segunda-feira, 20 de março de 2017

Tudo isso já li (e vi) em algum lugar...

Posso chamar este de um "conglomerado de textos", para um dia de chuva, para um começo de outono ou simplesmente para um dia nostálgico. As ideias deste texto em boa parte já li em algum lugar, o que forma dentro de mim minhas ideias que se permeiam  entre o ser e não ser já proposto por William Shakespeare. Começo falando sobre uma ideia cinematográfica, já que a vida imita a arte ou a arte imita a vida (nunca soube ao certo).
A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: "Nós somos a soma das nossas decisões".
Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção, estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida". Não é tarefa fácil. 
No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar e através do casamento fundar uma microempresa com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades. As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços.Escolha: beber até cair, comer carne para o resto da vida ou virar vegetariano e budista. 
Escolha ter uma pessoa como parceira sexual ou várias pessoas para satisfazer seu prazer. 
Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas. Afinal, a gente é a soma das nossas decisões ( e todos sabem disso, ou deveriam saber). 

Tem gente que é infeliz porque tem um câncer. E outros são infelizes porque cultivam uma preguiça existencial.  Outros são infelizes pela falta de um verdadeiro amor, outros porque tem várias opções e não se decidem, acredito que tudo parte do pressuposto que deveríamos entrar mais vezes em acordos tanto com nós mesmos quanto com os outros. Por uma questão quase "egóica", deixamos muitas vezes de acordar, e quando digo acordar, quer dizer fazer acordos! Acordos para uma melhora de vida de cada um ou ainda, nos preocupamos com as notas e nos esquecemos das pausas.A verdade é que Felicidade depende basicamente de duas coisas: sorte e escolhas bem feitas. Tem que ter a sorte de nascer numa família bacana, sorte de ter pais que incentivem a leitura, a cultura e o esporte, sorte de eles poderem pagar os estudos pra você, sorte por ter saúde. Até aí, conta-se com a "providência divina". O resto não é mais da conta do destino: depende das suas escolhas. Tudo bem, talvez você não tenha a família perfeita ou o emprego dos seus sonhos. O lugar em que você vive pode não ser o melhor lugar do mundo, talvez você nunca tenha feito algo que você realmente quis ou que fosse significante, mas lembre-se: você sempre pode mudar isso. É uma questão de escolha – e toda escolha demanda sabedoria. Talvez você pense que está deixando de viver muitas coisas, mas talvez você não esteja. Você pode nem acreditar, mas neste momento existe alguém que gostaria de estar exatamente no teu lugar.Muitos dos problemas familiares não são, necessariamente, um problema familiar, mas um problema de sabedoria. Às vezes falta tato e maturidade para lidar com determinadas situações.

Muito do sentimento de vazio que porventura te assalta também é um problema de sabedoria: falta discernimento para compreender e reconhecer o bem que há em teu estado e, acredite, você ama o lugar em que você vive, por mais que isto não pareça verdade.

Aquele desejo enorme de voar ante tanto céu, tanto ar, também é apenas mais um problema de discernimento: você pode voar, não há correntes amarrando teus pés.
Mas toda escolha tem suas desvantagens e você precisa ter preparo para elas. Se você decide não voar por qualquer coisa que você supõe que te prenda, lembre-se, isto também é escolha sua, e se não te faz feliz inicialmente, te esforce para ser feliz durante e finalmente. 
Entretanto, repare que muitas pessoas angustiam-se desejando que sua vida seja significante para si próprias, mas eu te digo, tanto melhor é que tua vida seja significante para as outras pessoas. 
Neste momento alguém precisa de você, mais do que você precisa de alguém.
Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: ninguém é o mesmo para sempre. Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações. Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A vida é feita de escolhas. 
Primeiro fazemos nossas escolhas, depois nossas escolhas nos fazem a escolha é sempre nossa.