domingo, 22 de dezembro de 2013

Eu Acredito (e você?)

Acredito no amor como profissão de fé e na fé como profissão de amor.
Acredito na arte de expressar para outras pessoas o que realmente sinto, pois depois que algum dos dois se vai você talvez nunca mais tenha a chance de dizer tudo o que queria ou precisava.
Acredito no verdadeiro amor de duas pessoas que se encontram pelo acaso e acredito que antes de encontrar a pessoa certa, talvez tenhamos que passar por algumas "séries" na escola da vida.
Acredito na arte como real forma de expressão, assim como acredito na bondade do ser humano apesar de tantas agruras nessa vida.
Acredito que por muitas vezes nos contentamos com a razão, muitas vezes perdendo muito por muito pouco e assim deixamos a felicidade escapar por entre os dedos não tendo (muitas vezes), compaixão com nós mesmos.
Acredito que tudo acontece na hora certa, no entanto, nos perdemos no louco tempo e muitas vezes a hora certa passa. E muitas vezes não volta nunca mais.
Acredito no romantismo como forma de combustível assim como tenho a certeza que a palavra rotina não faz parte do meu contexto simplesmente por achar que qualquer tipo de rotina FODE com a vida e sendo assim, simplesmente vivemos e deixamos de sentir.
E eu?
Bom, eu prefiro sentir do que simplesmente viver. Gosto da minha alma de artista que voa longe (com a cabeça nas nuvens e os pés no chão), no dorso daquela nuvem que voa no céu, clamando por mais amor no mundo.
Pois sim, não acredito na vida sem amor.
Não acredito no morno.
Não me entrego pela metade (seja no amor, no meu trabalho, em minhas amizades...), simplesmente por acreditar na perfeição do imperfeito, do improvável.
Meu combustível é o amor que movimenta minha coragem para se entregar totalmente ao que acredito, ao que quero, a quem eu quero. Simplesmente pelo prazer de sempre lutar pelo que eu acredito fortalecendo a (in)sustentável leveza do ser.
Sendo assim, ACREDITE!
Acredite na vida, na sua intuição, na sua coragem, na sua inteligência, no seu coração.
Lute pelo que você quer!
Permita-se ser feliz!
Tome suas decisões, de o primeiro passo se necessário for, caso não consiga, não tenha medo de pedir ajuda. E não se esqueça, dado o primeiro passo
não olhe para trás, caso contrário correrá o risco de ficar sempre preso ao seu insustentável mundo imperfeito o qual alguns chamam de passado.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Encontro (Antes do Sol Nascer)

Ela, deitada em seu sofá.
Ao fundo a música suave que parecia vir de longe.
Clima ameno.
Luz apagada.
Vestia apenas uma camiseta.
Grande, branca, larga.
A única incidência de luz que entrava naquele ambiente vinha de fora e entrava pela janela.
Fechou os olhos calmamente e sentiu o cheiro dele que pairava no ar.
Sentiu o toque de suas mãos em seu rosto, em seu braço.
Sentiu a boca que passeava pelo seu ombro, pescoço, rosto.
Abriu os olhos repentinamente e a sombra dele estava lá.
Estampada na parede.
Caminhou até a pia, pegou uma garrafa de vinho já aberta, serviu duas taças.
Voltou para seu sofá.
Em uma mão segurou uma taça e com a outra estendeu para a sombra que estava na parede.
A sombra por sua vez, saiu da parede e das mãos dela pegou a taça de vinho.
Ela fechou os olhos.
Sentiu o vento.
Parou no tempo.
Se entregou.
Por mais que lutasse não conseguia mais fugir.
E dançaram pela madrugada
O corpo com alma e a alma sem corpo presente, mas estando onde queria estar, só esperando a chance a contento de com ela poder ficar.
O corpo com alma e a alma com corpo ausente.
E dançaram pela madrugada.
E se amaram antes do sol nascer.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A Encruzilhada

E ali estava eu em mais uma encruzilhada me permitindo parar e pensar em que direção seguir. Olhei para o sol que já se preparava para dar lugar a dona lua e percebi que não podia ficar ali muito tempo ou jamais sairia do lugar.
Sabia que tinha que refletir bastante sobre a escolha tomada e tinha certeza que dado o primeiro passo, deveria esquecer definitivamente aquela encruzilhada. Caso contrário correria o risco de ficar sendo torturado pelos meus medos e pensamentos que se transformariam em inúteis perguntas tais como: "Escolhi o caminho certo?"
Eu? Eu estava em processo e naquele momento já havia aprendido a escutar meu coração e dar a devida importância a minha intuição (antes de executar qualquer movimento),  tinha a nítida certeza de que se escutasse o meu coração e acreditasse em minha intuição, eu estaria no caminho certo!
Talvez todo esse empasse na beira do caminho tenha sido dado no eterno conflito de nós seres humanos que é travada pela batalha: Eu x Meu Coração x Opiniões alheias - Dando a certeza que temos que nos contentar com as regras impostas, inclusive para amar. Com frases: "Este amor é impossível!", "Contente-se assim e está bom, pois as coisas são assim mesmo", e outras frases do gênero comum a todos.
Uma coisa eu digo: para mim  nunca existiu amor impossível, nunca me deixei intimidar pelo silêncio, pela indiferença ou pela rejeição. Durante minha última caminhada aprendi que atrás da máscara de gelo que as pessoas usam, existe um coração de fogo. Talvez seja por isso que me arrisco mais que os outros e busco incessantemente o amor não me deixando assustar quando verdadeiramente busco o que preciso. Tenho certeza que sem amor eu não sou nada.
Sei que mesmo assim,  muitas pessoas ainda acabam destilando seus pré conceitos dizendo:"Está louco, vive em um mundo fantasioso confiando em coisas que não tem lógica!"
Juro, que antes eu me preocupava com estes impertinentes comentários, hoje não mais me atingem pois tenho a certeza que a intuição é o alfabeto do universo, e continuo escutando o vento, falando com as estrelas, buscando ser realmente feliz. É obvio que muitas das coisas faladas, pensadas, serão injustas. Estas continuarão constantemente acontecendo. Muitas vezes, durante esta caminhada,  me vi em situações as quais tenho certeza que não merecia, geralmente em momentos os quais não tinha condições de me defender. E foi justamente nestas horas em que fiquei em silêncio. Não gastei energia em palavras (afinal de contas elas não podem fazer nada), percebi que era  melhor usar as forças para resistir, tendo paciência e tendo a certeza ALGUÉM estava olhando e me dando justamente o que necessitava: TEMPO. Tendo a certeza que tudo (cedo ou tarde), voltaria a trabalhar a meu favor.
Sendo assim, com absoluta certeza, assumo perante vocês queridos, a minha Lenda Pessoal - a razão da minha vida. Sei que alguns poderão pensar ou vão dizer (como já ouvi) - "Olhem, a fé dele é inabalável!"
Fico orgulhoso por alguns momentos, e logo me sinto envergonhado porque não tenho a fé que demonstro. É quando ouço uma voz que sussurra em meu pensamento: " Você é apenas um instrumento de luz. Não há motivos para ficar orgulhoso e nem se sentir culpado; há motivo apenas para cumprir seu destino" Instantaneamente  fico tranquilo, seguro, consciente e tenho a certeza que todos (de algum modo), somos instrumentos.
Com tudo isso, e os problemas? Continuam?
Sim! Todos nós temos problemas, que precisam ser encarados, sendo assim - Por que não fazer isso hoje? Parar. Pensar. Eventualmente sofrer um pouco. Mas, no final, entender quem somos, o que sentimos, o que estamos fazendo aqui  neste momento ao invés de querer ficar determinando a "Agenda da Vida"?!
Afinal, nada, absolutamente NADA neste mundo é dado de presente, as lições mais importantes são sempre aprendidas com muito esforço e dificuldade. Sendo assim que tal não se desesperar, se desgastar, perder tempo culpando os outros, perder tempo criando fantasmas ou histórias fantasiosas... Afinal em cada gesto destes que aplicamos estão as responsabilidades de nossas escolhas. Nossas vidas (minha, sua), são lutas constantes, e os desafios?
Os desafios não são bons ou ruins, são apenas desafios...
O sol baixou...
Vou voltar a caminhar até a próxima montanha... Nos vemos em breve.
Paz, amor, harmonia e coragem.



segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Gratuito



Faça já a sua e seja aceito em uma sociedade normal! O que não pode deixar de acontecer é: PROMETER!


terça-feira, 5 de novembro de 2013

Uma carta para que eu não (me) esqueça.

