segunda-feira, 31 de outubro de 2016

NÓS JUÍZES, NOS TORNAMOS NOSSOS PRÓPRIOS ALGOZES!

Quantas vezes nos vemos em papel de juízes sem nos dar conta durante os dias de nossa caminhada nessa terra?
Julgamos pessoas, julgamos fatos, julgamos situações, nos julgamos!
Muitas vezes de um fato consciente ou inconsciente acabamos nos tornando nos próprios algozes e sofremos a toa. Nos colocamos em situações de desconforto com nós mesmos colocando o mundo de uma maneira muitas vezes imaginária contra nós mesmos, nos colocando em uma situação de "tadinhos", sem perceber que quase tudo que acontece, são frutos de nossas próprias ações. E daí perguntamos: "Se sou tão bom, por que isso acontece comigo?"
Nos tornamos doentes emocionais, porque se olhar no espelho e saber que muitas vezes somos nós os culpados, dói. E assim, vestimos uma "toga" e saímos a julgar tudo e a todos.

Eu erro
Tu erras
Ele/Ela erra
Nós erramos
Vós errais
Eles/Elas erram

Isso é fato.
Procuramos culpados por nossa infelicidade emocional.
Procuramos culpados para como no passado condenar à fogueira, à pena de morte.
Hoje é um bom dia para começar a mudança. Primeiro, se olhando no espelho e reconhecendo as próprias falhas. Segundo, reconhecendo os próprios erros. Terceiro, cuidando com as palavras, gestos e ações. Pois para toda a ação existe uma reação e isso é fato e não será mudado por simplesmente eu querer ou você querer. É a lei natural do universo.
Onde estão os erros desta história?

- Mariana era minha amiga e pelo simples fato de eu não respeitar as ideias que Mariana compartilhava e tentar impor minhas ideias à Mariana, muitas vezes a tratando como submissa (sempre querendo ser servido e nunca servindo), Mariana se afasta.
A culpada nesse fato é a Mariana, que irá perder minha amizade e ainda por cima não reconhece que está perdendo um amigo incrível. Fiquei sabendo que Mariana anda espalhando aos quatro ventos que sou isso, sou aquilo e está sendo injusta comigo. Maldita Mariana, "vai se foder".

- João (um outro amigo), por sua vez foi fazer uma viagem. Nessa viagem ouviu várias histórias da tia Patrícia que por algum motivo estava chateada comigo. Em várias conversas com tia Patrícia, João ouve relatos. Alguns verdadeiros, alguns mentirosos, alguns triplicados. João, não coloca os fatos ouvidos na balança e muito menos procura saber a verdade e dentro da cabeça dele cria um milhão de histórias já baseadas  nas histórias contadas por tia Patrícia. Não procura saber a outra versão da história (ou outras versões), da história e se deixa levar pelo calor da emoção imposta. Passo a ser a pior pessoa do mundo para João que impiedosamente me julgou, me condenou sem que eu tivesse a chance de me defender.

Viver é muito simples. A maior parte das vezes somos nós que complicamos, somos nós que pelo nosso próprio egoísmo ou egocentrismo, não tornamos as coisas mais leves e daí culpamos os outros, culpamos todas as situações, culpamos a Deus e... enquanto nesse tempo poderíamos estar procurando soluções para sermos seres humanos melhores, perdemos nosso tempo culpando, condenando e nos colocando como vítimas do universo. Criamos e alimentamos nossas doenças emocionais. Nos tornamos acumuladores de sensações ruins, passamos a reclamar sempre de tudo e de todos. Nunca estamos felizes. Nossos relacionamentos (sejam eles quais forem, amorosos, amigos, família), se tornam lixos emocionais e nunca estamos felizes pois a sensação de vazio toma conta de nosso ser.

As outras pessoas são culpadas? Também. Porém muitas vezes nós somos os principais culpados por não saber lidar com situações adversas a nós. Perdemos o respeito com os outros e com nós mesmos. Condenamos os outros e consequentemente nós mesmos. Nos tornamos mendigos injustiçados do universo.

