho problemas com isso não.
 Antes de escrever este texto, pensei bastante, refleti basante e lembrei da passagem de um antigo livro que diz: "Conte suas histórias, dê seu exemplo. Diga a todas as pessoas que é possível ir e vir, não existe regras para isso. Diga que a vida não pode e nem deve ser formatada para que não nos tornemos máquinas de nossa existência. E assim todos sentirão coragem de enfrentar suas próprias histórias."
E é assim, seguindo este preceito que vou relatar para vocês uma história muito pessoal (como já disse), que fala sobre partidas, chegadas, decisões e coragem.
Há alguns dias atrás, recebi uma proposta para me mudar para Recife-PE, para assumir a direção de conteúdo de vídeo de uma grande agência. Não vou negar que me senti lisonjeado pelo reconhecimento do meu trabalho, afinal é muito bom quando pessoas reconhecem "seu" talento o qual vem sido batalhado há muito tempo . Um bom salário compatível com o cargo, algumas regalias. Me deram uma semana para pensar e analisar a proposta.Não vou negar que mexeu muito comigo e a princípio decidi ir. Estava tudo certo aqui em minha mente. Cheguei a pesquisar lugares para morar, fazer cotações nos bairros de Recife. Logo em seguida, pensei nas vezes anteriores as quais  fizeram propostas para que eu fosse embora de Curitiba-PR (cidade onde atualmente resido). Das duas vezes anteriores "coisas" estranhas aconteceram para que eu não fosse. Como se um imã me segurasse aqui. Como se estivesse preso a um livro de histórias e não devesse sair antes do final. Algo (o que ainda não sei qual), fez com que eu ficasse das outras duas vezes.
Várias opiniões  chegaram até mim (como sempre), se tratando de uma pessoa pública (ou não), faz parte do caminho receber, analisar e filtrar estas opiniões. Não vou negar que perdi algumas noites de sono pensando nisso. Meu prazo para dar a resposta encerrava dia 25 de setembro de 2017, segunda-feira.
Nada mais me seguraria aqui. Certo?!
Talvez não.
Pensei, repensei, pensei na distância maior que estaria dos meus filhos (que não moram comigo), pensei no quão difícil seria vir ver eles e viver mais distante deles. Pensei na minha produtora "Hemisfério Filmes", e tudo o que eu havia planejado para o crescimento dela que está "andando" de vento em popa. Pensei na minha coragem de encarar novos lugares, como sempre foi. Pensei em todas histórias que vivi aqui nesta terra.
Fora isso não pensei em mais nada.
É hora de partir.
Porém, como sempre digo, o dinheiro não é tudo e não há nada de mal ir e voltar com suas opiniões, desde que se escute a voz do teu coração. Certo?
Certo.
Neste momento, minha intuição pulsa forte.
Entre as opiniões, ouvi pessoas dizendo que deveria ir sem pensar, ouvi das outras pessoas que tinha que usar toda a coragem que eu passo para ir, outras ainda dizendo para eu ficar porque até para ficar seria preciso coragem. Ainda algumas (poucas, pouquíssimas),  dizendo para ficar pois tinham histórias para serem terminadas aqui.
Bom, entre tantas opiniões, a certeza que tenho é que nesse caso não tem nada haver com coragem, visto as inúmeras aventuras e inúmeros lugares que já vivi por este mundão. Algo insistentemente pulsa aqui dentro e se tem algo que não brigo mais, é contra minha intuição.
Lembrei do antigo ensinamento que diz " O guerreiro da luz conhece a importância da sua intuição. No meio da batalha, ele não tem tempo para pensar nos golpes do inimigo - então usa seu instinto, e obedece ao seu anjo. Nos tempos de paz, ele decifra os sinais que os Deuses lhe enviam."
Sendo assim, após a "milésima" reunião, esta última via skype, dei minha resposta final e decidi ficar.
