terça-feira, 28 de novembro de 2017

Até onde vai SUA CORAGEM?

Era fim do dia, disse então para pegar as malas e entrar no próximo trem que partiria em alguns instantes,  porque não poderia partir. Ali deveria ficar, segundo o que fizeram acreditar desde que havia chegado naquele lugar.
Ouviu então: “Vem comigo! Vamos conhecer e conquistar outros mundos”


“Não posso”- respondeu – “Acredito que é isso que tem que ser feito, o mundo que você propõe é um mundo de sonhos inatingíveis,  acredito no meu modo de vida e nas regras as quais criei a partir do que eu vi e conheço, me fizeram acreditar que... não vou. Pensei que seria diferente, mas não foi.  Vá e não volte com suas ideias megalomaníacas sonhadoras, e quando eu digo vá, vá mesmo, nem se atreva a olhar para trás. Desculpe minha sinceridade mas, é o que eu acredito no momento”
O trem apitou uma vez
- Ainda há tempo
- Não há mais tempo
- Pode ser diferente, por que não tenta?
- Porque não quero
- Como tudo acaba assim? O sonho de ser realmente feliz , o sonho de ir mais longe, o sonho...
- Não é isso que quero e quando digo não volto atrás, minha palavra final é sempre assim. Agora entre no trem, não quero que você habite aqui.
- Mas...
- Tchau
O trem apitou a segunda vez
As lágrimas escorreram pelos olhos que se tornaram embaralhados, o sino da antiga estação começou a tocar, pessoas acenavam para que subisse logo no vagão, muitas pessoas queriam que não olhasse para trás, afinal escolhas, são escolhas e não podem ser mudadas. Certo?
Errado! Isto faz parte de crescer, isso faz parte da evolução. As escolhas, tudo o que te disseram, tudo pode estar errado, porém ficaria ali? Esperando na estação? E a indignação e tudo o que acreditara até então? Permitira lhe agredir novamente.  Sim, nos agredimos e nem percebemos. Reencontrar todos os fatores que um dia lutou contra, deixar as lembranças ruins dominarem é sinal que nunca seriam apagadas pelo simples fato de acreditar no que acreditava e não abrir mão.
Se privara então de conhecer novos mundos, novas pessoas, novos sabores. Talvez patinaria na lama pelo resto da vida devido suas escolhas, suas crenças, por achar que suas decisões eram únicas e inabaláveis.
O trem apitou pela terceira vez
Ficou olhando a outra pessoa que subia no vagão e na porta deste vagão ficou olhando quem ficara na estação. E a pessoa que ficara na estação, olhava e pensava: Até que enfim a liberdade!
Mal sabia que a liberdade estava no trem que partia repleto de sonhos de pessoas que se permitiam e quebravam regras impostas. Mal sabia que a liberdade ia além de crenças, mal sabia que... Sentiu uma mão nos ombros: “Boa escolha. Ficando aqui você terá tudo que precisa e sendo assim você será realmente feliz, deixe partir o que não lhe faz bem, porque o que te faz bem está somente aqui.”
Começou então a lembrar dos sonhos, começou a lembrar das conversas, tentou silenciar a voz do coração de todas as formas mas foi em vão. A voz do coração pulsava de um modo diferente.
O trem já se distanciava, a outra pessoa sumira para dentro do vagão, olhava para o trem que partia e imaginara que não haveria mais lugar, não haveria mais tempo. E se aquele fosse o último trem que fora passar ali? E se aquela fosse a última oportunidade de partir e seguir novos rumos? E se...  Saiu correndo em disparada a fim de alcançar o trem que já começava a ganhar velocidade. Correu, correu muito e conseguiu se dependurar no último vagão. Quase caiu. Uma parte das pessoas que estavam na estação gritava: “Volta, não faça a escolha errada”. Outra parte gritava: “Vai se dar mal.”  E ainda poucas pessoas gritavam: “Vai, vai ser feliz de verdade, quebre as regras, torcemos por você”
Subiu no vagão, esbaforindo passou pelo primeiro que subiu, continuou andando olhando para todos os lados, começou a correr entre os vagões até que a sua direita olhou, viu a pessoa que estava sentada ao lado da janela olhando para o lado de fora, balbuciou “posso me sentar ao seu lado?” A outra pessoa olhou prontamente, ao lado dela havia um lugar.
O silêncio de segundos que parecia uma eternidade era quebrado pelo barulho das rodas no trilho. Foi quando ouviu a frase: “Senta, este lugar é seu e eu estava te esperando”
As lágrimas mais uma vez encheram os olhos mas agora era de felicidade.  Nada tinha sido por acaso.
Se você me pedisse um conselho hoje, este seria:
Não perca seu trem, corra atrás do seu vagão, não perca a chance de ser  realmente feliz porque o trem pode nunca mais passar. Para correr atrás do vagão é preciso coragem. Coragem de arriscar, coragem para quebrar as regras que fizeram você acreditar, coragem para quebrar as regras que você criou, coragem para assumir o lado aventureiro de quem é capaz de partir para não mais voltar. Voltar às velhas formas de viver, voltar às velhas formas de pensar, voltar a ser o que se era e não o que se é, voltar para o que não te faz feliz. Tudo o que passa, passa se você tiver coragem para isso.
Caso contrário, ficará na mesma velha estação de sempre.
Ouça a voz do vento.
Ouça a voz do seu coração.
Então corra, corra porque tem um lugar dentro de um desses vagões que é seu e caso você não chegue...  será de alguém.
Ainda há tempo.
Nunca desista do que te faz feliz.
Boa viagem.