É, faz tempo que não passo aqui.
Isso serve para concretizar que não faço nada por simplesmente fazer, assim como não falo por falar, penso por pensar, ajo por simplesmente agir...
Parado aqui, na terceira curva após a margem do rio, recorrentemente estava me questionando: Que mania essa a nossa de ditar regras e acreditar que tenha que ser assim ou assado, por simplesmente acreditar em uma sucessão de fatos que insistem em ditar?
Que mania essa a nossa de acharmos que para ser feliz só existe um meio? 
Que mania essa a nossa de acreditar que nossos fundamentos são únicos e nem se quer olhar aos demais (milhares), que existem em nossa volta? 
Que mania essa nossa de nunca "dar o braço a torcer"?
Bater na mesma tecla...
Acreditar nos velhos preceitos...
Que mania é essa?
É a mesma mania que faz com que tranquemos a porta para nós mesmos. A mesma mania de olhar vagamente para o nada esperando o tudo como se quiséssemos falar muitas coisas, mas insistindo em permanecer mudos diante aos fatos que se sucedem.
Eu sei, já fui assim.
É quando perdemos muito por muito pouco.
A morosidade me corroe, a falta de coragem não me agrada, qualquer tipo de ego me irrita, qualquer coisa mal dita deixa mágoa.
Prefiro a coragem de enfrentar do que a estupidez do acreditar por acreditar.
Prefiro a coragem de cair do que a estupidez de não levantar.
Prefiro a coerência incoerente do que a incoerente coerência.
Prefiro arriscar do que a comodidade de sempre querer que seja como eu quero!
Olhando para os olhos que me olham neste momento, em meu espelho, encarando francamente meu olhar desnudo que olha para dentro do meu eu, ouço ao longe uma alegre música que lembro ter ouvido em minha infância e lembro das palavras de Sarah Westphal que li inúmeras e repetidas vezes em um dos livros que comprei em minhas viagens que desde então viajam comigo e dizem...

"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. 

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. 

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu." (Sarah Westphal )
Fecho livro, sinto o vento que toca o meu corpo, ouço ao longe o rio que corre, respiro profundamente deixando o ar puro inflar meus pulmões, me levanto... preciso caminhar.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Do outro lado do rio

Do outro lado do rio existe uma lua pela metade esperando ser completada de algum modo que a deixe inteira.
Do outro lado do rio existe uma luz, uma fogueira onde sombras dançam ao som da música sagrada que ecoa pela mata e chega em alto e bom som desse lado do rio.
Do lado de lá do rio existem certezas incertas, florestas, densa fumaça que nesta margem não chega, mesmo assim quando aparece não dá para ver o que fazem os antigos aldeões.
Qual é a certa incerteza que atravessa sem muita clareza e chega aos corações?
Qual é a certeira certeza que afirma com clareza o modo que tem que ser?
Basta atravessar o rio para saber.
Então me jogo. Verdadeiramente me jogo e me permito enfrentar a correnteza, a incerteza do outro lado chegar mas... eu me jogo. Sem medo da morte, principalmente sem medo de viver, quero chegar ao outro lado para ver ao invés de simplesmente acreditar.
Não quero mais simplesmente ouvir histórias.
Quero viver histórias para guardá-las em minha memória e um dia aos pássaros, às árvores, aos caminhos, à alguém poder contar. Oras, histórias são para isso, não são? Para voarem como pequenas sementes pelo vento e assim semear mentes a contento do tempo para não as deixar morrer, para não as deixar passar. Assim como as que chegam aos meus ouvidos, quero viver para poder contar!
E assim descubro aqui deste outro lado do rio que na verdade a lua existe inteira, que nas noites que apenas a metade dela aparece, é o sol que uma de suas partes somente insiste em iluminar.
E  caminho, caminho com um certo receio, vencendo meus medos e deixando de simplesmente acreditar por acreditar.
E assim escrevo esta história sobre o outro lado do rio, sobre a metade da lua, sobre simplesmente agir, sobre simplesmente tentar.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

A Garota que Visitava Sonhos parte II

E do nada ela apareceu como quem não queria nada (e realmente não queria)
E do nada ela apareceu como se já soubesse muito mais sobre a vida dele (mais que ele mesmo)
E  o quadro que era preto e branco foi tomando cor novamente, estranha forma de inconsciente que coincidentemente fazia retomar a consciência de que a magia não havia morrido.
Passaram então a tarde conversando embaixo da frondosa árvore que bailava ao sabor do vento...
Ela contou sobre algumas aventuras, falou das músicas que mais gostava, arrancou de sua bolsa velhas escrituras, falou de seus bichos e do cãozinho preto que de vez em quando a acompanhava.
Ele por sua vez falou alguns de seus segredos, depois de muito tempo sem medo. A certo modo, apesar do pouco tempo, sabia que nela podia confiar. E a confiança era fator fundamental para ele.
Você gosta de acampar? Perguntou ela. Ele respondeu que sim e ela respondeu que não. Mas mesmo assim gostava da natureza, andava por lugares desconhecidos procurando novas belezas sempre com sua caixinha mágica repleta de inúmeras canções.
Os olhos dele brilhavam, há muito ele não tinha este brilho no olhar...
Casa comigo?
Ela, encostada em seu ombro, inclinou sua cabeça e fez uma cara de espanto.
Ele começou a rir.
Ela disse: segredo 83 vim ao seu encontro porque queria estar com você, sem cobranças, sem nada, pelo simples fato de querer estar.
O silêncio perdurou, durante alguns minutos o único som que se ouvia era do vento tocando as árvores. Ela abaixou a cabeça e se ajeitou em seu peito.
Conseguia sentir a respiração dele que momentaneamente se tornara profunda.
Ele começou a acariciar um dos braços dela com aponta de seu dedo...indo do antebraço até o seu ombro e voltando vagarosamente, como se acariciasse a própria pele.
Foi quando sua mão (em um ato quase involuntário), subiu e a ponta do dedo dele tocou levemente seu queixo, fazendo que ela novamente se inclina-se para a direção de cima.
Ele a fitou, se aproximou lentamente, olhou bem dentro dos olhos dela como se quisesse entrar e calmamente falou
- Sinceramente não sei o que está acontecendo, porém tenho certeza que é algo mágico, pois na minha vida tudo acontece meio assim.
Muito obrigado por você (a certo modo) estar aqui comigo. Pela primeira vez (depois de muito tempo),  não me sinto só. Não sei quem você é ao certo ainda, no entanto sei que você possui uma luz sua que é mágica e a certo modo chega até aqui. Não sei se você sabe o quanto é especial, no entanto tenho um certo "faro" para reconhecer pessoas especiais. Sem dúvidas nenhuma (agora nenhuma mesmo), tenho certeza que você não veio parar em meus sonhos por um simples acaso. Posso te fazer um pedido?
Ela fez sinal que sim com a cabeça
- Vem para a vida real comigo?
Ela sorriu, piscou os dois olhos ao mesmo tempo...
Ele a beijou
Abriu os olhos, deitado em sua cama ouviu o vento que fazia a janela balançar. 
O som do nada no meio do tudo. 
Ele estava só, porém pela primeira vez não sentia solidão e estava decidido a ir encontrar aquela garota que ultimamente o visitava todas as noites, todas as tardes, todas as manhãs. 
Foi quando ele descobriu que muitas vezes "se pegava" sonhando acordado...
A magia voltara para a sua vida.


sábado, 10 de agosto de 2013

A Garota que Visitava Sonhos


O cheiro de chuva vindo de longe, os primeiros pingos molhavam seu corpo já cansado de tanto caminhar.
De certo modo sabia onde queria chegar, o que querida encontrar então continuou caminhando.
Ao longe, do meio da chuva, caminhando em sua direção, eis que aparece uma garota. Molhada, ela para em frente a ele e diz: Posso? Ele sem entender direito respondeu: Pode.
Então caminharam em direção a chuva e "cortaram"  a cortina branca de água que não parava de cair.
- Gosto dos dias de sol, porém gosto dos dias de chuva! (disse ela, gritando pelo fato do barulho da chuva quase encobrir sua voz)
- Gosto de caminhar sob a chuva e gosto de me sentar a sombra em dias de sol (disse ele)
- Gosto de jazz, blues, de arrumar minha mochila e viajar
- Gosto de jazz, blues, uísque,vinho de arrumar minha mala e viajar
- Gosto de deitar no chão e conversar
- Gosto de caminhar pela noite
- Gosto de Clarice, Cinema Paradiso e do Tarado do Almodôvar
- Gosto de Paris Je T'aime, Perfume de Mulher e de dançar a meia luz
- Gosto de Pintar
- Gosto de cozinhar
- Gosto de vinho
- Gosto de você
- Como isso aconteceu?
- Como o que?
- Gosto de você!
- Como assim?
- Vai entender né?
- Vamos sentar?
- Vamos
Sentaram embaixo de uma árvore. Sabiam do perigo que era sentar embaixo de árvores no dia de chuva mas não estavam nem aí!
Ela, encostou a cabeça em seu ombro, ele tirou uma garrafa de vinho de sua mochila, abriu e serviu duas taças embaixo da chuva.
Eles não ligavam, pois a chuva não os incomodava, estavam embaixo d´água e não tinham medo de verdadeiramente se molhar.
Instantaneamente, a chuva parou, o sol furou com seus raios as poucas nuvens que já se dissipavam com o vento e apareceu... O cheiro de flores e mato molhado, tomou conta do lugar...
Ela, delicadamente inclinou a cabeça para cima e o encarou...

