quarta-feira, 8 de maio de 2013

Apenas um passeio (continuação)

...e foi acordado pelo sol que batia em seu rosto. Olhou para o seu corpo encharcado envolto da névoa branca que ainda pairava por ali.
Quanto tempo?
Essa era a pergunta que estava incrustada em sua mente.
Levantou, se espreguiçou, olhou para o lado e viu a garrafa vazia que ali estava. Lembrou da noite passada. Respirou profundamente e deixou que o ar frio entrasse por suas narinas percorrendo o trajeto até os pulmões. Respirou mais uma vez profundamente, comeu o outro pedaço de pão que ainda restava. Pegou a garrafa vazia e guardou em sua mochila, a caminhada até o próximo ponto devia continuar e mais que tudo e que todos ele sabia disso.
Começou a caminhar.
O frio entrava pela sua derme chegando até os ossos, tudo proveniente da roupa molhada ocasionado pelo orvalho da noite passada.
Ele sabia que o sol secaria durante a caminhada e o que era frio se transformaria em calor. O mesmo calor que sentia em seu coração.
Cruzou a ponte da insegurança com a segurança de alguém que sabe onde quer chegar.Continuava andando entre mundos visitando a cada dia o amanhecer, uma de tantas certezas que tinha era que em  seu caminho nada era tão normal (e ele não queria que fosse), caminharia até o fim do dia, até o fim da noite, até hora qualquer, somente sabia que queria (precisava), caminhar até chegar onde queria chegar.
E mais nada o abalava, e mais nada ele deixaria o abalar.
Chegou em mais uma encruzilhada e do outro lado de uma outra estrada que dava na mesma encruzilhada, bem ao longe, em meio a fina névoa que já e dissipava no ar, viu uma pessoa que caminhava na mesma estrada vindo em sua direção.
Resolveu parar e esperar.
Afinal tinha todo o tempo do mundo e aquele tempo era seu.
A manhã, a névoa, o caminho, a relva, o cheiro, o acaso, o destino...