Não é fácil ter uma decisão na cabeça e voltar atrás, mas é honroso. Por sinal, uma das coisas que aprendi é que voltar atrás é digno e as palavras não são eternas, visto o nosso dia a dia, ainda mais sabendo que atrás da máscara de gelo que de vez em quando nós usamos, exite um coração de fogo.
Decidi ficar pelas inúmeras coisas que acontecem "aqui dentro".
Decidi ficar pelos meus filhos.
Decidi ficar pelos rumos que minha produtora e as coisas vem tomando de uma forma maravilhosa.
Decidi ficar porque minha intuição pulsa forte dizendo que minhas histórias por aqui não acabaram e este não é o fim do livro (mesmo não sabendo qual é o fim).
Recebi muitos conselhos para que eu já fizesse as malas e fosse, recebi alguns conselhos para que eu ficasse e agradeço à todos os conselhos que chegaram até mim, sei o quão é essencial todas essas informações porém, a decisão final sempre é nossa, ou nesse caso minha.Porque só cabe a mim o caminho que me foi confiado. Nesse caso, acabei mais uma vez seguindo o conselho do bom e velho Carlos Castañeda que diz: " Qual desses caminhos tem um coração?".
As vezes, mesmo sem ir é preciso voltar porque algo foi perdido, ou uma mensagem que devia ter sido entregue foi esquecida no seu bolso. Ou ainda, quando achamos que é o final da história, ainda resta o epílogo para começar o próximo livro de nossa trilogia por este mundo. Um caminho bem cuidado (nesse caso no sentido de vida), permite que você volte atrás sem grandes problemas desde que você use sua energia para cuidar e conservar o chão que acolhe seus passos.
Não vou dizer que foi fácil mais uma vez negar e optar por algumas coisas que ainda me incomodam, mas sei que necessário é. E é nesse momento que adubo e mantenho os silêncio que venho cultivando, tentando entender tudo isso, mas dessa vez sem tentar adivinhar "o que me prende aqui", desta vez estou disponível para a vida e  não tentarei adivinhar os próximos capítulos da história, isto se chama maturidade.
Só posso dizer que com tudo isso estou feliz, respirando, de peito e braços abertos. Sentindo e permitindo receber o que a vida tem me reservado de melhor. E assim tem sido!
 Acredito que cada um de nós tem uma lenda pessoal, uma história que precisa ser escrita e precisa ser contada. Alguns chamariam de destino, eu chamo de roteiro da vida. Assim como em uma novela, as atrizes e atores, nunca sabem quais os próximos capítulos que irão gravar, o autor sabe (ou não). Sendo assim, acredito que a vida seja um pouco isso também. Como diria Lulu Santos: "Só que dessa história ninguém sabe o fim".
Não vou negar que eu não fico intrigado, porém diferente de antes,  assumo por inteiro minha lenda pessoal ou ainda... a razão da minha vida. Ouço muitas pessoas dizerem que minha fé e minha coragem são admiráveis. Não vou negar que fico orgulhoso por alguns minutos porém, logo me vejo envergonhado do que escuto, porque não tenho toda essa fé que demonstro pelo fato de ser humano.E são nesses momentos que ouço o vento, minha consciência, meu anjo sussurrarem: "Você é apenas um instrumento da luz. Não há motivos para vangloriar-se, nem para se sentir culpado; há motivo apenas para cumprir seu destino."
Sendo assim, ouço e fico mais seguro guardando aqui dentro a certeza de onde quero chegar.
E sendo assim, me desligo da ideia de dias e horas, e presto atenção cada vez mais atenção aos minutos e segundos, passo a prestar mais atenção nas "pausas" do que nas "notas".
E sendo assim, estou pronto para o melhor que a vida tem a me oferecer sem precisar sair deste lugar, porque as maiores mudanças (assim como as guerras), são as mudanças internas e se algo mais forte me diz para ficar... é que algo mais forte está para acontecer!
Se você me pedisse um conselho hoje, este seria -  Ouça sua intuição, aceite conselhos, aceite ajuda, somente assim se chega em algum lugar. Fora isso, nada faz sentido.
Até breve!