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Se já for Agosto

Se já for mês de agosto feche a porta quando for saindo, me leve contigo, me convide para andar, um café, um jantar ou quem sabe apenas caminhar para não falar nada. Quem sabe ainda alcançar aquela luz que brilha lá no final da estrada, quem sabe somente ouvir o vento ou talvez olhar as ondas que bailam no mar.
Se já for mês de agosto diga que tudo bem, do mesmo jeito que coisas boas vão elas vem, que vou me alentar de paz, justamente esta que você procura e não tem. Consequentemente, a minha paz será tua também.
Eu?
Eu estou aqui. Ainda conversando com as estrelas, dormindo em nuvens, viajando por este imenso espaço que reflete a imensidão do ser (ou não ser). Na verdade essa  não é a questão que procuro (neste mesmo instante), pro meu eu.  A única coisa que procuro é ser todas as faces possíveis: Eros, Zeus, deuses mitológicos para serem todos seus.Assim quem sabe eu consiga prender tua atenção e fazer você perder a razão.
Olha, é o seguinte: Se já for agosto vamos fazer um trato... Um simples trato. Vamos parar de brincar de gato e rato que um corre atrás do outro e depois o destrato.
Vamos brincar de amor? Vamos brincar de amar? Vamos brincar de não machucar?
Tá eu sei que não é tão simples assim, mas... olha, eu estou aqui.
Na verdade da verdade eu sei que estou aí e por uma simples razão talvez você não queira me achar.
Se já for mês de agosto te convido a vir sentir o aroma do café coado comigo ao final da tarde, ver o sol se por, olhar os trigais dançarem ao sabor do vento, vem comigo viajar...com ou sem os pés no chão.
Para que encobrir a vontade?
Por que não colorir a pálida paisagem?
Eu?
Eu estou aqui. Ainda brincando com as labaredas do fogo da fogueira que bailam sem parar, sem medo se vou ou não me queimar pois se devia algo para alguém, este alguém era a mim mesmo e depois que descobri isso... Liberdade... Voar...
Continuo por este louco caminho da vida, hahaha... VIDA!
Caminhando na corda bamba sem rede de segurança a uma altura que você não pode imaginar, me dê sua mão e vem comigo caminhar... Sinta como é doce a liberdade, como é bom amar sem medos, sem segredos, sem pestanejar!
Olha se já for agosto eu paro.
Sim, eu paro.
Somente para te esperar a gosto, ao seu gosto, a gostar...



quinta-feira, 13 de junho de 2013

Para Todos os Mergulhadores

[Este texto foi retirado do meu livro - Pier 42 (o silêncio que antecede a intercessão), final do capítulo 10 - o qual em breve estará sendo vendido como pré-lançamento em e-book pela Livraria Saraiva, estará nas telas de cinema e também em breve estará impresso a venda nas principais  livrarias do Brasil. 
Agradecimento especial ao meu sócio e amigo Luiz Sadaiti, pela força, por emprestar "seus ouvidos",  por entender e me ajudar a expressar o que penso em longas conversas em alguns finais de tarde.]

Últimas imagens refletidas na retina da minha mente.
Depois... o silêncio.
Sim, para muitos é uma loucura. Porém, diferente da grande parte das pessoas, não me apoiei em falsas bengalas para ter ilusórias seguranças. Respirei fundo, tomei dose extra de coragem e fui, mas fui só.
Tive medo, mas o medo, oras, o medo é um grande mal entendido, é um sentimento que vai na contramão do desejo.
Para mergulhar tem que aprender a enfrentar o medo. Tem que sentir muito e no entanto não se arrepender.
Mania nossa de tentar prever tudo!  
Um beijo nunca é só um beijo, um encontro nunca é só um encontro, uma história nunca é só uma história. Sempre tem uma expectativa. A gente sempre espera algo mais. Por isso, quem mergulha geralmente acaba fazendo "merda".
Se engana, promete coisas que não devia,  acaba machucando alguém e na maior parte das vezes se machucando, dilacerando uma parte de si.
Nós humanos estamos sempre imersos na solidão, num passado, num futuro, em alguém...
Na verdade, o que deveríamos fazer ao invés de exigir segurança é alcançar a liberdade.
Liberdade para expressar o que estamos sentindo sem julgar estes sentimentos. Sair de um encontro sem pensar no que queria (ou deveria), ter dito, pois tudo que importava já foi dito.
Liberdade para viver coisas novas sentindo o medo das consequências ser vencido pela vontade de que as coisas mudem.
Liberdade sentimental e, como consequência, a sua independência da razão.
Liberdade para admitir que somos capazes de fazer mal a quem amamos pra depois prometer que não o faremos nunca mais.
Liberdade para sentir medo, pois negá-lo é ser um falso corajoso. Por favor me digam: Quando vocês mergulhadores entenderão que não dá pra se entregar sem se comprometer?
Na verdade, o que eu busco não é mergulhar.

O que eu busco é aprender a respirar debaixo d’água.



domingo, 26 de maio de 2013

Não Somos Poeira, Somos Magia!

Aproveitando a lua cheia, a boa música, o bom aroma, o vento frio, o coração quente, a cabeça muito longe  e a taça cheia de vinho, eis que resolvo parafrasear Richard Bach.
Acredito que o ser humano não deva viver apenas do racional, nunca deveria querer viver somente da realidade. Afinal o lúdico é o que a maioria das vezes da as cores necessárias à vida.
Algumas pessoas pensam: Como pode? Só falta agora vir falar de dragões, de bravos cavaleiros, de princesas a flanar por florestas secretas encantando cervos e borboletas com seu sorriso...Para com isso o destino já passou a horas do horizonte, as sombras reluzentes já desfilaram há muito tempo e se foram para sempre levando nossa era além das fronteiras, além das aventuras.
Hahahahaha. É um imenso prazer saber que pessoas assim estão completamente enganadas. Princesas e cavaleiros, encantamentos e dragões, mistério e aventuras, príncipes, reis, rainhas... não apenas existem aqui e agora, mas também continuam a ser tudo o que já existiu neste mundo!
Mudaram de roupagem em nosso século (como não podia deixar de ser). Hoje em dia os dragões ostentam  a vestimenta dos que oprimem, dos que não acreditam, dos que enxergam somente seus próprios umbigos, dos que querem explorar e na maioria das vezes somente se importam consigo trajando seus ternos do fracasso, as túnicas do desastre. Os demônios da sociedade guincham, turbilhonam sobre nós, se nos atrevermos a virar à direita em esquinas em que nos mandam virar à esquerda, se fizermos algo que o nosso coração mandar, se ferirmos o manual da sociedade perfeita.
As aparências,  se tornaram tão insidiosas que princesas e cavaleiros podem se esconder uns dos outros, podem se esconder até de si mesmos.
Os cavaleiros ainda continuam a lutar com coragem e bravura por aquilo que realmente acreditam, se colocando muitas vezes a frente do perigo somente pelo fato de ajudar quem precisa muitas vezes pensando por último em si.
As princesas nos dias de hoje continuam se fazendo presente pelos seus sorrisos e seus modos encantadores, muitas buscando um cavaleiro que as ajude, as proteja e as defendam. Muitas salvando vida de cavaleiros (assim como ao longo da história). Porém muitas ainda insistindo nos príncipes encantados buscando a perfeição.
Os príncipes se fazem ainda presentes nos dias de hoje por suas belas carruagens, pensando em si, em seus palácios e somente no que acreditam sem se preocuparem muito com o resto (também assim como ao longo da história). Muitas vezes se esquivando do perigo em defesa própria e acreditando (caso necessite), um nobre cavaleiro poderá o salvar também, pelo fato de se achar muito poderoso.
Enfim, a verdade é que as borboletas, seres e lugares encantados, ainda existem. Basta querer enxergar, basta querer sentir.
Eu, como cavaleiro, com minha espada, acredito que os mestres da realidade ainda nos encontram em sonhos para dizer que nunca perdemos o escudo de que precisamos contra os dragões e contra os seres do mal. Que uma descarga de fogo azul nos envolve agora, neste exato instante, a fim de que possamos mudar o mundo como desejarmos.
A intuição sussurra a verdade: não somos poeira, somos magia!
Acredite.


