quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Viajando Entre as Estrelas

Após o banho ele pegou a toalha e percebeu que o cheiro do perfume dela ainda permanecia em sua toalha. Foi aí que um filme começou passar em sua cabeça.
Estavam em uma estrada, tomando frisante, comendo uvas e chocolate. Ouvindo uma seleção especial que ele tinha preparado para a ocasião e ali, do lado de fora, olhavam o céu estrelado.
Ele mostrara para ela Sírius, a estrela mais brilhante e ela mostrou para ele Antares, a estrela a qual ela se baseava para saber qual era o lado onde sua cidade ficava, foi quando ela disse:
- Alguém já te levou até as estrelas?
Ele pensou, pensou e com um leve sorriso respondeu:
- Bebê, ainda não tive a oportunidade de viajar em um ônibus espacial e muito menos algo parecido.
-Seu tolinho - respondeu ela - Quer viajar comigo?
-Agora? Para onde?
-Para as estrelas oras...
Ele mais uma vez sorriu e disse:
-Para as estrelas... com você?  É claro! Onde compro as passagens?
-Não precisa, elas já estão aqui.
Ela desencostou do meio de suas pernas, passou ele para frente. Passou as mãos sobre seus olhos e disse:
-Feche os olhos, eu te levarei até lá.
Ele fechou os olhos. Ela caminhou até o carro, desligou a música, fechou a porta e voltou.
- Com licença sr. passageiro - pediu para que ele fosse um pouco para frente, se encostou no capô dianteiro do carro e o puxou contra seu corpo de modo que ele ficasse de costas para ela.
Ele sentiu um perfume que exalava de um vidro que ela abriu, não sabia exatamente o que era pois estava de olhos fechados. Ela passou o líquido nas mãos, o abraçou por trás e disse:
-Eu serei seu cinto de segurança para você não cair.
Ele sorriu.
Ela começou a esfregar as mãos sobre seu peito até que chegasse na nuca, ele sentiu que era um óleo com um suave perfume, e no ouvido dele ela disse em tom suave:
-Atenção senhor passageiro, prepare-se para conhecer de perto as estrelas.
As mãos dela saíram da nuca e foram para a cabeça, descendo novamente para a nuca e novamente para seu tronco.
O som que se ouvia era dos insetos do mato e ao longe os carros que passavam.
As mãos dela desceram para suas pernas e quando menos percebera as mãos dela passeava por todo o seu corpo com aquele adorável perfume.
-Olhe para cima passageiro
Ele abriu os olhos lentamente e viu um céu estrelado. Ela passou para frente e com sua boca começou a beijar seu pescoço.
O frio na espinha, a adrenalina, a sensação estava se tornando indescritível. foi quando ela pegou cada uma de suas mãos e seus dedos começaram a entrelaçar, passeando pelas mãos e pela extensão do braço.
Ele nunca havia tido aquela sensação anteriormente, foi quando em um ataque súbito ele a abraçou e durante algum tempo ficou olhando para ela.
-Cansou da viagem? Perguntou ela
-Não, de jeito nenhum - respondeu ele, e continuou.
- Já estou nas estrelas com você, não percebe?  Consigo enxergar a constelação em seu olhar. Consigo sentir o aroma delas em sua pele. Consigo ver o brilho da lua em seu rosto. Quer maior prova de que você me trouxe até as estrelas?
- Esta viagem só da certo quando os dois estão na mesma sintonia, sabia? - perguntou ela
-E onde você está agora? - indagou ele
-Aqui, junto com você no meio das estrelas, bem distante da terra. 
Ele sorriu, e ficou feliz por poder também provocar sensações que ela nunca sentira antes. Após ficarem mais algum tempo se olhando, olhando para as estrelas e se acariciando, ela perguntou:
- E agora que estamos aqui, longe de tudo, de todos, do mundo?
-Bem, agora eu te dou o que te falta e você me dá o que te sobra, afinal eu não preciso de muito.
-Me sinto a pessoa mais especial do universo agora
-Você só se sente a pessoa mais especial do universo porque me faz sentir assim - disse ele calmamente em um tom suave, e continuou
-Isso, nada e nem ninguém pode comprar, por mais que queira. Porque para que isto aconteça é necessário sentimento, singeleza e isto nenhum dinheiro do mundo compra. É uma troca, uma bela troca.
Ela passou o dedo indicador suavemente sobre os lábios dele, acariciou seu rosto. Pensou em falar mas a voz pareceu não querer sair. 
Deixaram então que o silêncio falasse mais alto e que os corpos se comunicassem por si.