.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Ditando o sentido da vida.

Qual é a hora certa para partir?
Qual é a hora certa para ficar?
Qual é a hora certa para ir?
Qual é a hora certa para voltar?
Qual é a hora certa para desistir?
Qual é a hora certa para tentar?
Qual é a hora certa para dizer?
Qual é a hora certa para silenciar?
Qual é a hora certa para sentir?
Qual é a hora certa para amar?
Qual é a hora certa para esconder?
Qual é a hora certa para anunciar?
Qual é a hora certa para perder?
Qual é a hora certa para ganhar?
Qual é a hora certa para ser?
Qual é a hora certa para estar?
Qual é a hora certa para dormir?
Qual é a hora certa para acordar?
Qual é a hora certa para ver o sol nascer?
Qual é a hora certa para ver o sol apagar?
Qual é a hora certa para ter?
Qual é a hora certa para deixar?
Qual é a hora certa para sentir?
Qual é a hora certa para vivenciar?

Há muito tempo parei de querer ditar o tempo, ditar a vida. A partir disso, minhas escolhas se tornaram reflexo de minha personalidade sem que eu precisasse mais provar nada pra ninguém, porque minhas ações estavam ali, estampadas para quem quisera ver. Me tornei um viajante da vida, proporcionando sentir totalmente minhas emoções e neste momento, no alto de uma montanha, deixei de ser ateu de mim mesmo e passei a compreender a frase de Nietzsche em sua essência que diz: "E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música." Transformei meu caminho em um espelho de mim mesmo e hoje, não me deixo de maneira nenhuma influenciar pela maneira que os outros cuidam de seus caminhos pelo simples fato de ter minha alma para escutar, e os pássaros para me contarem o que minha alma está dizendo.
Sendo assim, desejo de verdade que suas histórias sejam belas e agrade tudo que está em sua volta. Sobretudo, que as histórias que sua alma contar durante a jornada, possam ser refletidas em cada segundo de percurso para  experimentar o verdadeiro sentir, o verdadeiro entregar, sem amarras, culpas ou algo que te impeça de ser realmente feliz.
Sim, todos nós temos problemas que precisam ser encarados. Por que não fazer isso hoje? Parar, pensar, filtrar as histórias que chegam até nós (ou nós mesmos criamos), respirar, nos ouvir, ouvir o som da nossa respiração, do nosso coração... e estabelecer que é hora de não aceitar mais qualquer coisa que nos faça esquecer de nossa essência, nossa verdadeira identidade e nossos sonhos, nos forçando apenas viver da maneira automática como querem que vivamos.
É hora de deixar de sermos rasos para nos tornar um profundo e fantástico oceano repleto de surpresas e emoções (o ministério da saúde adverte: mergulhar "de ponta" no raso, pode te tornar paraplégico).
Enfim, é hora de entender quem somos, o que sentimos, o que estamos fazendo aqui neste momento, ao invés de querer ficar determinando a Agenda da Vida. E depois de tudo isso, conte sua história, dê seu exemplo, diga a todas as pessoas que é possível e assim as outras pessoas sentirão coragem para enfrentar suas próprias montanhas, seus próprios caminhos  e não se esqueça: mantenha a calma, lute pelo que acredita (sem tentar provar nada pra ninguém), guarde a calma silenciosa de quem escolhe seu próprio destino sem precisar culpar coisas ou pessoas e principalmente, ame seu caminho porque sem isso, nada faz sentido.
Bom dia!



terça-feira, 19 de setembro de 2017

Sobre Conversas Inusitadas (no fim de tarde, meio da noite, começo da manhã)