* Se olhar no espelho e reconhecer é o primeiro e mais difícil passo.
* Bom senso e discernimento, o segundo.
* Tirar a carapaça da auto-defesa é o quarto.
* Ver que tudo pode ser bem melhor e saber que somos seres que erram, mas também acertam é o sétimo.
* Vestir-se de humildade é o sexto.
* Saber não retrucar tudo e a todos é o sétimo.
* Não resmungar é o nono.
* Respeitar as mais diversas formas de pensar, respeitar as outras pessoas, respeitar diversidades é o décimo.

E com toda certeza se você pensou " Nossa que burro, nem sabe colocar a sequência de números ordinais", ou ainda "Ele errou, quem pensa que é? Se não sabe colocar na sequência imagina o resto",  talvez seja hora de você correr na frente do espelho agora, olhar em seus olhos e se perguntar se você nunca errou. O que importa não é a ordem, o que importa o aprendizado, se você quiser aprender!
Não, não sou mais que ninguém e minha intenção não é dar lição de moral em ninguém, pois sempre que escrevo um texto em primeiro lugar é para mim. E segundo, isso só são relatos de um caminheiro que pode ou não servir para você. E servindo ou não, você será respeitado(a), de igual maneira.
Acredito que a melhor maneira (talvez a mais ilustrativa), é acabar este texto com as 4 leis espirituais da Índia. Opa, mas não sou dessa religião, isso é coisa do satanás. hahahahahahahahahaha. Mais um motivo para você se olhar no espelho, ou para eu me olhar no espelho.Durante minha caminhada aprendi que todos sempre  tem alguma coisa para nos ensinar.Meu primeiro contato com estas leis, foi através de um indiano que conheci durante as minhas caminhadas chamado Radhika. Estávamos hospedado no mesmo hotel durante a minha estada em uma cidade para um trabalho e conversávamos a noite no hall do hotel. Quando ele foi embora, deixou este livro na portaria do hotel com a seguinte inscrição.
" Ao meu novo amigo de alma, Jr. "o caminheiro", deixo este presente para lembrar que um dia nos encontramos no caminho deste mundo.

Om Shanti. 
Radhika Rajanigandha  " (25/07/2012).

No começo deste livro após o prefácio era abordada as 4 leis espirituais ensinada na Índia.E são com elas, que termino o meu texto de hoje.


“A pessoa que vem é a pessoa certa”Esta citação procura indicar que nada acontece por acaso em nossas vidas. Tudo aquilo que aparece por nossas vidas, principalmente a presença de certas pessoas, acontece de maneira intencionada. Ou seja, acredita-se que o surgimento de certas figuras são acontecimentos intencionais em prol de certo aprendizado e ensinamento.

“Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido”Os hindus acreditam muito naquilo que chamamos de “destino”. Ou seja, para eles, tudo aquilo que ocorre não poderia ter sido de outra forma. Qualquer acontecimento tem seu formato e momento corretos para que se possa viver a experiência mais rica e cabível ao período que se passa. Sendo assim, todas as situações são perfeitas como experiência e fonte de aprendizado para que uma futura etapa se concretize.

“Toda vez que você iniciar é o momento certo”Na mesma linha de pensamento, transmite-se a ideia de que o início de novas atividades, os ponta pés iniciais, são certeiros independentemente de quando aconteçam. Acredita-se que se as circunstâncias e energias permitissem que algo novo se iniciasse a partir de motivação pessoal, não há melhor momento que este para recomeçar.

“Quando algo termina, termina”Assim como considera o início como acontecimento no momento certo, o fim é visto da mesma maneira. De não tão fácil aplicação, esta lei pressupõe que o fim de ciclos também são necessários e vem quando tem que vir. Neste quadro incluem-se mortes, perdas e fracassos, por isso é a lei mais difícil de ser considerada. Entretanto, se mostra como uma visão de força e maneira corajosa de encarar tanto perdas quanto ganhos como necessários, aceitando sua presença.
E os pássaros cantam e minha alma se sente feliz.

OM SHANTI!