segunda-feira, 20 de novembro de 2017

PODE SER EU, PODE SER VOCÊ. (uma fábula contemporânea)

[NOTAS DO AUTOR: 
a) A personagem protagonista desta história não tem nome e muito menos gênero sexual justamente para que você possa se colocar no lugar dela.
b)Caso queira poderá escolher também como personagem a estrela, o golfinho, a gaivota. O que importa é que após sua primeira leitura, você escolha sua personagem, defina as outras e participe desta história.
c) Nesta página existe uma seleção natural de músicas em uma playlist criada por mim. Porém, vc só conseguirá ouvir em desktop ou laptop. Nunca tentei em tablet porém eu sei que em celular não dá. Caso queira tentar, sua história terá uma "outra cor".
Boa leitura, boa viagem e obrigado por acompanharem a Fogueira das Vaidades.]


Caminhava durante muito tempo pela floresta na encosta da montanha. Logo abaixo o grandioso e velho mar. Já havia passado muitas e muitas vezes por ali, só não entendia como. Foi quando teve a brilhante ideia de sair de onde estava e caminhar em linha reta para ver onde chegaria. Caminhou contando seus passos. 10.898 passos para ser mais exato, 10.898 passos que fizera chegar novamente em uma outra encosta onde viu... o mar. Mediante a milhares de pensamentos que passavam por sua mente assim como o vento de um furacão, resolveu então dividir seus passos para chegar até o centro.
Caminhou 5.449 passos, virou para sua direita traçando uma reta perpendicular e caminhou. Chegou novamente a uma outra encosta. Não feliz com o resultado, deu meia volta e caminhou no sentido contrário que levou até a beira de uma outra encosta a qual quando chegou, já era noite.
Sempre conversava com as estrelas, um pouco mais com uma em específico, até que após estas caminhadas para descobrir onde estava perguntou:
- Como assim? Ando, ando e ando para sempre chegar  em frente ao mar?
- Sim (respondeu a estrela), você está em uma ilha.
- E porque não avisaram antes?
- Porque nunca perguntou.
- Bom, a verdade é que cansei de andar em círculos, cansei deste lugar, sinto que minha liberdade é escassa e quero sair daqui, preciso conhecer novos mundos. Como faço?
- Pule no mar, ele te levará para outro lugar.
- Tá, mas... aqui tenho água fresca que nasce ali na pequena nascente, tenho comida das árvores frutíferas, tenho a cabana que construí para mim, os animais e as plantas que vivem aqui que me fazem companhia  e até ajudam no que necessito. O que o mar tem a me oferecer?
- Novos mundos (retrucou logo em cima a estrela)
- E qual a segurança que você me dá?
- Não existe segurança, existe o se precaver e se jogar. Segurança? Levando em consideração a frágil vida que existe nesta terra e a maneira que  o universo gira, sinto lhe afirmar que segurança é quase que um sinônimo de ilusão.
- E se eu me jogar e bater com meu corpo em uma pedra, e se eu me jogar e demorar algum tempo para encontrar água e comida, e se...
- Você pode ficar e uma árvore cair em sua cabeça durante um temporal, você pode ficar e de uma hora para outra acabar todas as suas regalias, a fonte secar, as frutas acabarem, tudo se tornar um ambiente seco entre as inúmeras possibilidades que podem acontecer. Nesse caso, você pode ficar e se contentar, você pode ficar e...
- Tenho medo