terça-feira, 14 de maio de 2013

A Moça e o Lago

E lá estava ela, ao fim de tarde olhando o frondoso lago que banhava aquele local sagrado.
Sua cabeça navegando entre o mar da dúvida e das incertezas que a vida lhe trazia, seu rosto acariciado pelo sol que vinha lhe fazer companhia, a fazia viajar sem os pés do chão tirar.
O lago trazia vagas lembranças do que ainda não havia vivido, do que viveria. O vento gelado trazia o cheiro de terras distantes. Por mais que não quisesse, por mais que lutasse contra si mesma, um pensamento pairava no ar...
Foi quando percebeu que o medo de sofrer era muito pior do que o próprio sofrimento, foi quando percebeu que era hora de deixar que as dúvidas, tomassem conta de seus sentimentos paralisando suas ações. Estava traçando seu caminho, sabia que aquele não era único mas era o que havia decidido caminhar.
O sol brilhou um pouco mais forte, um pássaro pousou ao seu lado e em poucos minutos estava em sua perna anunciando que os portões dos novos horizontes a esperavam e cabia a ela decidir em abrir ou não, de seguir ou não, de sentir ou não.
Sentir... pela primeira vez estava sentindo realmente o poder que emanava sobre ela. E desde este dia decidiu ir visitar o pássaro que por sua vez ia a visitar inspirando coragem para o caminho que estava prestes a continuar.



quarta-feira, 8 de maio de 2013

Apenas um passeio (continuação)

...e foi acordado pelo sol que batia em seu rosto. Olhou para o seu corpo encharcado envolto da névoa branca que ainda pairava por ali.
Quanto tempo?
Essa era a pergunta que estava incrustada em sua mente.
Levantou, se espreguiçou, olhou para o lado e viu a garrafa vazia que ali estava. Lembrou da noite passada. Respirou profundamente e deixou que o ar frio entrasse por suas narinas percorrendo o trajeto até os pulmões. Respirou mais uma vez profundamente, comeu o outro pedaço de pão que ainda restava. Pegou a garrafa vazia e guardou em sua mochila, a caminhada até o próximo ponto devia continuar e mais que tudo e que todos ele sabia disso.
Começou a caminhar.
O frio entrava pela sua derme chegando até os ossos, tudo proveniente da roupa molhada ocasionado pelo orvalho da noite passada.
Ele sabia que o sol secaria durante a caminhada e o que era frio se transformaria em calor. O mesmo calor que sentia em seu coração.
Cruzou a ponte da insegurança com a segurança de alguém que sabe onde quer chegar.Continuava andando entre mundos visitando a cada dia o amanhecer, uma de tantas certezas que tinha era que em  seu caminho nada era tão normal (e ele não queria que fosse), caminharia até o fim do dia, até o fim da noite, até hora qualquer, somente sabia que queria (precisava), caminhar até chegar onde queria chegar.
E mais nada o abalava, e mais nada ele deixaria o abalar.
Chegou em mais uma encruzilhada e do outro lado de uma outra estrada que dava na mesma encruzilhada, bem ao longe, em meio a fina névoa que já e dissipava no ar, viu uma pessoa que caminhava na mesma estrada vindo em sua direção.
Resolveu parar e esperar.
Afinal tinha todo o tempo do mundo e aquele tempo era seu.
A manhã, a névoa, o caminho, a relva, o cheiro, o acaso, o destino...





domingo, 5 de maio de 2013

Apenas um Passeio

... e tinha dias que em seu caminho se encontrava com a  dona saudade que parecia que ia estourar seu peito e fazia seus pensamentos borbulharem dentro de sua cabeça assim como a água fervente dentro de uma chaleira.
As  lembranças do que tinha vivido, do que ainda iria viver e do que nuca saberia se viveria, viam a tona e faziam com que ele parasse no caminho e por horas ficasse ali olhando o nada que era banhado pelo tudo.
Quanto tempo mais demoraria até encontrar o caminho certo? (se é que este existia).
E se aquele fosse  caminho certo?
Além da saudade descobriu que ela estava acompanhada de sua amiga a dona dúvida.
Abriu a mochila, tirou uma garrafa de vinho e mais o último pão que carregava até chegar seu próximo destino. Sacou a rolha da meia garrafa que ainda restava, dividiu o pão ao meio para poder comer a outra metade mais tarde, sentou embaixo de uma frondosa árvore ao lado direito do desfiladeiro. Tomou dois goles que desceu por sua garganta lubrificando sua alma. Mastigou um pedaço de pão e quando se deu conta o dia já havia ido embora. Mais uma vez ali estava sozinho com o coração abarrotado, sentiu uma lágrima fria escorrendo pelo seu rosto como se em breve instante aquilo o acariciasse.
Foi quando de sua mochila tirou um estilingue, pegou um pedregulho, colocou na atiradeira, apontou para o céu e atirou a pedra.
Começou a cair estrelas.
E a dona saudade?
Bem, a dona saudade ali continuava com sua amiga dúvida lhe servindo de companhia.
... e quando menos esperava pegou no sono utilizando uma pedra como travesseiro e o orvalho como cobertor. Tudo aquilo naquele instante o bastava para encher seu coração.
 (continua)

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Ilusões II

Meia Lua, mesa posta logo ali, na sala de jantar.
Um chão cheio de luzes que brilham iluminando a sala preenchida pela música que toca  saindo daquelas caixas abertas repletas de sonhos e som.
Ocupo uma das cadeiras, abro o vinho, encho as taças,  sirvo um jantar para dois, olho para a porta fechada ainda na esperança de alguém chegar para preencher o outro lado da mesa...

Relógio parado, tudo a seu tempo e a resposta é: Sim. O meu tempo é todo seu!
No entanto, por enquanto aqui estou eu devorando sonhos. Voando longe em nuvens (as mesmas que de uma certa forma), me ligam a você. O som, o ar , o clima, um prato para dois...
E depois?
Não sei.
Pois por enquanto a única certeza que tenho é que aqui estou sentado deste lado da mesa de meia lua, bem aqui na sala de jantar.





segunda-feira, 8 de abril de 2013

E Acabou Mais Um Festival de Curitiba ( hora de abrir sua mente).

