sábado, 29 de dezembro de 2012

FODA-SE (quem não tem pecado que atire a primeira pedra)


Ai esse quase... Quase isso... Quase aquilo... Quase, quase...
As pessoas ainda insistem em utilizar tanto esta palavra na (quase), ilusão de estarem certas todos os momentos.
Agora a pouco em conversa por telefone com um amigo que está em outra cidade, fui enfático ao dizer: Chega, não tenho mais saco e muito menos tempo em minha vida para "quases".
Quase estou certo... Ou estou certo ou não estou certo (ponto).
Há algum tempo parei de viver essa parte do mundo da ilusão do quase.
E me desculpem os puros de coração (hahahahaha puros de coração - não podia deixar de citar vocês), que utilizam constantemente seus "quases".
Primeiro -  não acredito em puros de coração a não ser que seja um recém nascido (isto ja escrevi em outro texto).
Segundo -  tive algumas experiências nesta vida com famosos "puros de coração" que me ensinaram e fizeram ver muitas coisas (inclusive que os puros de coração são muito perigosos pois na maioria das vezes machucam simplesmente por machucar sem macula nenhuma).
Terceiro - não sou puro de coração e as pessoas que gosto nenhuma é, GRAÇAS A DEUS e quanto orgulho tenho disto!
Quarto -  a maior parte das pessoas "puras de coração", ou que buscam esta pureza (que nunca vão chegar a esta falsa pureza e isto é fato), utilizam em seu vocabulário 90% das vezes a palavra "quase", e julgam ser pessoas que erram muito menos que os outros que geralmente são culpados (na maioria das vezes), se eximindo de qualquer "culpa ".
Sim, parece um discurso inflamado e assim é! Sem máscaras e sem meias palavras.
Não. Não estou raivoso, mal, triste e muito menos  revoltado, talvez externando as últimas coisas guardadas de 2012 para que comece 2013 da forma que quero começar e continue caminhando da forma a qual venho caminhando.
Este texto serve como lenha para a  minha fogueira da vaidade, buscando ser melhor e verdadeiro sem máscara alguma (pelo menos neste instante).
Isto não quer dizer que eu não vá continuar errando, bem longe de mim, sei que errarei sim porém não os mesmos erros, sou humano imperfeito e ainda inacabado (e sei que será assim até o final da vida), porém continuarei sempre buscando ser melhor como ser humano, como artista e como profissional acreditando cada vez mais que não existe "quase bom", "quase ruim", "quase amor", "quase tesão", "quase quase", ou é ou não é.
Me sinto uma pessoa mais centrada, mais pé no chão (mesmo ainda conversando com as estrelas deitado em nuvens que me levam longe), mais humano, mais artista, mais eu. Continuo acreditando nas pessoas e na sua capacidade de regeneração (e não quase regeneração, afinal uma pessoa não pode ser quase alcoólatra, quase homem, quase mulher, quase humano e muito menos quase se regenerar).
Somos seres que estamos nessa caminhada para aprender e só assim terá sido válida a viagem por este mundo, caso contrário, acredito que terá sido a mesma coisa que ir a uma praia paradisíaca e ter apenas observado os belos prédios, sair de lá sem ao menos notar o mar azul com suas areias brancas...
Que tal sermos mais autênticos? Termos mais personalidade? Ter certeza que erramos porém podemos reparar erros? Ter certeza que nossas verdades não são únicas? Saber que somos responsáveis, pelo que fazemos e assumir nossa essência por inteiro? Que tal sentir mais? Sermos mais humildes? Cortar os "quases" e reconhecer os erros? Que tal aprender a perdoar para ser perdoado? E se for se entregar, que seja verdadeiramente por inteiro e não pela metade.
Olha, tenho sido muito mais feliz e muito mais respeitado assim. Deixando transparecer uma essência verdadeira sem querer fazer pose de anjo ou demônio, apenas sendo eu.
Que 2013 possa abrir mais nossos olhos e que possamos cada vez mais enxergar por várias perspectivas as inúmeras faces desta vida e assim possamos viver cada vez melhor.
E para terminar este último texto de 2012, deixo para vocês um texto da escritora Sarah Westphal, que para mim é  um mantra (de uns tempos para cá em minha vida), o qual quero que continue sendo até minha ida deste mundo, para que se por ventura eu cair em alguma armadilha, eu possa lembrar que realmente eu odeio o "QUASE", o "MORNO", assim como odeio a falsidade e a falta de cuidado com o próximo.
Aproveito também e deixo um trecho do evangelho de São João que é sempre muito peculiar em questão de condenações e é muito bom nunca esquecer!
Grande beijo queridos leitores, muito obrigado pelas mais de 1200 visualizações mensais (segundo as estatísticas do próprio blogger), o que me deixa radiante de felicidade, obrigado aos comentários das amigas, amigos, parentes que vem conversar comigo a respeito dos textos e usam citações minhas em suas páginas, sei que não estou sozinho e que minha forma de escrever agrada a mais pessoas do que eu possa  imaginar, obrigado por tudo mais uma vez.
Nos encontramos em 2013!!!
E...
"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."
(Sarah Westphal)



“Dirigiu-se Jesus para o monte das Oliveiras...
Ao romper da manhã, voltou ao templo e todo o povo veio a ele. Assentou-se e começou a ensinar.
Os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher que fora apanhada em adultério.
Puseram-na no meio da multidão e disseram a Jesus: Mestre, agora mesmo esta mulher foi apanhada em adultério.
Moisés mandou-nos na lei que apedrejássemos tais mulheres. Que dizes tu a isso?
Perguntavam-lhe isso, a fim de pô-lo à prova e poderem acusá-lo.
Jesus, porém, se inclinou para a frente e escrevia com o dedo na terra.
Como eles insistissem, ergueu-se e disse-lhes: Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra.
Inclinando-se novamente, escrevia na terra.
A essas palavras, sentindo-se acusados pela sua própria consciência, eles se foram retirando um por um, até o último, a começar pelos mais idosos, de sorte que Jesus ficou sozinho, com a mulher diante dele.
Então, ele se ergueu e vendo ali apenas a mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou?
Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Disse-lhe então Jesus: Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar.”
Evangelho de João, Capítulo 8, versículos de 1 a 11.





FIM DA TEMPORADA 2012
                                 







Jr. Pereira
em 29/12/2012 
(sábado) - 01:36h