Estavam sentados em um banco em frente ao mar.
O vento sul soprava forte levando tudo que havia para ser levado, limpando tudo que havia para ser limpado.
A reflexão a seguir nasce de longas horas de conversas no final da tarde, no meio da noite e no começo da manhã, que fluíram ao sabor do vento em uma viagem um tanto quanto inusitada.
Trago algumas cicatrizes de onde já estive mas, a dor não me vence mais. Isto porque aprendi a controlar e comedir o tamanho real desta dor anotando como me cuidar em meu livro da vida. Estas anotações hoje ganham espaço, forma e passam a valer para tudo, quase como uma lei para mim e compartilho com quem quiser. Não pelo fato do meu "livro" estar cheio, mas pelo simples fato de estar na "estrada" e querer compartilhar mais algo nesta minha parte do caminho.
Entre estas lições, aprendi que mais do que se ter coragem para seguir adiante, é necessário muito
mais coragem para se voltar atrás para seguir muito mais adiante. E foi assim que aprendi a lidar com o orgulho. E foi assim que a cada poucos passos para trás, dei (e dou),  muitos passos a frente.
Aprendi que não existem maiores armas que o amor e o perdão. E que não existe uma lei ou tempo certo para amar. Tudo isso te torna mais honroso (ou honrado), perante ao grande universo.
Aprendi a olhar pelo prisma e enxergar diversas situações em uma só faixa que se divide em muitas e foi assim que descobri que entre uma verdade existem muitas verdades e há um mundo que sempre podemos estar por inteiros, tudo depende em respeitar o "chão" que se pisa.
Aprendi que quando vou comer, devo Comer. Quando vou conversar, devo Conversar, quando vou amar devo Amar, não devo ser pela metade e muito menos morno e assim aprendi a sentir a vida por completo em momentos de alegria, reflexão, tristeza e solidão. Juro que todos os momentos foram necessários para o meu crescimento que ainda continua nesta caminhada. Amo ser inteiro e o que é pela metade, definitivamente não me agrada, não me atrai.
Aprendi que por mais que aconteçam muitas coisas, eu sou o único responsável em não deixar escapar minha luz e que culpar outras pessoas por causa disso, me deixa fraco perante a vida.
Aprendi a comer nos mais finos restaurantes, beber os mais finos vinhos, mas também aprendi toda a diferença que faz a sofisticação na simplicidade. Seja no sabor de uma batata assada na fogueira que queima noite a dentro, seja em um churrasco com os amigos em um dia feliz ou no melhor restaurante do universo.Tudo são grandes experiências e nada melhor como tê-las.
Aprendi a comer frutos do mar, entre eles camarão. Sim é verdade! Eu odiava camarão, no entanto descobri uma maneira que o gosto deste fruto do mar me agrada. E reforcei meu pensamento que realmente nunca é tarde para voltar atrás de algo o qual juramos ter "solidificado" nosso pensamento, já que nesse caso, havia prometido para mim que nunca mais comeria camarão nessa vida. Ou ainda, eu mesmo (me) provei que  feio não é voltar atrás com a palavra, feio é continuar o caminho com a decisão errada só para mostrar "vejam como eu tenho palavra",sem dar chance para novos experimentos - tapa na cara da vida! Só não muda o que está morto (acredito que até o que está morto muda), e isto faz parte do processo da evolução.
Adendo parte I - (hahahahaha) rindo muito, quem diria... eu comendo e gostando de camarão. Isto é verdade!!!
Aprendi a aceitar ajuda e descobri que a frase "Cada um por si e Deus por todos", está no hall  das frases mais idiotas criadas até hoje. A vida é uma grande troca e é isso que faz com que as histórias sejam belas e agradem tudo (ou quase tudo), que está a sua volta, transformado-as em histórias que sua alma conta durante a jornada para que sejam refletidas em cada parte do percurso e principalmente refletidas neste grande e maravilhoso universo.
Deixei para trás minha colina do "calvário", decidi não mais me açoitar, entre todas as escolhas decidi
ser feliz, sei que para muitos parece um sonho utópico mas te digo com toda certeza que não. Vi, ouvi e vivi muitos graus de felicidade, porém também aprendi que ser feliz não é estar livre das decepções  e sim saber driblar as decepções para continuar o caminho, pois para ser realmente feliz exige um certo grau de entusiasmo e  principalmente de coragem. Todo desafio é mais um convite à luta e não é bom e nem ruim. São apenas desafios.
Aprendi que não adianta tentar mudar a energia da minha casa, do meu trabalho... se eu não mudo e controlo minha própria energia. Tudo parte de mim e sou o principal responsável por isso sem precisar colocar a culpa em outras pessoas.
Aprendi que antes que as palavras saiam da minha boca de uma forma como uma "cascata", devo pensar muito bem nas palavras para não poluir o rio (mente e vida), da outra pessoa e isso é respeito.
Aprendi sobre todas as coisas, que devo ajudar quem quer ser ajudado e devo pedir ajuda quando precisar a quem estiver disposto a ajudar, porém tenho que saber ouvir e, principalmente querer ser ajudado.
Aprendi que no grau hierárquico SER vem na primeira posição, depois FAZER e por último TER. E se você tentar inverter sua vida poderá se tornar uma grande BOSTA. (assustou?! rs)
Entre tantos outros lugares quero conhecer ruas que não tem nome, provar novos sabores, ver coisas que meus olhos ainda não viram, quero quebrar as regras que me aprisionam, quero quebrar as cátedras dos catedráticos que impõe somente suas verdades como únicas, quero ver mais pores-do-sol, quero estar mais frente ao mar, quero plainar como as gaivotas, quero sentir e provocar sensações, quero mais vinhos com momentos poéticos, quero mais silêncios com sorrisos, quero continuar escutando o vento, falando com as estrelas, quero mais conversas no meio da noite e no amanhecer. 
Sem culpa, sem medo não quero mais  ter obrigatoriamente uma hora certa datada de amar ou não amar. Que aconteça quando tiver que acontecer e da maneira que tem que acontecer e que o medo não barre sentimentos (muito menos momentos), pelo simples fato de acreditar que as coisas não são assim e querer seguir a REGRA DA SOCIEDADE PERFEITA. Pois até para amar, é preciso coragem e isso é o que definitivamente não me falta.
Quero ser humano em toda sua essência na excelência de um mundo que criei para mim e que pode ser de quem quiser desde que respeite meu modo de pensar e respeite "meu chão" quando nele pisar.
Minha vida definitivamente não é um baile de máscaras então, deixe sua máscara na porta de entrada caso queira entrar no meu salão. Não sou bom, não sou mau, sou apenas eu e acredito que todos deveriam ser assim e estarem sujeitos as mudanças e estarem sujeitos ao aprendizado e principalmente à compreensão. 
Não.
Não há fracasso, a não ser quando eu desistir. E é justamente por isso que não tenho nenhuma bússola (a não ser meu coração), não tenho nenhum mapa (tenho indicações e informações), não tenho religião, não tenho razão nenhuma para voltar a pensar como eu pensava antes.E meu auge está sendo construído como uma tempestade de raios e vou viajando por aí ao "sabor" do vento me permitindo permitir.



quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Vamos Falar de Regras (sem dizer eu te amo).

