domingo, 10 de fevereiro de 2013

O Recomeço do Antigo que se torna Novo!

Então porque é realmente assim... as vezes temos que reiniciar algumas tarefas.
Escrevo e apago, escrevo e apago e escrevo...
Quase no fim do segundo livro da triologia (que não é mais uma triologia), recebo um e-mail da editora dizendo: "Olá Junior, precisamos de uma reunião urgente com você, quando podemos marcar uma reunião aqui em São Paulo?"... enfim, este era o teor da mensagem entre outras linhas.
Escrevi informando que minha ida seria na semana subsequente ao carnaval, caso tudo desse certo. Por incrível que pareça, na sexta ao final da tarde, recebo uma ligação da minha editora a qual em uma "pseuda" reunião via "Embratel", me disse: "Então Junior, o que você acha de ao invés do livro terminar como termina e ter mais dois livros na sequência, se você amarrasse a história em um livro só sendo este a parte II em um mesmo livro? A história do segundo livro termina como?"  Eu disse para ela que sinceramente não sabia qual seria o desfecho, já que havia parado quase no fim do 6º capítulo e estava meio perdido, havia pensado em alguns finais que não me convenciam e eu achava que ia ser meio decepcionante para o público. Ela indagou: " E onde é que esta história esta truncada?" Eu disse que na verdade não saberia responder naquele momento, porém eu terminaria e mandaria para ela ler. "Ok, Jr (disse ela), a partir da hora que está truncada em algum lugar, isto pode se tornar um risco  pois o autor pode estar perdido e isto causa uma linha tênue entre o interesse e desinteresse para o leitor. Posso te dar uma sugestão? Releia o primeiro e o segundo livro até onde você foi e veja quais pontos cruciais do segundo que não se encaixa com o primeiro, reescreva os pontos do segundo e você  encontrará uma saída para o desfecho. Quando acabar me mande para que eu possa te dar um feedback. Te aguardo em São Paulo para alinhar esta possibilidade da junção dos dois em um. Pode ser?" Sim é claro, vou fazer isso e conversamos semana que vem - respondi.
Desliguei o telefone e em seguida saí para jantar em uma pizzaria. Na volta ao invés de subir para o meu apartamento, resolvi dar uma caminhada aproveitando as ruas quase vazias (caminhar na noite me ajuda a pensar). Voltei para casa e reli o primeiro até altas horas da madrugada. Hoje durante boa parte do dia reli o segundo e agora apouco, após meus amigos que vieram me visitar e jantar comigo aqui, terminei de reler o segundo e... pasmem! Resolvi apagar o segundo por inteiro, contrariando as dicas de uma grande amiga que diz (Juninho, você pode até apagar, mas salve em algum lugar pois você pode precisar). Desculpe, mas apaguei pois a história do segundo livro, que agora se junta ao primeiro, pois não estava satisfatória para mim, utilizei o Shift + Del sem culpa. Na verdade, cheguei a conclusão que estava faltando aquele "ar" poético contemporâneo que gosto de dar aos meus textos, não sei se realmente a história termina do modo que eu imaginei e se segue pelos caminhos que eu estava tomando... Enfim, eu estava ali fora na sacada olhando a deserta cidade e me deu uma vontade muito grande de compartilhar este pensamento com alguém, neste caso: vocês queridos leitores do meu blog.
Pensei, pensei e pensei muito chegando ao questionamento: "Qual é a vergonha de reiniciar algo do zero?"  A verdade é que reiniciar algo de uma maneira diferente não é vergonha para ninguém. Vergonha é se acomodar e pensar: assim ta bom. Acabei de deletar 97 páginas sem remorso nenhum. Loucura? Eu chamaria de ousadia (de certa forma é algo meu). E quem sabe eu não encontre realmente o final perfeito que eu estou precisando para esta história? E quem sabe, enxergando por um outro ângulo ela não saia melhor do que escrevi até agora para completar o primeiro livro? A única certeza que tenho é que a triologia vai por água abaixo e transformarei tudo em um único livro, ou ainda seja... quem já teve a oportunidade de ler o original não leu o livro inteiro!rs
Isto é o que eu chamo de sinais, a ligação dela (editora), pedindo justamente isso ou ainda seja, para eu rever o final de um trabalho que tanto prezo e de certo modo tem sido uma grande realização em minha vida (já que este também está virando um... deixa pra lá para não estragar totalmente a surpresa), acredito que não foi por acaso, pois acredito piamente que "nada na vida acontece por acaso", e sendo assim, se temos que reiniciar... vamos reiniciar e ver o que vai acontecer com a segunda parte e o verdadeiro final do livro "O Silêncio que Antecede a Intercessão".
Um bom vinho, um pouco de ar puro,  uma boa música para inspirar e... vamos recomeçar o novo! Afinal (conforme diz o grande mestre Chico Xavier), "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim." E vamos que vamos pois afinal, a dona inspiração tem me visitado bastante nestes últimos dias!