E bravamente descobriu que já havia experimentado quase todos os alimentos e qual alimento realmente precisava.
E bravamente decidiu que ia viajar para dizer que apenas queria ser feliz, e se aquele era o único jeito de ser feliz, brigaria sim por sua felicidade (por mais que já houvesse dito que aquilo seria a pior das coisas), aprendeu a compreender que muitas vezes as piores coisas acabam se tornando as melhores, assim como os antibióticos via oral, que são horríveis de se tomar e muitas vezes são a melhor e única forma de se acabar com uma infecção.
Descobrira também que o que havia passado havia sido ensinamentos da vida e que já não era mais uma criança e decidiu que não mais agiria como tal.
Sim, aprendera a fazer suas próprias escolhas. Aprendera que andar em cima do muro não lhe trazia senso de equilíbrio e sim privava de ser feliz, não sabendo ao certo onde chegar .
Superficialidade era algo que também não mais queria, assim como também havia decidido não desembainhar sua espada entendendo perfeitamente que a perfeição não existe.
Era a fase de sair do casulo, era a fase de perceber que não era mais uma lagarta...
Parou em frente ao espelho, olhou em seus próprios olhos, passou as mãos sobre as longas asas e descobriu que sim, se tornara uma linda borboleta e já não enxergava as coisas como eram antes pois aprendeu a voar e ver o mundo sobre outras perspectivas.
"De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro."
(Fernando Sabino)
