sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A Encruzilhada Parte II

Acordo do nada com uma frase em minha mente "Navegar é preciso, viver não é preciso".
Olho para o céu adornado por belas estrelas e tenho ao mesmo tempo todos os sentidos em mim e decido ter esta frase transformada para que sintetize com o que eu sou: Viver não é preciso, é preciso sentir!
Respiro profundamente e sinto o ar gélido que entra pelas minhas narinas que aos poucos vai se tornando morno e consequentemente quente, na temperatura do meu corpo.
Penso: As pessoas gélidas  sendo aspiradas por mim poderiam se tornar quentes?
Por poucos instantes resolvo pegar um dos caminhos onde acredito que encontrarei pessoas gélidas no intuído de experimentar minha vaga teoria. Em poucos segundos decido que não, talvez seja hora de lugares e pessoas mais serenas que realmente sabem o que querem, como querem, quando querem, sem medo de arriscar.
Mesmo assim fico parado e ao invés de me levantar e começar a caminhar pelo novo caminho que eu escolhera para trilhar, continuo sentado. Olhando para a lua que insiste em me iluminar.
Vagalumes com suas luzes começam a flanar próximo de onde estou e por alguns instantes, acredito que são estrelas que vieram me fazer companhia no fim da noite.
É quando nuvens começam a se entrelaçarem e fechar o céu.Sinto um pingo, dois, três e em uma fração de segundos a chuva cai sobre meu rosto e molha meu corpo. E eu, sentado ali em frente a encruzilhada a receber o banho dos deuses, agora sem pensar em mais nada, simplesmente deixando que meu coração me guie para a estrada que há um coração.
Não preciso de moletas, não preciso de crendices (a não ser as minhas), não preciso de falsos risos, não preciso de nada que me leve a lugar nenhum, preciso sim de você  que agora chamo de eu.
Preciso sim de um eu para chamar de você.
A chuva aumenta... alguém consegue me escutar?
(continua)