02/01/2013 - 15:02 (após o almoço)
E do nada eu estava aí.
E do nada eu estava sentado naquela montanha que dividia aquela nuvem, que me deixava próximo a um céu cheio de estrelas.
E do nada cheguei em casa, abri a porta e senti o som do silêncio.
Resolvi cozinhar para mim. Abri uma garrafa de um bom vinho e diferente dos outros dias, não coloquei nenhuma música de fundo. O silêncio me bastava. Pelo menos naquele momento.
Todas as possibilidades do mundo estavam em minha frente neste instante. Havia passado o ano do plantio, o ano do crescimento e até que enfim chegara o ano promissor da colheita (e de um certo modo eu já me preparava para isso e sentia tudo isso começando a acontecer).
O telefone tocou uma, duas, três vezes e... resolvi não atender.
Só fiz uma ligação muito importante e nada mais do que isso. Quero apenas o som do silêncio. O mesmo silêncio que havia apresentado o "eu" para o "eu" mesmo.Enchi minha taça pela terceira vez, hoje é o meu dia. O dia o qual eu ainda comemorava a chegada do ano que eu tanto esperei no ano passado. Praticamente estava no jardim das ambições onde corria a fonte do desejo, onde ardia a fogueira das vaidades. Completamente nu, despido de qualquer coisa que me fizesse fugir de mim.
O vento começou assoviar uma doce e suave canção que entrava pela porta da sacada. O próprio dia se encarregou em diminuir a intensidade da luz.
Já não pensava mais em coisas que não queria pensar, já não refletia mais sobre coisas que não precisava refletir. Um foco, vários pontos unidos em um único objetivo.
Separei um filme de amor (daqueles bem melosos), para assistir na maravilhosa companhia do meu "eu" nesta tarde de verão que mais lembra o início de uma primavera dinamarquesa.
Farei um crepe francês com recheio de chocolate branco e uva regada a Chartreuse (um licor francês que ganhei de presente de uma pessoa especial no final do ano), sentarei no meu sofá e aproveitarei ele hoje praticamente o dia inteiro (coisa que ultimamente se tornou algo muito raro para mim), e quando acabar este filme, colocarei outro filme e quando acabar o outro filme, colocarei outro filme e assim por diante. E assim começo o meu 2013... com uma leveza que há muitos anos eu não sentia. Com a energia renovada e com a coragem para seguir meu próprio caminho em direção ao que se destina, ao que se procura.
Sejam bem vindos ao ano de 2013, o primeiro ano a ter 4 dígitos diferentes desde 1987.
Uma boa viagem a todos!
* Dicas do dia: Acabei de (re)assistir: Cartas para Julieta / Diário de Uma Paixão - mais 4 filmes para mais
tarde!!!