Tem gente que espera o carnaval chegar para sambar.
Tem gente que espera alguma data festiva para dar presentes.
Tem gente que espera a páscoa para comer e dar chocolates.
Tem gente que espera a "temporada" para ir para a praia.
Tem gente que precisa estar estudando para ler um livro.
Tem gente que precisa de um lançamento Hollywoodiano para ir ao cinema.
Tem gente que espera a Oficina de Música de Curitiba para ir assistir a bons concertos.
Tem gente que espera o Festival de Curitiba (mais popularmente conhecido como Festival de Teatro), para ir assistir peça.
Em minha cabeça fica uma pergunta que não para de martelar:
Se não existisse carnaval você não sambaria?
Se não existissem datas festivas você nunca daria um presente?
Se não existisse páscoa, não existiriam ovos de chocolate?
Se não existisse temporadas de praia, as praias sempre seriam quase vazias?
E se nas escolas só existissem livros técnicos?
E se os filmes americanos não tivessem grandes orçamentos? Não existiria cinema?
Se não existisse a oficina de música em Curitiba, não haveriam mais bons concertos?
Se não existisse o Festival de Curitiba, o teatro aqui não existiria?
Realmente não entendo.
Não sou contra festivais, datas festivas, temporadas... enfim, não sou contra nada disso que citei logo acima. Por sinal sou bem a favor! Porém sou a favor também que estes eventos não limitem ninguém.
O que mais ouço pessoas dizendo é: "Nossa, chegou a época que eu mais gosto". Vão as peças, vão aos concertos, parecem que tem uma congestão de tanto assistirem (ou marcarem presença para mostrarem como são culturais), e no resto do ano assistem 1, 2, 3 peças ou concertos... Onde estão os "Hypes"?
Não, antes que você venha querendo criticar ou se defender, de antemão já te digo que não sou contra não. Acho que movimenta a cidade, a certa forma dá uma chacoalhada cultural e até ajuda a difundir o nome da cidade para fora. Visto que estava em São Paulo semana passada e comentaram comigo sobre o Festival que estava acontecendo aqui. Porém volto a perguntar: E NO RESTO DO ANO?
Deixo algumas perguntas soltas no ar as quais acredito que você pode responder para vocês mesmos queridos leitores.
Precisa do Carnaval para sambar?
Precisa de alguma data festiva para dar presentes ou você pode presentear quando tiver vontade?
Precisa da Páscoa para comer e dar chocolates?
Precisa estar em temporada para ir até a praia?
Precisa estar estudando para ler um livro?
Precisa de um lançamento Hollywoodiano para ir ao cinema?
Precisa esperar a Oficina de música para ir em bons concertos?
Precisa esperar o Festival de Curitiba para assistir boas peças?
As minhas respostas (em particular),  todas seriam NÃO.
Então, aproveito para fazer novas perguntas: Vamos deixar a hipocrisia de lado e incentivar também no resto do ano os bons concertos, as boas peças que acontecem aqui também?
Vamos ler bons livros, assistir bons filmes, visitar boas exposições, conhecer coisas novas e ampliar verdadeiramente horizontes?
Somente assim enxergaremos além dos "muros", sairemos das tocas que nos impedem de enxergar mais além e deixaremos de fazer o estilo "hype". Além de estar aplicando na prática o título que Curitiba já exerce lá fora de "Cidade Cultural"!
Não precisa de carnaval para sambar, se quiser sambe o ano inteiro e vista suas fantasias.
Não precisa de data festiva para presentear alguém, basta querer presentear.
Não precisa esperar a páscoa para comer chocolate, dar chocolate ou comprar ovos de páscoa.
Não precisa estar estudando para ler um livro. Os livros, por sinal (caso você não saiba), te ajudam  a relaxar, aumentar seus conhecimentos e te levam para mundos muito distantes trabalhando seu lado imaginário.
Não precisa esperar um lançamento Hollywoodiano para ir ao cinema, existem bons filmes em cartaz de várias partes do mundo (pasmem, inclusive brasileiros), basta tirar as vendas do "pré conceito" e se permitir a assistir.
Não precisa esperar a Oficina de Música em Curitiba para ir assistir a bons concertos, isto acontece o ano inteiro aqui com ótimos artistas, porém muitas vezes os teatros estão vazios.
Não precisa esperar o Festival de Curitiba (o famoso festival de teatro), para ir assistir boas peças. Boas companhias, bons artistas, se encarregam de fazer isso o ano inteiro, no entanto muitas vezes acabam apresentando somente para amigos e muitas vezes para quase ninguém.
Que tal abrir os olhos, a mente, o coração e sem barreiras realmente fazer uma reflexão?
Sou artista e luto verdadeiramente por aquela que alimenta meu espírito, me faz enxergar cada vez mais longe e  me faz ver o mundo em prismas diferente: A ARTE.


quinta-feira, 28 de março de 2013

Partindo para uma nova viagem

Sempre gostei de viajar, na verdade sempre passei minha vida viajando.
Morei em 16 cidades diferentes do norte ao sul do país, já visitei muitos lugares. Brasil, América Latina, Europa... Porém sou sincero em dizer que a ansiedade tem tomado conta de mim após a decisão que tive.
Tudo marcado para eu embarcar domingo dia 31 de abril para uma nova viagem a trabalho. No entanto pela questão das festas deste final de semana, tinham acabado as passagens aéreas para o primeiro lugar que eu tenho que estar que é a pacata cidade de Araçatuba no interior de São Paulo. Segunda saída... ônibus. O único carro que ainda restava com poltronas vagas sai de Curitiba as 20:30 no domingo (eu necessito estar em Araçatuba dia 01/04 as 7:00h), não chegaria a tempo. A única alternativa que restou é viajar no sábado a noite, enquanto todos comemoram a Páscoa.
Não vou dizer que não fiquei chateado, pois algumas vezes fui praticamente obrigado a passar datas importantes sozinho como Natal e Ano Novo. Também seria hipocrisia minha dizer que já estou acostumado. Digo: pode crer ou não, porém qualquer data comemorativa  (ainda mais quando é cultural e você é acostumado desde criança a festa em família e amigos), realmente não são legais de passar sozinho. 
Enfim, tudo marcado e realmente viajo no sábado a noite. 
Agora vem a seguinte pergunta que pode estar brotando em suas cabeças meus queridos leitores que acompanham constantemente meu blog: "O que temos haver com isso?". Eu respondo: Nada! Esta introdução foi para dividir com vocês mais uma de minhas loucas histórias por este mundo.
Vejam, realmente não tenho saída. Terei que viajar sábado e chegarei em Araçatuba as 7:00h do domingo. No entanto (não sei se chamo isto de destino ou acaso), uma idéia começou a martelar em minha cabeça na madrugada de ontem para hoje (quarta para quinta) - Bom, eu realmente terei que viajar no sábado. Chegarei no domingo em Araçatuba, se eu for direto para o hotel, passarei o dia inteiro sozinho. Solidão de quarto de hotel? Ficar trancado sem fazer nada? Mais uma vez não, isto não condiz com minha pessoa, com minha personalidade.
Penápolis, Penápolis, Penápolis. 
Penápolis é uma cidade que fica a uns 50km de Araçatuba e foi uma das cidades que eu morei. Na verdade foi lá que comecei minha experiência com música quando eu tinha 7 anos de idade. Sempre tive o sonho de passar um dia por todas as cidades que eu já tinha morado fazendo uma "Road Trip", revendo verdadeiramente minha história. Quem sabe a hora não é agora e este seja só o começo?
Chegarei em Araçatuba, deixarei minha mala no hotel e pegarei um táxi, ônibus, alguma coisa que me leve até Penápolis. Tenho lembranças claras daquela cidade. Onde morei, o colégio das irmãs (onde na sala do meu irmão estudava uma japonesinha que foi par dele na festa junina que se chama Sabrina Sato e hoje é o que é), a praça onde eu brincava e assistia a shows culturais da Dorothy (Será que ela existe ainda?Penápolis era uma cidade que respirava cultura), o conservatório onde aprendi o que era um acorde, o que realmente eram notas... onde tudo começou, o museu onde desde pequeno gostava de ir ver as exposições de pintura que se renovavam, uma biblioteca mágica onde aprendi a "devorar" livros, enfim...
Não vou negar que a ansiedade pegou pesado e me sinto como uma criança que vai andar pela primeira vez em uma montanha russa ou como um adolescente que sabe que vai dar seu primeiro beijo. Palpitação desenfreada... vai ser fantástico. Irei fazer uma volta no tempo "literalmente". Para muitos de vocês isso pode não dizer nada. Para muitos de vocês, isso pode ser apenas um devaneio. Muitos de vocês talvez preferissem que eu postasse mais um conto de fadas contemporâneo ou algum dos outros textos... Tudo bem, é compreensível. Porém eu digo para vocês: Este pode ser meu conto de fadas contemporâneo! Talvez encontrar uma pessoa que eu não vejo há muito tempo e talvez até não me reconheça, reencontrar algum das muitas pessoas que já conheci nesta vida, talvez reencontrar rostos conhecidos perdidos em algum lugar e que de certa forma já foram familiares para mim.
Sim, a história do cara que volta há um lugar que sempre quis voltar após vinte e poucos anos.
Enfim, precisava dividir com vocês meus caros leitores... Segundo as estatísticas apresentadas pela ferramenta deste blog o qual escrevo, estamos por volta de 3000 leitores que entram para ler meus textos mensalmente. Muitos de vocês poderão pensar: Nossa nada haver... Porém sei que também (talvez não muitos), pensarão: É isso aí cara,volte ao tempo para rever parte de sua história.
E você? 
Há quanto tempo não pensa em sua história?
O que te trouxe até onde você está?
Gostaria de rever alguém? Uma professora, uma amiga, pessoas que fizeram parte da sua vida e após muito tempo sem se verem, querer saber como estão, que rumo seguiram?
Gostaria de rever sua antiga casa, sua antiga escola, um lugar que foi especial para você?
Eu mais uma vez terei esta chance de fazer uma viagem ao passado. 
E isto é o que considero um privilégio para poucos. Eis aí: "O mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar, e correr o risco de viver seus sonhos. É justamente a possibilidade de realizar um sonho que torna a vida interessante. Eis os loucos caminhos da vida".
À bientôt!