Estava eu e uma amiga sentados na grama do museu Oscar Niemeyer em Curitiba-PR, perdidos na noite, tomando uma cerveja esta semana. O tema era como as pessoas lidam com os relacionamentos e suas regras, e foi exatamente aí que nasceu a ideia de escrever este post.
Vivemos em um mundo onde a cada minuto nascem muitas regras.
Regra para isso, regra para isso, regra para aquilo, regras religiosas, regras governamentais, regras familiares, regras amorosas e quando vemos, estamos em um mar de regras pelo simples fato de sermos acostumados a complicar nossas vidas  quando tudo poderia ser muito mais fácil.
Não tenho dúvidas que as regras são necessárias para quase todas as coisas, inclusive para os relacionamentos amorosos, porém o não comedimento de regras criadas (e sim é isto que me assusta), a falta de maturidade para entendê-las e cumprir o que foi acordado,  leva à frustração. Ainda mais quando são as regras de um relacionamento onde quem as aplica espera uma vantagem de dominação sobre a outra pessoa sem que se dê chances de respiro para o outro lado.
Ou ainda, sendo mais claro, o relacionamento amoroso  é o único "jogo" que se não for sempre empate todos perdem.
Algumas pessoas (seja por suas histórias de vida ou costumes), criam tantas regras que acabam se perdendo dentro delas mesmas e sendo assim, muitas vezes acabam culpando a pessoa que está a seu lado, culpa a cultura onde cresceu e entre tantas coisas chega a culpar o signo do horóscopo e suas combinações baseadas em sinastrias amorosas e mapa astral.
Sou sagitariano nascido em 10/12. Na semana passada, a título de pesquisa, resolvi entrar em alguns sites para fazer minha sinastria amorosa. Sinastria para quem não sabe, é fazer  a combinação amorosa entre os signos para saber o que funciona ou não. Pois bem, fiz minha sinatria amorosa com todos os signos e o que descobri?
Meu signo não combina com nenhum outro signo! 😲
Estaria eu fadado a passar o resto da minha vida sozinho?😩
É claro que sim.
Caso isso eu quisesse e estivesse disposto a acreditar somente no que me falam sem nada precisar analisar. Ou ainda nesse caso, poderia ser aplicada a regra: "Culpe o signo e não mude!"
É mais fácil assim, não é?! E é assim que vamos nos esquecendo que quando não mudamos velhos hábitos que não nos serve mais, quando "não se joga as roupas velhas para dar lugar as novas",  NÃO SE EVOLUI e quando não acontece evolução, ficamos dando volta em círculos assim como as "formigas correição", que andam em círculo até morrer de exaustão.
Em questão aos signos antes que você me diga qualquer coisa tentando me provar sua crença no zodíaco, eu já me antecipo e te digo que acredito neles sim, assim como acredito em mapa astral (tendo em vista que já fiz o meu), porém não acredito que eles possam adivinhar alguma ou qualquer coisa (o que muitas pessoas confundem), pois os signos nada mais são que um estudo alinhamento de energia baseado na hora que você nasceu e quais estas influências isto causa na sua energia, no seu comportamento referente ao dia a dia conforme o alinhamento dos planetas.
Não podemos esquecer que nada mais é que um estudo que serve para nossa própria EVOLUÇÃO.
Oras, se é um estudo que mostra o lado bom e ruim do seu perfil energético, se você for uma pessoa esperta, trabalhará o lado ruim para que ele se torne melhor. Ou ainda... entrará em EQUILÍBRIO. Neste caso, não precisará mais colocar a culpa de personalidade em seu signo. Sou prova viva disso! Já namorei pessoas de vários signos, inclusive uma que segundo o zodíaco, nunca combinaria (mesmo),  com meu signo pela questão dela ser do signo de Touro.
Posso contar um segredo?
Foi o namoro mais longo e um dos mais sinceros e divertidos que já tive. Nossas regras eram em comum acordo e serviam para os dois, evoluímos bastante juntos. Até o final do relacionamento foi em comum acordo e sem stress algum! Tanto é que a amizade se manteve durante um longo tempo.
É fato que relacionamentos onde são seguidas apenas as regras de uma das pessoas, está fadado ao fracasso e nunca poderá ter um final feliz. Ou ainda, qual seria a graça  da brincadeira do: "Eu posso e você não"?
É assim que em torno disso nascem histórias sem fundamentos e a leveza se perde instantaneamente e acabamos sempre culpando o outro lado da relação. Afinal, saber olhar para si, comedir regras e se colocar no lugar da outra pessoa é essencial para QUALQUER tipo de relacionamento, seja amoroso, familiar, de trabalho, de amizades...
Morei em 16 cidades, sempre viajei muito (e continuo viajando). Vi e conheci diversas pessoas, diversas etnias, diversos modos de pensar. Aprendi e troquei muitas lições (acredito que ainda tenho muito a aprender), porém, a lição das regras está no "pacote" das mais importantes das que levo em minha bagagem.
Não se esqueça que tudo pode (e deve),  ser leve sim e isto depende única e exclusivamente de cada uma das pessoas que fazem parte deste relacionamento e, a partir da hora que as pessoas tiverem consciência que não importam as histórias que passaram e sim a história que está vivendo, respeitando isso, não precisa de um número de regras gigantescas, que as regras criadas ali naquele relacionamento tem que ser em comum acordo e respeitadas pelas duas pessoas para que não se criem "fantasmas", que os erros devem ser considerados e sempre colocados na balança pois somos humanos e podem ser relevados a partir de que haja uma vontade verdadeira de corrigi-los (e isto pode ser uma regra), e se isto passar a acontecer, vai ser claro a existência (no mínimo), de mais relacionamentos felizes sem culpas, sem máculas, sem julgamentos.
Sempre é hora de mudar e não é necessário sempre perder muito por pouco.
Pense nisso.
Até breve!




