quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Pensamentos para um momento incerto.

Não me lembro ao certo o autor que diz  que " Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim". Esta frase nunca fez tanto sentido em minha vida neste momento da caminhada. A duras penas descobri que algumas regras como a de nunca voltar atrás estava completamente errada, partindo do seguinte pressuposto: Se uma pessoa que faz crochê, chega na metade do seu trabalho e vê que seu trabalho está saindo errado por ter errado em algum ponto que outrora não percebeu, ela deve continuar ou desmanchar o material e recomeçar novamente?
Quantas vezes vi minha mãe desmanchar materiais quase inteiros de crochê e recomeçar de novo, e no final... tudo acabava lindo!
Somos movidos por um orgulho de obstáculos que nos impedem de ser felizes. Somos movidos por coisas que nos fizeram acreditar e tomamos como nossas verdades. Então, que tal pensar em romper barreiras, derrubar obstáculos e até quem sabe voltar um pouco atrás? É certo que para isso é necessário coragem, muita coragem. Coragem para ouvir o que irão dizer, coragem para reassumir riscos, coragem. 
Sim. Isto é a vida, ou... esta é a vida!
Eu jamais chegaria aonde cheguei se só andasse em linha reta. Tive que voltar atrás, andar em círculos, perder dias, perder o rumo, perder a paciência e me exaurir em tentativas aparentemente inúteis pra encontrar um quase endereço, uma provável ponte: a entrada do encontro. Acertei o caminho não porque segui as setas, mas porque desrespeitei todas as placas de aviso sem medo de arriscar.
E para encerrar o nosso bate papo de hoje, compartilho aqui um texto de Pedro Bial que tem soado como um sino em minha cabeça e tem servido para mim. E poderá servir para você.

"A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: "Nós
somos a soma das nossas decisões".

Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.

Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção, estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida". 

Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades.

As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços...

Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.

Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre.

Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto.Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações.

Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua..."