domingo, 24 de março de 2013

O Próximo Capítulo

E no próximo capítulo da história ele estava lá, sentado em algum lugar da montanha onde as nuvens dançavam, tentando imaginar quais seriam as próximas surpresas que a vida preparava.
Seu pensamento estava longe, seu coração abarrotado de algo que não entendia (ou não sabia se queria mais entender), o acaso não era tão acaso assim. O vento gelado abraçava seu corpo, o sangue "corria" mais rápido que o normal em suas veias.
Onde estaria agora?
As coisas continuavam a não acontecer por acaso e o acaso já não era mais tão acaso assim.
Ela por sua vez em algum outro lugar, precisava resolver coisas mal resolvidas para prosseguir sua vida  dando novas e novas chances para si mesma. Não tinha medo de se arriscar e sabia disso.
Se encontraram então no meio do caminho imaginário que os levava para... Também não sabiam por onde aquele caminho os levaria. O jeito era então deixar o tempo se encarregar de mostrar o que aconteceria. O destino se encarregara de fazer que se encontrassem e isto já era um ótimo começo.
A incógnita era o aroma exalado no ar rarefeito daqueles dias.
Ele se levantou e um forte grito se desprendeu de sua garganta.
Ela ouviu seu nome ser chamado ao longe, mas não tinha certeza de onde vinha.
Ele, gritou, gritou até  perder a força.
Ela com o coração abarrotado,  prontamente se levantou de onde estava sentada e começou a correr como um corcel pelo caminho que levava até ele.
Ele, com o coração abarrotado, prontamente começou a correr como um corcel pelo caminho que levava até ela.
O destino e suas "armadilhas", se encarregou de preparar aquele momento.
E sabiam que haviam se encontrado.
E sabiam que o acaso tinha sido benevolente.
E sabiam pelo que queriam lutar.
E simplesmente sabiam que haviam acabado de entrar em um mar de emoções, um louco mar. E nesse mar precisariam ultrapassar a zona de arrebentação. Sabiam que ondas grandes e pequenas viriam ao encontro deles e muitas vezes criariam resistência no avançar. Situações tensas, pensamentos muitas vezes negativos, relacionamentos competitivos poderiam aparecer para reduzir a força e a coragem que havia nascido no âmago de cada um deles.
Porém ali estavam (de certa forma já juntos), ainda não fisicamente, porém estavam. E os dois, sabiam que com bravura e coragem (que era o que não faltava para aqueles dois seres), seriam capazes de vencer a zona de conflito e chegar às águas tranquilas para o mergulho desejado. E juntos, lá no fundo do oceano, encontrariam uma a uma as pérolas preciosas que tanto buscavam.
E tudo aconteceria (e já estava acontecendo), como devia acontecer.
                                                                                                   

sexta-feira, 15 de março de 2013

O Teimoso inventor de sonhos (III- As Decisões)

Sim, porque precisava decidir.
Sim porque precisava indicar caminhos e descobrir que nem tudo estava perdido.
Sim porque respeitava as diversidades e por lidar com elas, conseguia respirar, conseguia se inspirar.
Em meio as flores daquela manhã...
- Oi. Há quanto tempo não conversamos?
- Sei lá... Tenho vontade mas...não entendo muitas coisas, não consigo me entender e quando penso que estou me achando, me perco. Diz que isso tudo aqui é real, por favor.
- Tudo isso aqui é real. Os sonhos são feitos para se tornar realidade assim como a mistura da farinha com a água que se transforma em massa...
- Mais...
- Sem mais, nem menos. Simples assim...
- Mas tudo é muito complicado e algo me leva a crer que...
- Não. Tudo não é complicado.
- Com que certeza você diz isso porque...
- Com a mesma certeza que já te disse todas as outras coisas e por outros motivos você não quis acreditar.
- Tá. E essa coisa que sinto aqui dentro?
- Coisas suas, algumas criadas por mim. Algumas criadas por você, porém não se esqueça que todas as coisas partem de sonhos. Deus teve o sonho de criar um lugar excêntrico, criou o mundo. O homem teve o sonho de morar próximo ao céu, criou o prédio. Outro homem teve o sonho de voar, criou o avião. E você que sonhos tem? Por que foge deles? A certo modo se estou aqui, é porque você tem o sonho de estar comigo e aqui estou. Agora, vai do modo como você irá conduzir.
Feche os olhos...
Sonhe, voe, crie, somos capazes!
Errar? Faz parte de toda a  criação. Sonhos não são perfeitos... são sonhos e transformando-se em realidade precisarão serem aperfeiçoados de alguma forma.
Sinta, sinta o sol, o vento gelado, as gotas, sinta!
Sentir, sonhar, criar, realizar e superar.
Opiniões? Claro, muitas... porém filtre-as. Todas se possível, e aproveite o que for para ser aproveitado.
O filtro dos sonhos que muitas pessoas usam em suas casas, sobre suas camas, foi criado assim! E acredite, verdadeiramente acredite e todos os seus sonhos acontecerão.
Muitas vezes chegamos muito perto de realizar um sonho, porém por milésimos de segundos decidimos que devemos seguir outro caminho... e as realizações se perdem.
Porém não se esqueça que nunca é tarde para aprender e amadurecer. Ter coragem é o essencial e isto eu sei que você tem.
Ela o calou com um beijo.
Uma borboleta, pousou no dedo indicador (o que indica), em uma das mãos dela... como se confirmasse tudo aquilo.
O sol brilhou mais forte e tomou a cor inigualável.
A música do vento, se misturou a música dos pássaros... Se levantaram e entraram pela porta da frente para tomar o café o qual exalava um cheiro maravilhoso se misturando as flores naquela linda manhã de outono, pois já havia passado o inverno, a primavera, o verão... E todo este tempo eles ficaram ali e se deram conta que estavam juntos apenas no outono.

"Só entendemos a vida e o Universo quando não procuramos explicações, aí tudo fica claro"

quarta-feira, 13 de março de 2013

O Teimoso Inventor de Sonhos (II-A necessidade)

Os corpos se tornaram um entre as flores.
A necessidade de estarem juntos nunca tivera tamanha consistência, e ali estavam.
Entre flores, dois corpos, duas almas perdidas em um distante lugar de uma manhã qualquer.
Ele tecera sonhos em fios de seda.
Os sonhos do inventor  eram compartilhados e de certa forma, desejados por ela que não tinha coragem necessária para passar para o outro lado da janela.
Há muito tempo atrás, ele ouvira uma história de alguém que teria ido ao inferno para buscar seu verdadeiro amor, chegando lá, não fora reconhecido por sua amada e decidiu (mesmo não sendo reconhecido), por lá ficar, pois para ele o que importava era o amor. Até que por um instante ela se deu conta e como em um passe de mágica, estavam juntos, estavam no paraíso (assim dizia a história).
Por sua vez ela só precisava ter a coragem de pular a janela e saber que podia ir e vir. Estava muito perto de saber que as dificuldades eram apenas pequenos obstáculos e a caminhada até agora havia sido apenas aprendizagem e de nada mais importavam opiniões alheias sobre seus sonhos.
O cheiro do café se misturando as flores, os cheiro dos corpos se misturando ao cheiro do café e das flores... tudo isso levado pelo vento que era amigo do teimoso inventor de sonhos.
A criação estava se concretizando.
Eles estavam ali.
A necessidade se fazia presente e como um presente dado a si próprios, chegariam onde deveriam chegar por suas próprias vontades.

terça-feira, 12 de março de 2013

O Teimoso Inventor de Sonhos (I- A Criação)