- O medo é necessário para que você possa se precaver, o medo é necessário para que você estude seus próximos passos, porém a partir da sua definição do que realmente quer, precisa se entregar pois sem entrega o medo te dominará e nesse caso o papel de quem domina quem é extremamente necessário para a próxima ação.
- Tudo que é meu está  aqui, minhas crenças estão aqui, minhas ideias estão aqui, me levaram a acreditar que tudo isso é o certo e...
- Pare de reclamar (falou rispidamente a estrela), se for para ficar reclamando e achando que sua vida é só isso, fique aí e se contente com o que te derem. Para mim deu, preciso seguir viagem pelo espaço.
- Hei, só quero ser coerente em meu pensamento! (gritou)
(A estrela já distante, também gritou)
- Quem pretende ser sempre coerente no seu pensamento e nas suas decisões morais ou é uma rocha ambulante ou, se não conseguiu sufocar toda a sua vitalidade, um animal maníaco e fanático que perambula sozinho acreditando naquilo que é imposto se transformando em seu próprio boneco manipulável.
Aquela estrela se foi e no céu ficaram as outras estrelas e a lua que iluminava o mar. Sentou na encosta, olhou para baixo, as lágrimas escorriam dos seus olhos e em um surto de desespero, firmou em sua cabeça que seria impossível sair dali e resolveu ficar.
Um golfinho nadava beirando a encosta daquela alta ilha e consequentemente ouviu toda a conversa.
- Hei, vem! (disse o golfinho)
- Não posso (respondeu chorando)
- O que te impede? Eu te mostro novos mundos!
- Que parte você não entendeu que não posso?
- Pule! Onde estou são águas profundas, não tem pedras e caso você vá muito fundo eu te salvo.
Antes de responder à estrela, parou, olhou para o céu, olhou para o mar, deu um largo sorriso, respirou fundo e gritou:
- Tá, chega, vou pular, é hora de me entregar  e conhecer novos mundos. É hora de me libertar! Agradeço tudo que este lugar me deu, agradeço por aqui todo este tempo ter estado e aprendido, agradeço por todos os ensinamentos, mas chegou minha hora de provar novas frutas, conhecer novas cores, novos lugares, chegou a hora de realmente me entregar!!! (gritou e parou repentinamente)
Calma (pensou), preciso pegar um pouco de água potável para levar.
(gritou para o golfinho) - Golfinho, me espere um pouco, vou pegar água potável para levar na viagem!
- Claro! (gritou o golfinho)
Ele saiu correndo até a árvore de cabaças, tirou uma cabaça, abriu, encheu de água e voltou. Olhou para baixo, viu o golfinho brincando feliz da vida, pulando, fazendo graça e de tudo aquilo fez despertar risadas e sorrisos.
- Golfinho, voltei!
- Vamos?
- Então, lembrei que preciso pegar comida também!
- Tá bom, mas agilize porque se a  maré baixar, só conseguirá pular de novo amanhã a noite.
- Então vamos fazer o seguinte, deixamos passar este dia, durante o dia pego minha comida, mais água e volto amanhã a noite.
- Se preferir... sem problemas! Amanhã a noite estarei aqui.
Saiu correndo pulando de felicidade, toda ilha deveria saber! Contou a novidade para as plantas e para os animais que viviam ali, iria partir para uma nova aventura. Os amigos macacos ajudaram  a pegar bananas e outras frutas para a viagem, os coelhos separaram raízes, ganhou até néctar colhido por um casal de beija flores. Alguns aconselharam a realmente ir, outros perguntavam se  tinha certeza. Porém, em sua cabeça, naquele momento, pulsava a convicção de toda certeza do mundo. Era o ser mais feliz daquela ilha!
Passou o dia, chegara a noite e caminhou para encontrar o golfinho que estava na encosta. Os dois sorriram. Encheu os pulmões de ar, em frente ao mar e gritou:
