sábado, 1 de março de 2014

Se já for março... (promessas para um novo mês)

Se as águas de março realmente vierem fechar este verão, que me lave, que me leve, que me permita viajar pelo sul, centro-oeste, sertão, que me permita viajar por muitos lugares, que me permita sentir o coração.
Que as almas sejam desaprisionadas e desaprisionado seja o  nosso coração, que da melodia mais triste nasça uma bela canção.
Para respirar melhor, novo ar.
Para banho saudável, novo mar.
Para novos olhares, novas cores.
Para falta de pessoas, novos amores.
Para a criança que brinca no parque, dias de sol intercalados com cheiro de chuva.
Para os pássaros que voam, céu, sol, água, ar.
Sim, tudo isso para quando março chegar trazendo novas resoluções, novas soluções, novas sensações, sopros de tudo de bom que há de se esperar.
(...) Deixa eu contar: Quando eu me encontrei este ano pela primeira vez no mês de março, vi em minha frente um espelho que refletia uma imagem a qual sou hoje. Pela manhã, após acordar, com cabelos espevitados, uma cara amaçada no espelho do banheiro, tirei minha roupa, acendi uma vela, liguei o chuveiro somente na água fria e fiquei... durante o tempo que eu queria. Me perdi nas horas e na doce canção que eu ouvia ao fundo, me levando para outros mundos que nem eu mesmo sei quais são. Mas me permiti. Saí passei um café, comi uma torrada com geléia de amora (adoro geléia de amora, para mim é a melhor), e fui para a janela da sala ver a algazarra dos pássaros que estavam na árvore que fica a direita a brincar. Permiti que eu vivesse aquele momento único, não atendi o telefone que tocou algumas vezes sem parar. Aquele momento era meu, exclusivamente meu.
 Eu sempre me permito viver novas histórias e criar, recriar velhas condições para ser feliz. Se não há motivos... Eu faço. Eu crio. Sozinho louco, sorrio pelo simples fato de sorrir e achar que tudo na vida é bonito sim! Lidando com as intempéries de uma forma meio insana... Sim, por mais que ainda seja chamado de louco, maluco, sonhador, continuo falando com as estrelas, ouvindo o vento, dançando no tempo e tendo absoluta certeza que a intuição é o alfabeto que Deus usa para mostrar que... tem solução. Fiz minhas doces e sinceras promessas então. Dizem que promessas só se faz em ano novo...Quem inventou uma regra dessas? Existem regras para isso? Sinto muito, comigo não funciona, prometerei mesmo assim.
Se já for março, prometo que não desperdiçarei mais as oportunidades que me aparecem em troca de uma ilusão qualquer.
Se já for março, prometo que vou correr somente atrás do que acredito e se não acreditar... vai ser como uma noite de um verão qualquer.
Se já for março, estarei no portão 7 da estação com um ramalhete de flores do campo para esperar quem eu quero encontrar, quem quer me encontrar. E ao som das rodas de ferro tocando o metal da linha ao chegar na estação, em meio a fumaça da máquina que puxa os vagões, vou reconhecer seu sorriso e em um abraço quente e preciso, nesse momento o tempo vai parar. Acredito que o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. Quero momentos eternos de formas intensas.
Se já for março, prometo que nunca mais perderei muito por pouco e não morrerei de desgosto por simplesmente não tentar. Afinal, a vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás; mas só pode ser vivida, olhando-se para frente.
Se já for março simplesmente serei feliz querendo somente quem me quer, correndo riscos, desenhando no asfalto com giz, rindo de coisas bobas, tendo conversas profundas, ouvindo a música que me faz bem, a música de outros, a música minha, a música sua, a música do silêncio que reverbera a minha arte e o meu grito que trás tudo o que eu quero ter aqui.
Se já for março vou querer ter mais momentos a luz de velas, a luz da lua, a tua luz.
Minhas promessas assim se esvaem ao vento que passa neste momento ao lado da minha janela por onde entra a luz do sol, esta mesma que toca agora em mim que me faz pensar que compreendemos mau o mundo pelo simples fato de depois dizer que ele nos decepciona.
Sim, neste começo de março resolvi apagar a linha que separa a genialidade da loucura indo adiante na direção dos meus sonhos, buscando a vida que eu imagino e quero para mim.
Sendo assim, se já for março te digo: entregue-se ao sentimento inesperado assim como eu me entrego neste momento.
Vamos! Tente! Entregue-se, como eu já me entreguei.  Experimente, você consegue! Afinal a cada novo dia, a cada momento, temos a nossa disposição a maravilhosa possibilidade do encontro que traz em si infinitas oportunidades nos dizendo que é preciso acreditar mais em um novo dia, em uma nova hora, em um novo momento, em um novo mês.