terça-feira, 12 de setembro de 2017

A Morte do Amor

Estes dias, almoçando com uma amiga, a mesma me dizia que após um término de relacionamento de anos, não acreditava no amor. Eu disse que em alguns momentos eu também não, mas tudo isso não passava de uma grande besteira passageira e tudo era uma questão de não deixar esta crença (uma das mais bonitas e verdadeiras), morrer assim.
Ontem almoçando com um casal de amigos que vão se casar em breve e tem uma linda história de amor,  falávamos sobre a mesma coisa. O medo das pessoas sentirem o poder do amor, amarem e serem amadas verdadeiramente. Ontem a noite quando chego em casa, cai de paraquedas um texto em minhas mãos o qual compartilho com vocês agora.

"O amor é um estado natural da consciência. Não é nem fácil nem difícil, essas palavras de forma nenhuma se aplicam a ele. Ele não é um esforço; por isso não pode ser fácil nem pode ser difícil. É como respirar! É como as batidas do coração, é como o sangue circulando no nosso corpo.

O amor é o nosso próprio ser… 
Mas esse amor ficou quase impossível. A sociedade não o permite. A sociedade condiciona você de tal forma que o amor fica impossível e o ódio passa a ocupar o espaço vago.
Então o ódio é fácil, e o amor não só é difícil como impossível. O homem tem sido deturpado. Ele não pode ser reduzido à escravidão se não for primeiro deturpado. Os políticos têm participado de uma profunda conspiração ao longo das eras. Eles têm reduzido a humanidade a uma multidão de escravos. Estão destruindo qualquer possibilidade de rebelião no homem – e o amor é uma rebelião, porque o amor ouve só o coração e não dá a mínima para o resto.
O amor é perigoso porque ele faz de você um indivíduo. O Estado e as religiões… Eles não querem indivíduos, de jeito nenhum. Não querem seres humanos, querem ovelhas. Querem pessoas que só pareçam seres humanos, mas cuja alma tenha sido esmagada de tal maneira, tenha sido danificada a tal ponto, que o estrago pareça quase irremediável.
E a melhor maneira de destruir o homem é destruir sua espontaneidade de amar. Se o homem tiver amor, não poderá haver nações; as nações existem no ódio. Os indianos odeiam os paquistaneses e os paquistaneses odeiam os indianos – só assim esses dois países podem existir. Se o amor surgir, as fronteiras vão desaparecer. Se o amor surgir, então quem vai ser cristão e quem vai ser judeu?

Se o amor surgir, as religiões desaparecerão.
Se o amor surgir, quem irá ao templo? Para quê? É porque está faltando amor que você sai em busca de Deus. Deus não é nada mais do que um substituto para o amor que está faltando. Como você não é bem-aventurado, não está em paz, não está em êxtase, você está em busca de Deus. Se a sua vida é uma dança, Deus já está no seu coração. O coração amoroso está cheio de Deus. Não há necessidade de mais nenhuma busca, não há necessidade de mais nenhuma prece, não há necessidade de ir a templo nenhum.
Por isso a religião e o político, esses dois, são inimigos da humanidade. Eles estão conspirando, pois o político quer governar seu corpo e a religião quer governar sua alma. E o segredo é o mesmo: destruir o amor. Então o homem passa a ser nada além de uma vacuidade, de um vazio, uma existência sem sentido. Então você pode fazer o que quiser com a humanidade e ninguém se rebelará, ninguém terá coragem suficiente para se rebelar.

O amor dá coragem, o amor leva todo o medo embora – e os opressores dependem do seu medo. 
Eles criam medo em você, mil e um tipos de medo. Você fica cercado de medos, toda a sua psicologia é cheia de medos. Lá no fundo você está tremendo. Só na superfície você mantém uma certa fachada; mas, dentro de você, existem camadas e camadas de medo.

Um homem cheio de medo só pode odiar – o ódio é uma consequência natural do medo. Um homem cheio de medo é também cheio de raiva, e um homem cheio de medo é mais contra a vida do que a favor dela. A morte parece um estado repousante para ele. O homem temeroso é suicida, tem uma visão negativa da vida. A vida lhe parece perigosa, pois viver significa que você terá de amar – como você poderá viver? Exatamente como o corpo precisa respirar para viver, a alma precisa de amor para viver. E o amor está definitivamente envenenado.