- Tudo pronto!
- Venha (gritou o golfinho)
A noite estava estrelada e a amiga estrela estava lá, toda sorridente. Seus amigos da ilha também estavam ali na encosta da frondosa ilha para ver a nova jornada que iria se iniciar. Uns diziam "Isso não vai dar certo", outros gritavam: "Pula, pula", outros ainda diziam: "Que inveja".
Olhou para o céu,  a estrela sorriu, fechou os olhos, respirou fundo e pulou.
Seu corpo no ar lhe causava uma sensação diferente, de felicidade e êxtase que há muito tempo não sentia, voava livre como um pássaro até que seu corpo tocou a água, agora era um peixe que mergulhava em profundezas não antes conhecidas. O golfinho mergulhou, cedeu suas costas para que se segurasse e voltasse a tona, o golfinho sorria, pulava e fazia estripulias saltando. O sabor de sair dali era surpreendente. Muitos sorrisos atrelado ao frio da espinha. "Borboletas no estômago" voavam cada vez mais rápido. Olhou para trás e viu uma ilha alta perdida no meio daquele oceano que lhe reservara muitas surpresas. Enquanto nadavam naquele velho mar de infinitas possibilidades, o dia amanhecia.
Olhou para trás e viu a ilha distante.
Uma das gaivotas que moravam na ilha voou até eles e começou a dizer:
- Você esqueceu de pegar cordas caso precise fazer uma jangada
- Não preciso tenho o golfinho
- Mas e se o golfinho resolver te deixar no meio do mar?
- Nunca faria isso dona Gaivota (respondeu o golfinho)
- A comida que você tem não vai dar para um dia (disse a gaivota)
- Nós pescaremos e logo mais estaremos em um continente lindo com vários braços de mar (retrucou o golfinho)
Enquanto isso, sem dizer nada, segurando a barbatana do golfinho, seus olhos fitavam aquele ser que nadava, intercalando com a gaivota.
Gaivota e golfinho, golfinho e gaivota, algo quente subiu em sua cabeça até que gritou:
- Pare! Me leve de volta a ilha, sem cordas realmente não tenho segurança e muito menos como fazer uma jangada,  caso precise. Você é até legal golfinho, porém acho que não sabe pescar. Então realmente prefiro ter mais comida como segurança e não acho que você realmente esteja disposto a me levar a lugar nenhum.
Volte por favor. (gritou)
O golfinho, sem entender, acatando a vontade pedida, fez meia volta e voltou. Nadou novamente até a ilha da segurança.
Era fim de tarde, o por do sol estava lindo, a gaivota voava na frente, o golfinho nadava atrás levando consigo agora um peso incompreensível. De relance olhava para trás para ver o por do sol e seus olhos trocavam olhares com o outro par de olhos em despedida. Em seu dorso, sentia gotas quentes de lágrimas que caíam, a sábia gaivota olhou para trás, viu a cena e disse:
- Não chora, isto é o certo.
O golfinho por sua vez, não acreditava no que acontecia.
Chegaram na ilha alta da segurança. Era noite e não tinha lua e muito menos estrelas, o céu estava em plena escuridão.
Desceu das costas do golfinho, se despediu, pediu desculpas, nadou, não olhou para trás, chegou na encosta da ilha e começou a escalar para chegar até lá em cima o mais rapidamente.
O que aconteceu a partir daí?
Não temos relatos da história.
A única coisa que sabemos é que a estrela ainda aparece algumas noites porém ninguém daquela ilha fala mais com ela. E o golfinho, algumas poucas vezes passa ao lado da encosta acreditando que algum dia pule e se liberte.


