quarta-feira, 13 de março de 2013

O Teimoso Inventor de Sonhos (II-A necessidade)

Os corpos se tornaram um entre as flores.
A necessidade de estarem juntos nunca tivera tamanha consistência, e ali estavam.
Entre flores, dois corpos, duas almas perdidas em um distante lugar de uma manhã qualquer.
Ele tecera sonhos em fios de seda.
Os sonhos do inventor  eram compartilhados e de certa forma, desejados por ela que não tinha coragem necessária para passar para o outro lado da janela.
Há muito tempo atrás, ele ouvira uma história de alguém que teria ido ao inferno para buscar seu verdadeiro amor, chegando lá, não fora reconhecido por sua amada e decidiu (mesmo não sendo reconhecido), por lá ficar, pois para ele o que importava era o amor. Até que por um instante ela se deu conta e como em um passe de mágica, estavam juntos, estavam no paraíso (assim dizia a história).
Por sua vez ela só precisava ter a coragem de pular a janela e saber que podia ir e vir. Estava muito perto de saber que as dificuldades eram apenas pequenos obstáculos e a caminhada até agora havia sido apenas aprendizagem e de nada mais importavam opiniões alheias sobre seus sonhos.
O cheiro do café se misturando as flores, os cheiro dos corpos se misturando ao cheiro do café e das flores... tudo isso levado pelo vento que era amigo do teimoso inventor de sonhos.
A criação estava se concretizando.
Eles estavam ali.
A necessidade se fazia presente e como um presente dado a si próprios, chegariam onde deveriam chegar por suas próprias vontades.