segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

No Jardim de Afrodite

E lá estava ele com a cabeça cercada por um céu, com um turbilhão cheio de estrelas.
E lá estava ele com aquela que era desejada por muitos.
Cruzando a terceira esquina do terceiro sinaleiro na quarta rua, carro estacionado na esquina e enquanto os passantes passavam, mal imaginavam o que se passava ali.
Sentado na quinta nuvem que passeava pelo céu que estava repleto de estrelas, eles (deitados), olhavam, cada um em seu canto porém, na mesma direção.
O recado inusitado, a falta de concentração, as palavras unidas por sorrisos, corpos que (simultaneamente), se movimentavam em direções contrárias seguindo as setas da direção do prazer.
Ele contra a noite, contra o dia, rezando para que as horas não passassem mais rapidamente que o comum.
Ela contra a noite, contra o dia, rezando para que as horas passassem para novamente rever a boca (a qual chamava de linda), para que o alinhamento dos astros pudessem trazer mais momentos como aqueles que se tornara incomum.
Afrodite, a deusa desejada por todos (com seus olhos esverdeados, corpo escultural), esteve com ele. Invejado por muitos (diga-se de passagem).
E ele ouviu de sua boca "você é incrível" e por alguns segundos acreditou, foi quando pegou seu braço com força, a despiu com os olhos indo até o mais íntimo de seu âmago e descobriu todos os segredos guardados pela deusa da beleza, da leveza...
Seus corpos se tocaram e os segredos mais guardados foram revelados naquele instante em que Zeus e Afrodite se encontraram naquele maravilhoso e imenso jardim.
E ele novamente a espera e agora sim acredita que não é tão mau o quanto pensava ser.
E ela novamente o espera.
E o jardim, novamente os espera para jorrar sua fonte com o mais e enigmático profundo prazer, no segundo bangalô da primeira entrada da terceira esquina, onde os pássaros cantam inundando o ambiente da mais bela trilha sonora .