  

terça-feira, 7 de novembro de 2017

A Física da Busca

Estava arrumando a mala para mais uma viagem (sim esse "garoto" que escreve aqui é um ser que viaja como o vento), ouvindo minha playlist como sempre, com a janela aberta (da casa, da alma e do coração),pensando no que nós seres humanos buscamos.
Uns buscam dinheiro, outros fama, sucesso, alguns ainda buscam de uma certa maneira se libertarem do passado, outros ainda buscam a famosa liberdade (seja ela de expressão, intelectual, espiritual ou física) e nesse emaranhado de pensamentos fiquei pensando: O que eu busco?
Levando em consideração que para mim dinheiro, fama, sucesso, são consequência, descarto essa possibilidade. A liberdade é algo que conquistei há muito tempo também, após enxergar a vida de outra maneira e sendo assim, ela estaria descartada pois já anda comigo e antes que você possa pensar e me entender mal, liberdade para mim não é a famosa esbórnia, liberdade para mim é você pensar por você mesmo e ter convicção que é verdadeiro .
Mais uma vez caio no amor.
O amor verdadeiro para mim é o que governa a vida, é o que me faz respirar e acredito que seja assim com boa parte das pessoas que muitas vezes não se "atentam" para isso. Começo então meu desenvolvimento de atração que vai muito além da atração física. Acredito que tudo começa pela lei da atração do que se busca e isso é mais real que você possa pensar. Ficar de braços cruzados esperando que caia do céu é algo que não acredito, a não ser quando é chuva. No dia a dia recebo amor das pessoas que são minhas amigas, de pessoas do meu trabalho, da minha família, dos meus alunos...enfim, de muitas fontes, porém não é desse amor que falo e eu sei que você sabe disso. rs
Muitas vezes usamos essa lei de forma inconsciente, traçamos planos e demarcamos tempo espaço os quais sinto em te informar que não são demarcados, pensamos com o "consciente ilusório" que estamos certos do que queremos mas ao mesmo tempo com o subconsciente levantamos outdoor do que realmente necessitamos. E sem dar atenção a isso ficamos tão perdidos quanto "minhocas em alto mar".
Então, começa a tocar em minha playlist uma música chamada "Song for Someone" do U2 e o refrão desencadeia uma reação de pensamentos que me fazem aumentar o volume e cantar em alto e bom som a letra que diz:  "If there is a light you can always see and there is a world, we can always be
If there is a dark that we shouldn't doubt and there is a light don't let it go out. And this is a song
a song for someone" (Se há uma luz você sempre pode ver e há um mundo que sempre podemos estar
Se há uma escuridão que não deveríamos duvidar e há uma luz não deixe escapar. E esta é uma canção uma canção para alguém" E nessa catarse individual, o sol abre em minha janela e as nuvens começam a dissipar deixando que os raios cheguem até meu quarto. Lembro então da "Física da Busca" do Livro Comer, Rezar e Amar da escritora Elizabeth Gilbert , desço então até a sala para procurar este livro e relembrar esta interessante lei. Pego o livro e copio aqui este trecho que desde os mais "machões", aos mais sensíveis deveriam saber. Ou melhor... deveriam ler o livro e se tiver preguiça, assistam o filme, ou faça os dois porque vale a pena.
Enfim, vamos a física da busca que aparece no trecho final do livro e do filme e não entre em pânico, de longe não é um spoiler...rs

"No final, comecei a acreditar em algo que chamo de “Física da Busca”. Uma força da natureza regida por leis tão reais quanto a lei da gravidade. A regra dessa “Física da Busca” é assim: se você tiver coragem de deixar para trás tudo o que lhe é familiar e que lhe conforta – que pode ser a sua própria casa ou velhos rancores – e embarcar em uma jornada em busca da verdade, seja ela externa ou interna; se estiver disposto a considerar que tudo que lhe aconteça nessa jornada como iluminação e aceitar todos que vier a conhecer nessa estrada como um professor; e se estiver preparado para enfrentar – e principalmente perdoar – algumas das duras realidades sobre si mesmo… Então… A verdade não lhe será negada!" 