Envenenando a sua energia de amor, eles criaram uma cisão em você; criaram um inimigo dentro de você, dividiram-no em dois. Eles criaram uma guerra civil, e você está sempre em conflito. E, no conflito, sua energia é dissipada; por isso sua vida não tem sabor, alegria. Não transborda de energia; ela é sem graça, insípida, falta-lhe inteligência.

O amor aguça a inteligência, o medo a embota. 
Quem quer que você seja inteligente? Não aqueles que estão no poder. Como eles podem querer que você seja inteligente? – porque, se for inteligente, você começará a ver toda a estratégia, os jogos que eles fazem. Eles querem que você seja burro e medíocre. Certamente querem que você seja eficiente no que diz respeito ao trabalho, mas não inteligente; por isso a humanidade vive o seu potencial mínimo.

Os cientistas dizem que o homem comum usa, ao longo de toda vida, só 5% da inteligência. O homem comum, só 5% – e o homem fora do comum? E um Albert Einstein, um Mozart, um Beethoven? Os pesquisadores dizem que mesmo as pessoas muito talentosas não usam mais do que 10%. E aqueles que chamamos de gênios usam só 15%. Pense num mundo em que todos usassem 100% do seu potencial… Então os deuses ficariam enciumados, eles gostariam de nascer na Terra. Então a Terra seria um paraíso, um super paraíso. Do jeito que está agora, ela é um inferno.

Se o homem fosse deixado em paz, em vez de ser envenenado, o amor seria uma coisa simples, muito simples. Não haveria problema nenhum. Seria como a água seguindo a correnteza ou o vapor subindo, as árvores florescendo, os pássaros cantando. Ele seria tão natural e tão espontâneo!
Mas não deixam o homem em paz. Quando a criança nasce, os opressores já estão prontos para cair em cima dela, para dizimar suas energias, distorcê-las a tal ponto, tão profundamente, que a pessoa nunca terá consciência de que está vivendo uma vida falsa, uma pseudo-vida, de que não esta vivendo a vida como ela deveria ser vivida, como ela nasceu para viver; não saberá que ela está vivendo algo sintético, plástico, que não é sua verdadeira alma. É por isso que milhões de pessoas estão sofrendo do jeito que estão – elas sentem que estão sendo iludidas, que não são elas mesmas, que algo não está muito certo…

O amor é simples se deixarmos que a criança cresça, se a ajudarmos nesse crescimento de uma forma natural. Se a ajudarmos a ficar em harmonia com a natureza e com ela mesma, se a apoiarmos, cuidarmos dela e a estimularmos, em todos os sentidos, a ser ela mesma, uma luz para si mesma, então o amor será simples. Ela será simplesmente amorosa! O ódio será quase impossível porque, antes que você possa ter ódio de alguém, é necessário primeiro que crie o veneno dentro de si mesmo.

Você só pode dar uma coisa a alguém se você a tiver. Só pode odiar se estiver cheio de ódio. E estar cheio de ódio é estar queimando por dentro. Estar cheio de ódio significa que, antes de mais nada, você está machucando a si mesmo. Antes de poder ferir outra pessoa, você tem que ferir a si próprio. O outro pode não ser ferido, isso dependerá dele. Mas uma coisa é absolutamente certa: antes de poder odiar, você tem que ter sofrido muito. A outra pessoa pode não aceitar ser odiada, ela pode rejeitar seu ódio. Ela pode ser um Buda – pode simplesmente rir do seu ódio. Pode perdoar você, pode não ter reação nenhuma. Talvez você não seja capaz de odiá-la, caso ela não esteja pronta para esboçar qualquer reação. Se você não consegue deixá-la perturbada, o que pode fazer? Sente-se impotente diante dela.

Portanto, a outra pessoa não vai necessariamente se sentir ferida. Embora uma coisa seja absolutamente certa: se você odeia alguém, primeiro tem de ferir sua própria alma de tantas maneiras, tem que estar tão cheio de veneno que consegue atingir os outros com esse veneno.

O ódio não é natural.
O amor é um estado saudável; o ódio é um estado doentio. Assim como a doença não é natural. O ódio acontece só quando você se desvia da natureza, quando já não está em harmonia com a existência, já não está em harmonia com seu próprio ser, com sua essência mais profunda. Então você está doente – psicológica e espiritualmente. O ódio é só um símbolo da doença, e o amor, da saúde, da plenitude e da santidade.