I - A Criação

Acordou sentindo cheiro de café com sabor de saudade em uma manhã.
Uma dessas manhãs qualquer que o sol insiste em vir visitar.
Eis o criador de sonhos...
O cheiro do café então começou a se misturar ao cheiro das flores justamente quando abriu a janela. Resolveu ficar despido. Despido de roupas, de sonhos, de pudores e sentimentos. Inspirou profundamente o ar gelado da manhã, abriu os braços e foi acariciado pelo vento, o qual veio desejar bom dia!
Ao longe,  figura das montanhas, das flores,  a figura dela a andar pelo campo com uma cesta presa em um dos braços. Uma cesta repleta de flores as quais ela ainda continuava colhendo naquela bela manhã de outono.
Parou repentinamente e como por transmissão de pensamento, olhou para a esquerda.
Não, não foi preciso que se dissesse nenhuma palavra pois os olhos (mesmo ao longe), já se comunicavam muito bem. Cada um sabia o modo do outro pensar. Gostos, cheiros, manias...
O sorriso largo, franco, fez com que ela corresse em direção a janela (a mesma janela que dividia o plano entre o real e o abstrato), deixando que a cesta caísse de seu braço.
Ele por sua vez, pulou a janela como alguém que tem mola nos pés...
Mataram o que os matava... a saudade.
E o cheiro de saudade se transformou em felicidade com aroma de café naquela manhã.
Uma manhã qualquer.
Quando estavam juntos, não importava dia, horário...
Viviam em seu próprio mundo e isso bastava.
A Criação.


sexta-feira, 8 de março de 2013

Pra você Mulher

Woman, Kvinde, Mujer, Donna,  Femme ou ainda Mulher.
Quando Deus te fez no mínimo estava em um dia onde a  inspiração era: um mar turbulento, céu estonteantemente azul  e uma fina brisa caindo sobre os campos com os últimos raios de sol em um final de tarde.
Mulheres...seres complexos e ao mesmo tempo tão simples (simples?), de se entender (entender ?).
Há quem diga que não ( risos).
Dotadas de uma suavidade, uma feminilidade que até mesmo os mais efeminados dos homens não conseguiriam ter, me fazem acreditar que tal dom especial, seja aquele ingrediente  que é colocado em uma comida de um Grand Chef o qual nunca adivinharemos o que é.
Sempre digo que vocês tem o poder, apesar da maioria dos homens não concordarem...
Afinal como explicar? Apenas um olhar, um tom de voz e um sorriso todo especial, acabam sendo capazes de fazer qualquer homem se derreter ficar a mercê de qualquer pedido feito ao "pobre" coitado seduzido.
Mulheres, se vocês soubessem utilizar tudo o que guardam neste corpo, nesta mente, com certeza o mundo seria outro e boa parte dos homens viveriam um tormento (ou não), pois praticamente se tornariam escravos de vocês.
A vivacidade, a força, a brandura, a sedução... presentes como uma chama eterna ardente aí dentro, assim como deusas do Olimpo imortais!  Ártemis (deusa da lua e da magia), Afrodite (deusa do amor, da beleza e da sexualidade), Atena (a deusa da guerra), Reia (deusa mãe) e as Cárites (do encantamento, da beleza, da natureza, da criatividade humana, da fertilidade e da dança).
Como negar se assim as são?
Uma mistura de divindades em uma pessoa só...
O cheiro, a textura, o tom, o sorriso, o olhar, a expressão... (suspiros), mulheres...
 Até minha primeira casa como um ser humano, foi na barriga de uma mulher durante nove meses que depois passei a chamar de mãe. E segundo ela (minha mãe), das 22:30h até as 08:00h do dia seguinte eu era o único menino em um berçário rodeado por meninas.
Como viver sem vocês se desde o começo de minha existência foi assim, mulheres?
Sou profundo admirador deste sexo dotado de tantas coisas que nem ousaria citar,  por mim eu instituiria todos os dias como o dia da mulher e não cansaria de tecer elogios, mandar flores, falar de amores ou simplesmente amar das mais diversas formas que existem...
Hoje, neste dia instituído a você mulher, deixo aqui toda minha admiração e respeito. Que vocês continuem colorindo nossos canteiros assim como flores, que vocês continuem nos enchendo de amores, que vocês continuem nos ensinando, que vocês continuem...
E eu? Eu continuo aqui, sentado na poltrona deste grande teatro da vida admirando, balbuciando meus tolos comentários e pronto, sempre pronto para aplaudir em pé vocês, maravilhosos seres encantados!
Feliz 08, 09, 10, 11 , 12 , 13 , 14 ,15.... dia de qualquer mês, de qualquer ano.
Beijos e carinhos meus!




segunda-feira, 4 de março de 2013

Os Campos de Lavanda

Não. Não sabia por onde começar. Só sabia que queria fazer.
Não. Não sabia se aceitaria desculpas e entenderia seu lado, porém seu medo do não, era maior que o medo do sim.
A prisão entre dois mundos, o tempo implacável que lhe pedia soluções, soluções infinitas vindas de fora, soluções finitas vindas de dentro.
Acreditava em tudo... menos em si.
E se pôs a vagar por loucas viagens dentro de sórdidos pensamentos.
E se pôs a vagar por viagens loucas dentro de pensamentos sórdidos.
E se pôs a vagar em seu mundo.
Acreditar, desacreditando.
O desejo maior em um lugar escondido que não supria mais o espaço que precisava.
A vontade única de...
Pegou o telefone, vasculhou a agenda e...
Sabia mas a certo modo, não queria dar o braço a torcer que precisava de...
Saiu para fora e inspirou profundamente o ar frio da madrugada, olhou para o céu e viu duas únicas estrelas.
O som do vento, o cheiro do mato, o crescimento relutante, o trivial já não bastava e isto era o bastante que já não bastava e não cabia mais dentro de si.
Virou-se calmamente e se olhou no espelho.
A pele nua, o olhar fixo, sabia por quais caminhos havia passado e os quais haveria de passar (ou não).
Haveria de lutar (talvez), mais do que o esperado, porém a decisão era certa e o certo não era mais indeciso e o indeciso já não era mais duvidoso. Crescera como flores em um belo campo de lavanda na primavera, que floresce após a doce chuva. O vento estava a seu favor, exalando o perfume de flores no ar.
Fechou os olhos, respirou fundo...ergueu um dos pés e...foi. Deu o primeiro passo e o que era cinza ganhou cor. O que era escuro ficou claro e as palavras que lhe faltavam, apareceram.
Era fim de tarde, uma tarde qualquer de verão... Era tempo de realmente ser feliz e experimentar o doce sabor do mel que há muito tempo não sentia em seus lábios. Era tempo de tentar sanar o que era incurável. Era tempo de realizar o que julgava impraticável.
Era tempo de ser realmente feliz sem máscaras, sem amarras, sem marras, sem mágoas, sem tudo o que de certa forma pudesse lhe prender.


                                           


sábado, 2 de março de 2013

Sobre as Nuvens!

As nuvens que vagavam pela noite, dançando ao vento, sem pensar no tempo, apenas bailando, eram apenas as mesmas nuvens que me levavam em seu dorso, sem destino para algum lugar.
Iluminado pela luz da lua, branda, crua, cru a te procurar e jurando que encontraria na 2ª vertente da noite fria, em seus braços precisava dormir, descansar...
E esta música? Esta música que me faz sonhar e viajar para muito longe?
Não sei se estou aqui ou é algum fiapo de delírio que ainda desponta aqui dentro...
Não sei se estou aqui ou jogado no tempo, porém não me canso de olhar, vago procurando encontrar o que tanto quero (e ainda não tenho).
Então brilhe doce lua pois nesse instante me ponho a viajar através do mundo dos sonhos onde tudo é possível, onde tudo pode acontecer, onde tudo pode se realizar.
Sim, viajo no dorso da nuvem, da doce nuvem que baila com as outras, "viajar em nuvens é para quem tem coragem" (dizia meu avô). Então vô, aqui estou sentado olhando aqui de cima a cidade que dorme na esperança também de dormir por aqui esta noite. Quem sabe não estou passando aí agora? Saia para fora, olhe para cima e venha, estenderei minhas mãos, agarre-se a elas e venha viajar...
Tenho histórias para te contar e quero ouvir suas mirabolantes histórias sobre o mundo de lá.
Venha! Tenho (sei), o que você precisa e se você precisa... pode usar!
Conheço o teu sorriso... feche seus olhos, me dê sua mão, venha ver que tudo é muito mais que imaginamos, que tudo é muito mais que podemos ter, vem...
Vença o medo, este mundo pode ser seu...
Bom sonhos...