As 10:19 da manhã, abro um sorriso e respiro esse ar gelado que entra por aqui agora nesta primavera dinamarquesa de Curitiba e reforço a deia de estar no caminho certo.
Hora de continuar cumprindo a agenda do dia.
Hora de continuar cumprindo a física da busca, quem sabe o que eu busco (consciente ou inconscientemente), não está muito mais perto que imagino... serve para mim, serve para você, serve para todos nós.
Hora de seguir o trecho sabendo que é " melhor viver o seu próprio destino de forma imperfeita do que viver a imitação da vida de outra pessoa com perfeição.  Então vivo a minha própria vida por mais imperfeita e atabalhoada que ela possa parecer, ela combina comigo, de alto a abaixo."



quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Doce Novembro

Não, o título não é meu.
É de um filme que sou apaixonado e foi lançado em 2001 com direção de Pat O'Connor, ou melhor... foi lançado em 1968 (e desde muito tempo se fala sobre isso), com este remake de 2001 e conta a história de um publicitário que conhece uma mulher que é muito diferente de todas as outras mulheres em sua vida e neste mês nasce uma inesperada e avassaladora paixão difícil de manter o controle da racionalidade.
Eu particularmente acredito em tudo isso, no amor, na mudança, em paixões avassaladoras. O morno nunca fez parte da minha vida mesmo e toda vez que entra novembro esse filme me faz relembrar isso e pelo menos assisto mais uma vez acumulando vezes e vezes para contar.
Na verdade da verdade, acho que tenho um filme para cada mês da minha vida, levando em consideração uma frase que uma querida amiga de São Paulo um dia falou: "Hermano, sua vida indiscutivelmente é um filme de HQ". Até duvidei umas vezes...hoje não mais.
Uma das frases que pulsa aqui dentro e que levo comigo desde então é quando em uma altura do filme a personagem Nelson Moss diz para Sarah Deever, em meio a uma discussão:  "Sabia que pode quebrar suas próprias regras?" Isso vem ressaltar algo que eu sempre acreditei (mais uma vez), a evolução. Porque para evoluir é necessário começar quebrando nossas próprias regras e não as regras da outra pessoa. E desde então me pego pensando que por ego, por nossas regras, criamos nossos fantasmas, nossas correntes da prisão, nos condenando a viver em um mundo repleto de perguntas sem respostas e assim perdendo (de fato), o que poderia ser profícuo em troca de umas crenças sem sentido que nos obrigamos a acreditar, que  nos leva do nada a lugar nenhum e  assim, perdemos a chance de ser feliz e ficamos correndo atrás do próprio rabo como cachorros que não vêem nada para fazer ou brincar. E até com isso nos acostumamos.
Quantas vezes já ouvi a frase de pessoas: "Para mim quando é assim, é assim e pronto". E nestes
casos baseados em questionamentos desse filme, me pergunto: Até quando vamos perder por soberba?
O verdadeiro sentido da evolução talvez esteja aí. Abaixar a guarda, o que você tornou algo costumeiro na vida pode mudar e DEVE muda pelo simples fato de que já foi e tudo que evolui muda. A evolução da vida consiste nisso, nessas pequenas mudanças que nos parecem gigantescas, porque não e fácil mudar o que se torna costumeiro, mas é possível. E é sobre isso que esse filme trata, sobre mudanças, sobre permissões e evolução, sobre não importar com O QUE SE TEM mas sim com QUEM SE TEM.
Sim! Os filmes servem também para isso e é por isso que optei em trabalhar com a arte em minha vida. Para abrir olhos, para abrir MEUS olhos.
Não vou negar que gostaria de dar um "spoiler", mas seria desleal caso você não tenha ainda assistido.
Então te dou a dica: ASSISTA!
E se já assistiu, assista de novo!
E para fechar este texto em homenagem ao doce novembro que entra, encerro meu texto com uma série de frases deste filme, para me fazer pensar, para te fazer pensar...três frases que pegam ali, na alma e são verdadeiras: "A vida não é perfeita"   -  "Tente não ter razão de vez em quando, seria bom para o meu ego" - " O que quer que você faça na vida, será insignificante. Mas é muito importante que faça porque ninguém mais fará.Como quando alguém entra na sua vida e metade de você diz: "você não está preparada" Mas a outra metade diz: "Torne-o seu para sempre!". 
Bom... assista "Doce Novembro" e depois você me conta. Que este mês, o penúltimo do calendário Juliano, nos traga uma certa consciência antes que o ano acabe ou antes que seja tarde.
Sejam Bem Vindos à novembro e que seja doce.