quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Cena de Filme.

Já vi muitos casais comemorando bodas de prata somente por comemorar.
Já vi muitos casais comemorando bodas de prata somente por comemorar.
Casais que mal se tocavam mais (ou não se tocavam), casais que não conversavam mais, a não ser coisas triviais. Casais  que  haviam perdido o romantismo em algum lugar muito distante e tinham deixado que o comodismo tomasse conta de suas vidas amorosas...
Eu tomando um café na padaria do português, olhando as pessoas que passavam do lado de fora, quando me dei conta do outro lado da calçada vi esta majestosa cena. Tive que sair na porta da padaria para acompanhar aquela cena de filme da vida real. 
Ele com um bonezinho azul, de bigode, camisa engomada com um colete por cima. 
Ela de vestido florido, maquiada, de sapatinho branco e com uma flor "roubada" de algum jardim em uma das mãos... 
Passaram rindo, descaradamente, sem medo de ninguém. Uma das atendentes da padaria (acho que ia fazer uma entrega),  parou na porta ao meu lado e disse: "Quase todos os dias eles passam por aqui, no final de tarde, que lindo né?" Eu esbocei um sorriso e disse: emocionante. Devolvi minha xícara ao balcão, paguei o café e saí caminhando para o mesmo lado que eles estavam indo. Minha vontade na hora foi de chegar até eles e dar um beijo e abraçar cada um e dizer: Um dia quero estar assim como vocês!
Dei mais alguns passos e parei. Deixei que seguissem o caminho deles. Era como se eu estivesse assistindo ao final de um filme, onde os personagens vão caminhando por uma estrada enquanto a câmera fica parada e começa a trilha final.
Sem dúvidas, foi a cena mais tocante e marcante que vi nestas últimas semanas. E é por isso que reforço meu pensamento hoje mais que nunca: Quero envelhecer assim, ao lado de uma pessoa que eu ame e que sempre consiga renovar o fogo da paixão comigo. 
Mesmo velhinho, quero mandar flores, escrever poesias, compor canções, viajar, ou simplesmente ver o sol se por. 
Quero envelhecer ao lado de alguém a qual eu consiga renovar a jovialidade e a qual renove a jovialidade em mim.
Quero envelhecer ao lado de alguém que acredite no amor, que acredite no humor, que acredite na dor, na sutileza das palavras e na possibilidade de um reencontro, quando um dos dois se for.
Quero envelhecer ao lado de alguém que goste de dançar e acredite que o romantismo nunca morre quando se é reinventado a cada dia. 
Não quero envelhecer ao lado de alguém que acredite que tudo é perfeito, mas que acredite que na maior parte da vida podemos corrigir imperfeições que se tornarão quase perfeitas e para isso teremos que usar a tolerância.
Quero envelhecer ao lado de alguém, não por envelhecer ao lado de alguém. 
Quero envelhecer ao lado de alguém que possa me chamar de seu, para que eu diga: você é minha também. 
Ai.... o amor...