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Antes de dormir

Posso te contar um segredo? Somente um segredo e você promete não contar para ninguém?
Posso revelar meus desejos? Somente os desejos que te fazem bem?
Depois da chuva vem o vento só, depois do calor, o frio.
Depois da lembrança, um cheiro teu.
Depois do cheiro, um vazio...
Então te encontro nos sonhos...
Então te encontro em algum lugar...
Então te encontro aqui dentro em algum compartimento entre diversos que existem dentro de mim.
É só, e fim?
Dentro de mim...
Perdida assim?
Dentro...
Vai, me diz o que eu quero ouvir, deixa refletir a luz do teu olhar que me procura assim e ilumina a noite escura por onde passar...
Vai, me diz o que eu quero ouvir, deixa o cheiro do seu perfume chegar até aqui trazido pelo vento que corta as montanas e sopra do mar...
Pode ser não, pode ser sim, pode ser começo e pode ser fim.
O meu tempo é todo seu.
Como dar respostas do que me trouxe até aqui se nem eu mesmo entendi?
Aliás, onde foi que me perdi em minha própria história?
Hei... Moça...Olha o mar e deixa navegar o barquinho de papel que brinca sobre as ondas.
Vejo então o entardecer no mar sentado aos pés do solitário farol, sinto então teus braços me abraçar, teu corpo me tocar e tua boca em minha orelha sussurrando: "Oi, ta viajando longe? Hum... que cheiro do bom, o seu cheiro, o do perfume e o cheiro do mar, combinam sabia?"
Virei, sorri, abracei para não deixar escapar...
Gosto quando você me "pega" assim - falou em tom suave, com uma leve expressão de sorriso.
Gosto da sua mão - falou em tom suave, acariciando uma de minhas mãos.
...o último fio de sol batendo em seu rosto, a sua mão na minha, seu perfume misturando ao meu, me leva para longe com histórias vivenciadas por nós, pelo céu, pelo velho farol, pelas rochas e pelo mar.
A composição perfeita do quadro pendurado na parede da minha memória.






Coisas que eu sei...

O bom mesmo é sentir o vento e saber que não se está só (mesmo estando só você ali).
O bom mesmo é cair e se levantar como se fosse proposital, sem deixar que o grande público perceba a dor que só você sentiu e quando menos se espera...tudo está bem.
O bom mesmo é sentir o doce perfume em um bom pescoço, em um bom corpo (e vejam que bom corpo é relativo), pele com pele, boca com boca... fazer com que a outra pessoa se sinta tua, só tua. E ainda se sinta a pessoa mais invejada da face da terra por saber que você só é dela.
O bom mesmo é caminhar no mato, molhar os pés em um riacho, fazer loucas aventuras e no final do dia pensar: Como tudo isso é grandioso, como valeu a pena.
O bom mesmo é ser grato e utilizar a gratidão para tudo. Ter a absoluta certeza que gratidão só atrai mais energias boas e a ingratidão... é melhor nem pensar, pois é típica de pessoas amargas, falsas e interesseiras.
O bom mesmo é olhar a lua, tomar um bom vinho com quem se gosta e durante horas conversar, muitas vezes até o dia clarear sem ver a hora passar.
O bom mesmo é saber que ninguém é melhor que ninguém e todos absolutamente todos, tem alguma coisa a oferecer.
O bom mesmo é ter consciência que todos precisam de todos, não existe o papo que para ser feliz com alguém o primeiro passo é não precisar dela... Por exemplo: uma pessoa que está com outra pessoa, se ela não precisa do amor da outra então ela precisa do sexo. Se ela não precisa do sexo da outra pessoa, então ela precisa da companhia, se ela não precisa da companhia da outra pessoa o que ela faz ali? Todos precisamos de todos e todos nos tornamos responsáveis por aquilo que conquistamos. As pessoas somente tem animais domésticos porque precisam da companhia daquele animal, e se você conquista aquele animal você se torna responsável por ele também.
O bom mesmo é saber pensar, raciocinar e não acreditar em tudo que lemos, vemos ou ouvimos. Muitas vezes acabamos traídos por nós mesmos e quando percebemos...
O bom mesmo é saber que ninguém é 100% errado ou 100% certo. "Até um relógio que está parado, está certo duas vezes por dia"
O bom mesmo é se apaixonar, pela vida, por pessoas, por situações, por você...
O bom mesmo é sentir que é muito mais intenso que viver.
O bom mesmo é sentir a água do mar batendo nos pés, assistir ao por do sol (o qual acredito que é a hora que todos os anjos se reúnem), caminhar pela areia até anoitecer.
O bom mesmo é estar na praia com o céu estrelado com a lua cheia de inveja das duas únicas pessoas que estão se beijando, ali em frente aquele mar, ali na areia.
O bom mesmo é ser bom, alegre, pé no chão, cabeça nas nuvens, feliz e louco.
É bom porque é bom, simples assim. Estar disposto a aprender sem precisar passar ninguém para trás, superar obstáculos, crescer, crer e ser, provar que pequenas coisas são muito menores do que o valor que realmente damos a elas, e que se você realmente está disposto: TUDO DÁ CERTO.
É só ter coragem de lutar.
Paz, Amor e Harmonia.



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Um Conto de Fadas Contemporâneo (Ou não).


Os pingos da chuva escorrendo pela janela, a meia luz... ele já havia estado lá por alguma razão e por outras e tantas outras razões continuava a certo modo ali. Seu cheiro, seu toque, seu rosto, seus olhos brilhantes que não cansavam de olhar para ela, ela ali deitada se sentindo a pessoa mais amada do mundo naquele instante, tentando pensar qual artifício usaria para fugir da doce prisão de sentimentos.
A o coração, a arma mais perigosa que existe nas "mãos" dos seres humanos. Uma arma que vem sem manual e quando alguém acha que consegue controlar, se torna incontrolável e as coisas mais estranhas acontecem. Adormeceu ao som da chuva e entrou no mundo dos sonhos...
Andava por uma rua, uma rua iluminada por luzes amareladas onde o vento suavemente soprava. Não, não havia ninguém mais na rua a não ser ela. Outdoors de led estampavam propagandas, os faróis mudando suas cores para controlar o tráfego que não havia. Ela com seu vestido florido, com seus pés descalços sentindo o áspero asfalto, sentiu quando o primeiro pingo do céu caiu sobre sua cabeça, um pequeno pingo seguido por outros demais pingos. A princípio correu em direção a uma praça onde havia um antigo prédio, a intenção era se proteger da chuva, mas repentinamente parou. Uma luz (como a de um projetor), começou a projetar palavras no antigo prédio. E sendo assim, antes de chegar até ele, ela parou. A primeira frase projetada era: "Pare, Ouça-me! Eu vou ser franco com você." Assustada ela olhou ao redor e no meio daquela praça só havia ela, mais ninguém. A garoa continuava, assim como a frase do projetor. "Eu não ofereço prêmios fáceis". Ela olhou para trás para ver de onde vinha a luz e resolveu gritar - Tem alguém aí? Por favor responda, estou com medo... Tem alguém aí? -  Ao longe ela começou a ouvir uma bela música,  que de algum modo a tocava e lhe trazia além de paz, uma certa ansiedade. A projeção continuou: "O que ofereço são novos prêmios difíceis, são inquietudes com toques de paz, paz com toques de serenidade, serenidade com toques de lavanda, lavanda com toques do incansável aroma do amor. Marca a hora o relógio; mas, o que marca a eternidade?" A música foi crescendo, e ela lembrou de um tempo onde o sonho podia se tornar realidade e a realidade poderia se tornar sonho e instantaneamente mágicos momentos aconteciam. Ela lembrou dele, a quem sentia ali naquele momento. Lembrou de  um tempo onde apesar das discordâncias, das provocações, das diferenças, algo muito incomum acontecia... a vontade, a loucura de terem um ao outro.
E ela bailou no centro daquela imensa praça que se tornara seu palco, seu vazio e inundado palco. E ele por sua vez, do nada apareceu, caminhando pausadamente em sua direção. A segurou firmemente pela cintura, aproximou o corpo dela de seu corpo, sentiram suas respirações pulsantes, ofegantes. Os lábios quase tocaram e a mão esquerda dele percorreu suavemente pelo rosto dela, passando pelo ombro e escorregando pelo seu braço, até que tocar em sua mão. Juntos bailaram noite adentro.
E naquele momento, o mundo, aquele mundo, se tornara deles.