segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

(...) Devaneios Sobre Mentes Vagas.

Acompanhando os famosos posts nas redes sociais, estava pensando aqui com "meus botões": Vivemos em tempos regressos onde um corpo vale mais que um olhar,  onde a futilidade vale mais que pensar...
Tanto é que que os maiores número de curtidas no instagram são aqueles que rolam as selfies de corpos quase inteiros. E quanto menos vestidos, mais curtidas. Tanto de mulheres como de homens.
Nessa hora você pode pensar que sou conservador.
Nessa hora você pode me chamar de hipócrita.
Eu me chamo de um ser assustado com tudo isso, pois o ter está valendo mais que ser.
Um corpo bonito vale mais que uma mente sã, pensante.
Um corpo bonito vale mais que um olhar bonito, mais que um coração bonito. Mas...vamos falar de coração, olhar para que se o que importa é o famoso "Match"?!
E quanto mais curtidas...mais popular ficamos.
Tanto é que tem gente que fica pensativo e irritado quando tem poucas "curtidas" (conheço gente assim). Tudo me parece raso e as pessoas estão perdendo até o tesão de conversar de verdade. Estão se acostumando com a distância e com os encontros rápidos casuais. Chegou, olhou, agradou, pegou, descartou. Ah, vale a pena! A vida é tão curta...
É.
A vida é tão curta para tão pouco, para ser rasa.
E as conversas via whats, via chats... tem gente que juro que vai morrer de uma forma instantânea se acabar
Estranho né... como diz o filósofo Mário Sérgio Cortella, vivemos a época da "miojização" e tem gente que acha o máximo isso.

Minha história com o vinho começou quando com 15 anos tomei um porre de vinho doce vagabundo. Tomei muito mesmo e vomitei quase todos os meus orgãos internos. Depois com 16 aconteceu a mesma merda, mas dessa vez com um licor barato vagabundo. Até que comecei a perceber que eu não precisava encher "o rabo" de bebida barata para ficar bêbado e depois de cada bebida ficar com as piores ressacas da face da terra. Comecei a ir atrás de entender o que são os vinhos, já que tanta gente bebia e não ficava como idiotas. Aprendi a sentir o aroma, o buquê, aprendi sobre um mundo de possibilidades com o paladar de cada um. Aprendi a combinar comidas que me davam mais um vasto número de possibilidades gustativas. Aprendi a admirar a garrafa e o interior que ela trazia, aprendi que muitas vezes os rótulos perfeitos não traziam dentro de si os melhores conteúdos. Aprendi que poderia degustar e até ficar alegre, mas não havia necessidade de vomitar pois estava com um produto qualitativo. E assim passou a ser com uísque e até com a cerveja.
Nos dias de hoje, com tudo que acontece da maneira que acontece, existem as ressacas também, mas chamo de ressaca moral que em alguma hora aparece e junto com elas vem um monte de cagadas, algumas irremediáveis. E daí quando perdemos muito por pouco, culpamos Deus e todo mundo e esquecemos dos principais culpados que somos nós mesmos.
Muito mais que curtidas em postagens, precisamos de curtidas pessoais, aquele tipo de curtida que demora, que tem trocas de olhar, trocas de conversas, trocas de carinhos. Muito mais que aproveitar em forma quantitativa, precisamos aproveitar de forma qualitativa! Caso contrário seria como se comprássemos os livros de capas mais bonitas para colocar na estante sem conteúdo nenhum, ou com um conteúdo vil.
Vivemos em uma época onde o ter vale mais que o ser e isso tudo é triste.
Tenho muitos amigos virtuais... e os pessoais?
Tenho muitas curtidas!!! E o seu interior?
Não sou contra a tudo isso pois também tenho instagram, facebook. Porém sou contra essa forma desmedida de exibição que acaba sendo no final uma grande mentira para chamar atenção, para ganhar mais cantadas, para se exibir mais e para "cutucar" mais pessoas.
Isso é raso e o raso não me interessa.
A mudança começa pelo ser porque o ter passa e ser é eterno.
Vale a pena pensar né?!