Você só conhece um jeito de amar, que é odiar os outros.
O amor devia ser uma das coisas mais naturais deste mundo, mas não é. Pelo contrário, ele se tornou a coisa mais difícil – quase impossível. Odiar ficou mais fácil; você é treinado, é preparado para odiar. Ser hindu é morrer de ódio dos muçulmanos, dos cristãos, dos judeus; ser cristão é morrer de ódio das outras religiões. Ser nacionalista é morrer de ódio das outras nações. Você só conhece um jeito de amar, que é odiar os outros. Você só consegue mostrar o amor que sente pelo seu país odiando os outros países e só consegue mostrar o amor que sente pela igreja odiando as outras igrejas. Sua vida está uma bagunça.

As assim chamadas religiões continuam a falar de amor e tudo o que elas fazem neste mundo é criar mais e mais ódio. Os cristãos falam de amor e têm criado guerras, cruzadas. Os muçulmanos falam de amor e têm criado jihads, guerras religiosas. Os hindus falam de amor, mas você pode ler nas escrituras desse povo – eles estão cheios de ódio, ódio pelas outras religiões. E nós aceitamos toda essa bobagem! Aceitamos sem demonstrar nenhuma resistência, porque fomos condicionados a aceitar essas coisas, fomos ensinados que as coisas são assim mesmo. E então você continua a negar sua própria natureza.

Não seja um escravo para sempre
O amor tem sido envenenado, mas não destruído. O veneno pode ser neutralizado, pode ser retirado do seu organismo – você pode ser purificado. Pode vomitar tudo o que a sociedade o forçou a engolir. Pode jogar fora todas as suas crenças e todos os seus condicionamentos – pode se libertar. A sociedade não pode fazer de você um escravo para sempre, caso decida ser livre. Chegou a hora de jogar fora todos os padrões obsoletos e começar uma vida nova, uma vida natural, não repressora, uma vida não de renúncia, mas de alegria. Odiar ficará a cada dia mais impossível. O ódio é o polo oposto do amor, assim como a doença é o polo oposto da saúde. Mas você não precisa optar pela doença.

A doença oferece umas poucas vantagens que a saúde não pode oferecer; não se apegue a essas vantagens. O ódio também tem umas poucas vantagens que o amor não tem. E você tem que ser muito observador. A pessoa doente ganha a simpatia de todos; ninguém a fere, todo mundo toma cuidado com o que lhe diz, afinal ela é tão doente! Ela é o centro das atenções, o centro de todo o mundo – da família, dos amigos – passa a ser a pessoa de quem todos falam, uma pessoa importante. Agora, se ela se apegar muito a essa importância, ao fato de seu ego estar satisfeito, ela nunca mais vai querer ser uma pessoa saudável. Ela se agarrará à doença. E os psicólogos dizem que existem muitas pessoas apegadas à doença por causa das vantagens que ela oferece. E essas pessoas investiram tanto tempo nessa doença que se esqueceram completamente de que estão apegadas a ela. Tem medo de que, se ficarem saudáveis, não terão mais ninguém.

Você ensina isso também. Quando uma criancinha fica doente, toda a família se volta para ela. Isso é absolutamente não-científico. Quando a criança estiver doente, cuide do corpo dela, mas não lhe dê atenção demais. É perigoso, porque ela associa a doença à atenção que você lhe dá… O que fatalmente acontece, se isso se repetir muito. Sempre que a criança fica doente, ela passa a ser o centro das atenções de toda a família: o papai vem, senta-se ao lado dela e pergunta como está se sentindo, o médico é chamado, os vizinhos começam a aparecer, os amigos perguntam e as pessoas trazem presentinhos…
Ela pode ficar apegada demais a isso; essa atenção toda pode agradar de tal modo o seu ego que a criança pode não querer ficar boa de novo. E, se isso acontecer, então será impossível ficar saudável. Nenhum remédio a curará. A pessoa se compromete com a doença. E isso é o que acontece com muitas pessoas, com a maioria. Quando você odeia, seu ego fica satisfeito. O ego só pode existir se você odiar, pois quando odeia você se sente superior, sente-se separado, define-se. Quando odeia, você consegue urna certa identidade. No amor, o ego tem de desaparecer. No amor, você não fica mais separado – o amor o ajuda a se fundir com as outras pessoas. Trata-se de um encontro e de uma fusão.
Se você é muito apegado ao ego, odiar é fácil e amar é muito difícil. Fique alerta, atento: o ódio é a sombra do ego. Para amar é preciso grande coragem. É preciso grande coragem porque requer o sacrifício do ego. Só aqueles que estão prontos para se descorporificar são capazes de amar. Só aqueles que estão prontos para transformar-se em nada, para esvaziar-se completamente de si mesmos, são capazes de receber, do além, o dom de amar."
                                                                                                 - OSHO -

Acredito que após este texto, eu não preciso escrever mais nada. 
Não é?!
Sigo acreditando e vivendo o amor, simples assim.
Partiu vida!