quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Essa é minha busca (histórias de um cavaleiro)

Muitas vezes procurei respostas e as obtive no silêncio.
No meu silêncio.
No silêncio das palavras que eu não disse e de alguma forma ficaram guardadas para mim.
Aprendi a duras penas que não posso ter tudo o que quero, mas posso querer tudo que tenho e de alguma forma isso me fez enxergar que não estava tão errado assim.
Aprendi que a descrença mata, que palavras mal pensadas agridem, que a insegurança gera o medo, que admitir que está errado enobrece e principalmente que ninguém é cem por cento certo (e tão pouco errado).
Nunca tive medo de me entregar totalmente a algo que acreditava (me dei mal muitas vezes por isso). Pensei muitas vezes em desistir no meio do caminho por condenações que muitas vezes não eram minhas, engoli a seco, respirei fundo e aos poucos vi pessoas irem. E aos poucos vi pessoas voltarem.
Não, não sou um príncipe.
Sou um cavaleiro rude que renegou ao trono e teve a coragem de seguir seu próprio destino sem ligar para o que o povo ia dizer. Seguindo princípios, desafiando perigos, salvando donzelas a flanar no meio da selva fechada.
Alguns me chamam de condenado, alguns me chamam de bravo cavaleiro...
Não, não sou príncipe.
Os príncipes são seres abastados, dotados da realeza, vivem em castelos com belos cavalos e geralmente se escondem atrás de sua nobreza. O medo geralmente os impede de desvendar os mistérios escondidos dentro das florestas. Somente desembainha sua espada quando está amparado por seus nobres soldados. Em sua grande maioria estão todos certos, enquanto consideram todo o resto está errado.
Podem mentir a revelia pois o povo sempre está a seu lado.
Posso te contar um segredo? Em sua grande maioria mentem mais do que qualquer outra pessoa (tenho boas histórias disso).
Me desculpem senhoras e senhores eu sempre serei um cavaleiro.
Montado em meu cavalo, caso necessário eu viajo o dia inteiro. Sem medo de lutar com amparações ou não.
Não, realmente não tenho nenhum dom para ser príncipe, minhas mãos são pesadas, durmo em hospedarias ou matas. Não tenho medo de nada, muito menos de lutar. Lutar verdadeiramente por tudo aquilo que acredito sendo considerado tolo, herói, bandido, banido, mito...
Sei que sou humano e algumas vezes posso falhar.
Tenho a honra como o meu escudo, a gentileza como meu vício, a dignidade como meu princípio, a humildade como conteúdo e a solicites como meu ofício.
Sou suave como os campos de trigo, denso como a tempestade em alto mar, eu escrevo a minha história na areia da praia, para que as ondas a levem através dos 7 mares; até tornar-se lenda na boca de estrelas cadentes, que por ventura os passantes possam encontrar.
"Sonhar o sonho impossível, sofrer a angústia implacável, pisar onde os bravos não ousam, reparar o mal irreparável, amar um amor casto a distância, enfrentar o inimigo invencível, tentar quando as forças se esvaem, alcançar a estrela inatingível.
Essa é a minha busca."