sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

O Triskele (Parte de fragmentos da noite passada)

Jurava que tentava entender o que se passava, mas o que realmente se passava?
Tentava se encontrar no meio do emaranhado de confusões, confissões, mas o que se confessava?
As verdadeiras intensões expostas de confusas formas se misturavam em um ponto em comum assim como um triskele girando em movimentos contínuos descontinuadamente provocando um zilhão de pensamentos que insistiam em o atacar. Por outro lado sabia que não queria mais se perder naquela história por mais que repetidas vezes dizia:  "muitas vezes a única situação plausível é perder o controle", porém não queria mais uma vez perder (o controle), já que por poucas vezes o obteve.
Seria uma despedida?
Seria apenas o começo de um fim, o fim do começo ou apenas o começo de um começo relutante?
Ideias que contracenavam em um palco conhecido que ao mesmo tempo se tornara desconhecido, o palco da incerteza... Afinal, segundo já dizia Kant: "Avalia-se a inteligência de um indivíduo pela quantidade de incertezas que ele é capaz de suportar". Não sabia se sua inteligencia mais uma vez quisera ser avaliada.
Enquanto isso ao seu lado direito, sobre rubro lençol, ela viajava em sonhos e ele se pegava na condição do "eu distraído" .
Pisava em incertezas, lembrava que passara muito tempo procurando seu trevo de quatro folhas entre a mata densa que caminhava, era uma das poucas vezes que podia ser realmente "ele" para alguém, no entanto tropeçava em cada mandamento criado como forma de vida e procurava de todas as formas fechar suas portas, fazendo-se sua própria estiagem.
Na madrugada que resolvera dormir no chão, descobriu que era as nuances de um sol versado sabido.
Aos primeiros raios da manhã, ela perguntou: "Por que dormiu no chão?" Ele apenas sorriu e desconversou como se mudasse o rumo da direção do mapa que seguiam. Procurava respostas, mas as respostas o escapavam. Naquele momento "ele" era ele. Uma "criança" anunciando mudanças para si mesmo.
E ela mergulhando "neles" por puro instinto.
Aquele momento se tornara um compendio de palavras não ditas, de imensidão manuscrita. O momento parecia estar ali mas...não estava (pelo menos para ele que não entendia mais nada). Tentando arrumar a pressa, enxergando somente pela fresta não conseguia ver a cena de um modo completo e isso era o que mais o assustava. A  única certeza que tinha no meio de toda história era que talvez poderia ter chegada a hora de novamente arrumar as malas e viajar, porém não tinha real noção se a história terminava assim, havia perdido seu caderno de anotações na última viagem. E sendo assim, enquanto distraído, a vida o tirava para dançar. Como em um grande baile de máscaras...
Não entendia mais nada, também não sabia se queria entender.
Ao fim do corredor som de piano, passos descompassados, silêncio.
E o triskele? Continuava a girar misturando terra, água, fogo, ar, dando a certeza que neste mundo somente o amor merece absolutamente tudo pois o resto...realmente não tem a menor lógica.
O dia amanheceu. O que é real? O que é ilusão?
A verdade estava se perdendo e ele se perdendo dentro daquela história.
E o triskele?
Continuava a girar...




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