terça-feira, 19 de setembro de 2017

Sobre Conversas Inusitadas (no fim de tarde, meio da noite, começo da manhã)

Estavam sentados em um banco em frente ao mar.
O vento sul soprava forte levando tudo que havia para ser levado, limpando tudo que havia para ser limpado.
A reflexão a seguir nasce de longas horas de conversas no final da tarde, no meio da noite e no começo da manhã, que fluíram ao sabor do vento em uma viagem um tanto quanto inusitada.
Trago algumas cicatrizes de onde já estive mas, a dor não me vence mais. Isto porque aprendi a controlar e comedir o tamanho real desta dor anotando como me cuidar em meu livro da vida. Estas anotações hoje ganham espaço, forma e passam a valer para tudo, quase como uma lei para mim e compartilho com quem quiser. Não pelo fato do meu "livro" estar cheio, mas pelo simples fato de estar na "estrada" e querer compartilhar mais algo nesta minha parte do caminho.
Entre estas lições, aprendi que mais do que se ter coragem para seguir adiante, é necessário muito
mais coragem para se voltar atrás para seguir muito mais adiante. E foi assim que aprendi a lidar com o orgulho. E foi assim que a cada poucos passos para trás, dei (e dou),  muitos passos a frente.
Aprendi que não existem maiores armas que o amor e o perdão. E que não existe uma lei ou tempo certo para amar. Tudo isso te torna mais honroso (ou honrado), perante ao grande universo.
Aprendi a olhar pelo prisma e enxergar diversas situações em uma só faixa que se divide em muitas e foi assim que descobri que entre uma verdade existem muitas verdades e há um mundo que sempre podemos estar por inteiros, tudo depende em respeitar o "chão" que se pisa.
Aprendi que quando vou comer, devo Comer. Quando vou conversar, devo Conversar, quando vou amar devo Amar, não devo ser pela metade e muito menos morno e assim aprendi a sentir a vida por completo em momentos de alegria, reflexão, tristeza e solidão. Juro que todos os momentos foram necessários para o meu crescimento que ainda continua nesta caminhada. Amo ser inteiro e o que é pela metade, definitivamente não me agrada, não me atrai.
Aprendi que por mais que aconteçam muitas coisas, eu sou o único responsável em não deixar escapar minha luz e que culpar outras pessoas por causa disso, me deixa fraco perante a vida.
Aprendi a comer nos mais finos restaurantes, beber os mais finos vinhos, mas também aprendi toda a diferença que faz a sofisticação na simplicidade. Seja no sabor de uma batata assada na fogueira que queima noite a dentro, seja em um churrasco com os amigos em um dia feliz ou no melhor restaurante do universo.Tudo são grandes experiências e nada melhor como tê-las.
Aprendi a comer frutos do mar, entre eles camarão. Sim é verdade! Eu odiava camarão, no entanto descobri uma maneira que o gosto deste fruto do mar me agrada. E reforcei meu pensamento que realmente nunca é tarde para voltar atrás de algo o qual juramos ter "solidificado" nosso pensamento, já que nesse caso, havia prometido para mim que nunca mais comeria camarão nessa vida. Ou ainda, eu mesmo (me) provei que  feio não é voltar atrás com a palavra, feio é continuar o caminho com a decisão errada só para mostrar "vejam como eu tenho palavra",sem dar chance para novos experimentos - tapa na cara da vida! Só não muda o que está morto (acredito que até o que está morto muda), e isto faz parte do processo da evolução.
Adendo parte I - (hahahahaha) rindo muito, quem diria... eu comendo e gostando de camarão. Isto é verdade!!!
Aprendi a aceitar ajuda e descobri que a frase "Cada um por si e Deus por todos", está no hall  das frases mais idiotas criadas até hoje. A vida é uma grande troca e é isso que faz com que as histórias sejam belas e agradem tudo (ou quase tudo), que está a sua volta, transformado-as em histórias que sua alma conta durante a jornada para que sejam refletidas em cada parte do percurso e principalmente refletidas neste grande e maravilhoso universo.
Deixei para trás minha colina do "calvário", decidi não mais me açoitar, entre todas as escolhas decidi
ser feliz, sei que para muitos parece um sonho utópico mas te digo com toda certeza que não. Vi, ouvi e vivi muitos graus de felicidade, porém também aprendi que ser feliz não é estar livre das decepções  e sim saber driblar as decepções para continuar o caminho, pois para ser realmente feliz exige um certo grau de entusiasmo e  principalmente de coragem. Todo desafio é mais um convite à luta e não é bom e nem ruim. São apenas desafios.
Aprendi que não adianta tentar mudar a energia da minha casa, do meu trabalho... se eu não mudo e controlo minha própria energia. Tudo parte de mim e sou o principal responsável por isso sem precisar colocar a culpa em outras pessoas.
Aprendi que antes que as palavras saiam da minha boca de uma forma como uma "cascata", devo pensar muito bem nas palavras para não poluir o rio (mente e vida), da outra pessoa e isso é respeito.
Aprendi sobre todas as coisas, que devo ajudar quem quer ser ajudado e devo pedir ajuda quando precisar a quem estiver disposto a ajudar, porém tenho que saber ouvir e, principalmente querer ser ajudado.
Aprendi que no grau hierárquico SER vem na primeira posição, depois FAZER e por último TER. E se você tentar inverter sua vida poderá se tornar uma grande BOSTA. (assustou?! rs)
Entre tantos outros lugares quero conhecer ruas que não tem nome, provar novos sabores, ver coisas que meus olhos ainda não viram, quero quebrar as regras que me aprisionam, quero quebrar as cátedras dos catedráticos que impõe somente suas verdades como únicas, quero ver mais pores-do-sol, quero estar mais frente ao mar, quero plainar como as gaivotas, quero sentir e provocar sensações, quero mais vinhos com momentos poéticos, quero mais silêncios com sorrisos, quero continuar escutando o vento, falando com as estrelas, quero mais conversas no meio da noite e no amanhecer. 
Sem culpa, sem medo não quero mais  ter obrigatoriamente uma hora certa datada de amar ou não amar. Que aconteça quando tiver que acontecer e da maneira que tem que acontecer e que o medo não barre sentimentos (muito menos momentos), pelo simples fato de acreditar que as coisas não são assim e querer seguir a REGRA DA SOCIEDADE PERFEITA. Pois até para amar, é preciso coragem e isso é o que definitivamente não me falta.
Quero ser humano em toda sua essência na excelência de um mundo que criei para mim e que pode ser de quem quiser desde que respeite meu modo de pensar e respeite "meu chão" quando nele pisar.
Minha vida definitivamente não é um baile de máscaras então, deixe sua máscara na porta de entrada caso queira entrar no meu salão. Não sou bom, não sou mau, sou apenas eu e acredito que todos deveriam ser assim e estarem sujeitos as mudanças e estarem sujeitos ao aprendizado e principalmente à compreensão. 
Não.
Não há fracasso, a não ser quando eu desistir. E é justamente por isso que não tenho nenhuma bússola (a não ser meu coração), não tenho nenhum mapa (tenho indicações e informações), não tenho religião, não tenho razão nenhuma para voltar a pensar como eu pensava antes.E meu auge está sendo construído como uma tempestade de raios e vou viajando por aí ao "sabor" do vento me permitindo permitir.